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sexta-feira, 26 de julho de 2024

É UM JULHO MUITO ESPECIAL, tetra



126/07/2024

  www.professorchassot.pro.br

EDIÇÃO

 

  ANO 18

LIVRARIA VIRTUAL

  3.365 

                   

É UM JULHO MUITO ESPECIAL, esta edição se antecipa em data, ao usual entardecer das sextas-feiras. A edição de agora circula como a primeira edição do ano 18:     

 2009 este blogue aniversaria 2024

Chegamos a maioridade: 30/07/200 Qual a significativa ‘adjetivação-título’ para UM JULHO MUITO ESPECIAL. Desde a segunda-feira, 01/07, estamos celebrando um mês muito especial Neste dia 30/07  — a quarta sexta-feira julina deste bissexto 2024  — nos jubilamos, pois este blogar se antecipa a primeira edição do ano 18.

Esta edição faz do final deste muito rápido julho um tempo celebrável: ontem recordamos os duzentos anos da chegada dos primeiros imigrantes alemães no Rio Grande do Sul. Hoje a abertura das Olimpíadas Paris2024 mostra que os esportes podem ajudar a fazer um outro mundo menos desigual. É lamentável que os belicistas não se convençam que em suas guerras só existam derrotados!

Mas voltemos à nossa chegada ao ano 18 deste blogue: as três blogadas foram blindadas com uma das mais de três mil edições. Assim no dia 05/07, recordamos o Fórum Social Mundial em Porto Alegre; dia 12 saboreamos como eram as saudosas noites de 24 de dezembro; no dia 19 foi central aqui a figura de Lutero com discussão  acerca do término da Idade Média.

Hoje ofereço uma das cerejas do bolo. Não foi fácil escolher uma blogada para celebrar esta primeira edição do ano 18.

SEXTA-FEIRA, 19 DE DEZEMBRO DE 2014

19.- INFIEL... um livro imperdível

Neste fim de ano me deleitei com três livros — em suporte papel, é claro — que me envolveram gostosamente. Pela ordem li Infiel / Zelota /Einstein e a religião. Este último, ainda, não terminei. Os três se interconectam, como quero mostrar em três blogadas distintas, ainda em dezembro. Hoje comento algo mais do primeiro.

Antecipo, que mesmo tendo sido leituras de hora de recreio (¿por que temos que dicotomizar tempo de trabalho e tempo de lazer?) foram de muito proveito para meus estudos. A resposta à pergunta no parêntesis mereceria uma blogada especial acerca da tutela que nos fazem os deuses Cronos e Kairós.

Já em 16NOV2014, trouxe aqui um comentário prévio de Infiel – a história de uma mulher que desafiou o islã, quando, ainda, não havia concluído a leitura.

HIRSI ALI, Ayaan 1969 --. Infiel – a história de uma mulher que desafiou o islã. Título original: Infidel. Tradução de Luis A. de Araujo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. 496 p. ISBN 978-85-359-1109-1.

Ao lado da ratificação do que foi registrado então, adito que a autobiografia de Ayaan Hirsi Ali, uma negra somali, da idade de meus filhos, que viveu sua infância e juventude marcada por uma fiel e dolorosa observância do islamismo, é o mais inclemente repto ao profeta Maomé e ao Alcorão que li em toda minha história. Assim, Ayaan mostra o quanto normas que estão no livro sagrado, escritas há mais de 14 séculos não pode servir de norma hoje. Por outro lado ela diz ser Maomé um pedófilo.

Esta referência está nos bastidores do livro resenhado aqui* em 05JAN2013, que recebeu comentários do seu autor paquistanês, quando Aisha narra: “Eu tinha 6 anos quando me casei com o Mensageiro, embora nossa união só tenha sido consumada quando se iniciaram minhas regras aos 9 anos de idade. Ao longo dos anos, tomei consciência de meu casamento [...]. Mais do que a maioria de mulheres de minha época, fui alvo das adagas ocultas do ciúmes e do rumor. Talvez isso já fosse esperado. Um preço que devo pagar por ser a esposa preferida do homem do homem mais reverenciado e odiado que o mundo jamais conheceu” (p. 12).

*PASHA, Kamram. A Mãe dos fiéis: um romance sobre o nascimento do Islã. [Original inglês:Mother of the Believers. Tradução: Mariluce Pessoa] Rio de Janeiro: Record. 2012. 532p, 230x160x28 mm. ISBN 978-85-01-08995-3

É preciso acrescentar que também não conheço nenhum relato de sofrimentos físicos e humilhações a que uma pessoa tenha estado submetida. Trago um exemplo entre dezenas: a ablação do clitóris, quando era uma menina de cinco anos, sem anestesia e posterior submetida à costura da vagina, também sem anestesia, deixando apenas um pequeno orifício para excretar a urina. Depois, quando do casamento, a defloração tem como consequência a imobilização para caminhar por duas semanas, tanta foram as dores e as violências físicas sofridas na noite de núpcias.

Ainda, surras frequentes e brutais da mãe por causa de possíveis violações a normas religiosas (como por exemplo, deixar mostrar partes do corpo que pudessem causar distração/excitação a homens) e um espancamento por um pregador do Alcorão que lhe causou uma fratura do crânio.

Não sem razão que Ayaan mesmo fugindo para Europa e se tornando deputada de parlamento europeu pela Holanda tenha ainda hoje viver em alternados esconderijos. Vale ler. É um livro imperdível.

Leia trecho: www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12491  


 

sexta-feira, 19 de julho de 2024

NUM JULHO MUITO ESPECIAL tris 3 19/07/2024 UM PRELÚDIO:

 

119/07/2024

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EDIÇÃO

 

  ANO 17

LIVRARIA VIRTUAL

  3.365 

                   

                   NUM JULHO MUITO ESPECIAL tris 3

19/07/2024  UM PRELÚDIO: Este é o terceiro blogar, que envolve a produção das quatro edições que preparam a edição de 30 de julho de 2024, quando circulará a primeira edição do ano 18 deste blogue. Como na semana passada, se agradeceu por primeiro as carinhosas manifestações catalisadas pelo advento do aniversário deste blogue. Se escolheu então trazer uma amostra das várias edições celebrando a noite de 24 DE DEZEMBRO. 

Narramos, então algumas nuances que envolviam (sim! o tempo verbal já é passado!... pois parece, ninguém mais se envolve em  bloquear com a metade do espaço de um sala doméstica para ‘celebrar’ as muitas múltiplas descrições para trazer imagens de uma gruta de Belém, quase fictícia). 

 Houve, nas várias descrições de então, que talvez  valha reler   —  neste 19 de julho  — às duas edições julinas já relatadas nos dias 05 e 12 de julho.

Hoje, há duas palavras chave que muitas vezes se dizem antípodas, mas que na verdade, estão por demais intrincadas. As refiro, aqui e agora, quase reverente: RELIGIÃO <> CIÊNCIA. 

Lamento, mas não cabe aqui aportar, até por espaço, duas perguntas que já fiz em aulas, palestras, artigos e livros:

#1) Por que no Oriente, não houve revolução científica? 

#2) Por que no Ocidente houve revolução científica? 

Passo a considerar as distintas discussões que envolvem respostas às duas perguntas capitais, como um exitoso tema de casa.

Volto as duas palavras chave: RELIGIÃO <> CIÊNCIA

Quando, na abertura deste julho de 2024, inauguramos as comemorações dos 18 anos deste blogue se propôs, em cada uma das quatro sextas-feiras, evocar uma das edições passadas.  Dentre as milhares edições é muito provavelmente Lutero, final da Idade Média (e segunda das duas perguntas antes destacadas). 

A consequência desta recorrência levou o grupo História da Ciência da Universidade de Coimbra e da Universidade de Aveiro convidou-me para um produção temática.

É portal que na edição de 31 de outubro de 2011  Evocando 31 de outubro de 1517  é ofertada na terceirizadas quatro sextas-feiras:

Neste dia 31 de outubro é feriado em alguns municípios brasileiros, poderia trazer exemplos do Espirito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Não sei acerca de outros estados. Isto ocorre em municípios onde há um número expressivo de fiéis da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB, sínodo alemão) e da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB, sínodo missouriano). São municípios onde há significativa presença de descendentes de colonos alemães que chegaram ao Brasil na primeira metade do Século 19.

Qual o significado da data? Neste dia, em 1517, o então padre católico alemão Martinho Lutero, afixou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha as suas 95 teses denunciando a cobrança de indulgências pela igreja de Roma. Esta data, que extrapola em significados sua consequência: um dos mais extensos cismas na igreja cristã é de tamanha importância que por muitos é considerada como o fim da Idade Média.

Num intervalo de mais de um século poderiam ser citadas outras datas, que marcam, numa leitura ocidental, o inicio dos tempos modernos: 1415 - A conquista de Ceuta pelos portugueses marca o início da expansão marítimo comercial europeia; 1429 - Santa Joana D'Arc liberta a França; 1440 - Johannes Gutenberg inventa a prensa tipos móveis; 1453 - A Tomada de Constantinopla, pelos Turcos Otomanos, põe fim ao Império Bizantino, terminando com o pouco que restava do antigo Império Romano; 1453 - Fim da Guerra dos Cem Anos; 1492 - Viagem de Cristóvão Colombo à América Central; 1498 - Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para a Índia; e, 1534 - O "Act of Supremacy" de Henrique VIII dá origem à Igreja Anglicana.

Se tivesse que escolher uma aderiria a 1517: a Reforma Protestante, ou talvez 1440 ou 1492. Mas por que 31 de outubro de 1517 é tão marcante? Ao nos referirmos a Lutero, evocamos a separação da igreja católica, as noventa e cinco teses contra as indulgências e o inicio da igreja protestante. Isto realmente é importante, mas influência de Lutero na sociedade ocidental é muito mais significativa em outras dimensões como a influência da reforma na economia do período; e temas sociais como a criação da escola para todos, re-inserção da mulher na sociedade, formação da língua alemã que proporcionaria a formação posterior da Alemanha, a importância da paternidade e da maternidade, entre outros.

“As contribuições de Lutero para a ética, economia e a sociedade residem no fato de Lutero, como teólogo e pessoa comprometida com o evangelho, ter se ocupado com o assunto. Muita gente na história da Igreja e da teologia cristã não considerou ou considera as questões econômicas merecedoras de atenção. Lutero, com frequência, era procurado e consultado sobre os mais diferentes temas por pessoas que tinham suas consciências pesadas em razão de práticas delas exigidas no cotidiano. Foi o caso de muitos comerciantes e de gente envolvida com o sistema de crédito no pré-capitalismo há cerca de meio milênio. Lutero então, sem renunciar à sua vocação de teólogo, mas assumindo-a efetivamente, tentava ajudar as pessoas dentro de suas possibilidades. Sua reflexão ética tinha a Bíblia como referência fundamental. Ao mesmo tempo, levava em consideração as tradições antigas e medievais do pensamento cristão a respeito. Digno de destaque, contudo, é o esforço que empregou para entender a realidade do trabalho, dos negócios, e identificar as intenções e consequências das práticas aí reinantes”. Vale ver mais em http://www.luteranos.com.br/articles/10740/1/As-contribuicoes-de-Lutero-para-a-economia-a-etica-e-a-sociedade/1.html

A Escola como conhecemos hoje é uma presente da Reforma Protestante à Modernidade. Na visão de Lutero, que foi professor na Universidade de Wittenberg de 1508 até 1546, ano em que morreu, o professor era também um catequista, uma vez que a escola tinha por tarefa formar bons cristãos. Com a descoberta da salvação gratuita, da justificação por graça e fé, também mudou, para Lutero, o foco do ensino.

O alvo da ética não era mais o céu, como a garantia da própria salvação também pelo estudo, mas a terra, a preservação das coisas criadas por Deus. Para Lutero, "a educação é de responsabilidade da autoridade civil e não da autoridade eclesiástica". Sempre que for investido um florim em gastos militares, defendia o reformador, devem ser investidos cem florins em educação. "Para Lutero está claro que governar é criar e manter escolas"em http://www.luteranos.com.br/articles/ 6290 /1/Lutero-defendia-escola-publica-formadora-de-bons-cidadaos/1.html

Martinho Lutero (Eisleben, 10 de novembro de 1483 - 18 de fevereiro de 1546) foi um sacerdote agostiniano e professor de teologia alemão figura central da Reforma Protestante. Veementemente contestando a alegação de que a liberdade da punição de Deus sobre o pecado poderia ser comprada, confrontou o vendedor de indulgências Johann Tetzel com suas 95 Teses em 1517. Sua recusa em retirar seus escritos a pedido do Papa Leão X em 1520 e do Imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521 resultou em sua excomunhão pelo papa e a condenação como um fora-da-lei pelo imperador.

Lutero ensinava que a salvação não se consegue apenas com

boas ações, mas de um livre presente de Deus, recebida apenas pela graça através da fé em Jesus como um redentor do pecado. Sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana, pois ele ensinava que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divinamente revelada e opôs-se ao sacerdotalismo, por considerar todos os cristãos batizados como um sacerdócio santo. Aqueles que se identificavam com os ensinamentos de Lutero eram chamados luteranos.

Sua tradução da Bíblia em outros idiomas que não o latim, fez o livro mais acessível, causando um impacto gigantesco na Igreja e na cultura alemã. Promoveu um desenvolvimento de uma versão padrão da língua alemã, adicionando vários princípios à arte de traduzir, e influenciou a tradução para o inglês da Bíblia do Rei James. Seus hinos influenciaram o desenvolvimento do ato de cantar em igrejas. Seu casamento com Catarina von Bora, ex-freira, estabeleceu um modelo para a prática do casamento clerical, permitindo o matrimônio de padres protestantes.


sexta-feira, 12 de julho de 2024

NUM JULHO MUITO ESPECIAL bis 2

 

112/07/2024

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EDIÇÃO

 

  ANO 17

LIVRARIA VIRTUAL

  3.363 

                      NUM JULHO MUITO ESPECIAL bis 2

12/07/2024  Este é o segundo blogar na produção dos quatro que preparam o 30 de julho de 2024 quando circulará a primeira edição do ano 18. Primeiro cabe agradecer as carinhosas manifestações catalisadas pelo advento do aniversário deste blogue. Ainda na fria noite do último domingo, quando ‘olhava o fim de semana’ ocorreu-me trazer quatro dos comentários da última edição: 

1.-) Compartilho por primeiro o muito interrogante texto do Jorge Messeder do  Programa de Pós Graduação do IFRJ/Nilópolis/RJ Mestre... sua escrita é muito atualizada. É um dom☺️ como fico feliz de ter o senhor na minha vida terrena. Não é sem razão que  cada vez que converso com o Jorge  as minhas incertezas aumentam: o que creem os que não creem?

2.-) Meu querido colega Arnaldo da Universidade Federal do Pernambuco comentou: Sorte do jovem estudante que consegue sentir o sotaque chassot nas leituras que ele faz! escrevo ao Arnaldo: Obrigado pois este sotaque é reverberado pelo meu amigo Arnaldo no Recife!

3.-) Minha prima(=prima-irmã, parece démodé esta classificação de primos) Yvonne Galleto Volkweiss, que morava em nossa casa quando eu cursava os anos iniciais da Educação Básica. Lembro, que nos anos 1940 a Yvonne me ensinou como era a origem da abreviatura de Padre Pe. Agora, ante uma afirmação, nos referindo a nossos ancestrais  dizemos: E eles existem porque nós contamos suas histórias: a isto Ivone escreveu Attico  tu  és muito especial. Curto muito tuas postagens. Não existem  mais MESTRES como Tu.

4.-) A Doutora Maude — que faz Justiça com sapiência em Novo Hamburgo — que pertence, com minha irmã Clara, a um grupo que tem acesso ao blogue como ‘releitores’. Eis um seu relato:  O que o mestre Chassot não sabe é que a sua mensagem não é somente lida e apreendida no site; que há pessoas, como sua irmã Clara, que repassam a sua fala escrita em outras mídias de comunicação, como o WhatsApp, por exemplo, de forma que ele tem, certamente, mais leitores e admiradores do que imagina. E que continue nos transmitindo seus ensinamentos! Parabéns pelo aniversário do blogue! Sou muito grato por esta estimulante informação!

 Este grupo de ‘releitores’ se envolve em amplas conexões. Uma dessas têm em sua história densa presença em Montenegro. Nessa pertença não sou um alienígena. Permito-me sumarizar, aqui meu ser montenegrino. 

Nasci em Estação Jacuí (freguesia de Restinga Seca, então distrito de Cachoeira do SulRio Grande do Sul), descendente paterno de agricultores suíços francófonos e materno de alemães estabelecidos no Vale do Caí no início do século 19 (Wikipedia). 

Na Semana da Pátria de 1947, quando cursava o 1º ano primário, nossa família, viajando em um vagão  de carga, transferiu  residência para Montenegro. Ainda em setembro continuei no 1º ano primário, no Ginásio e Escola Normal São José, das irmãs de São José de Chambery da França. Tive vantagem pois o processo de alfabetização da Estação Jacuí estava mais adiantado.

    Em 1948 houve em Porto Alegre o V Congresso Eucarístico Nacional. Semanas antes uma estação de rádio transmitia sob o patrocínio da Casa Genta (Rua do Parque, 75) que produzia vitrais. Eu ouvia os noticiosos e na manhã seguinte transmitia as notícias (qual os bispos que chegavam!) e recomendações (cuidado cos batedores de carteira) para as freiras, que não podiam ter rádio. Televisão ainda não existia. Eu era considerado o repórter Esso das freiras.

Assim, nos anos 1947/1948/1949 estudei, nos primeiros três anos do ensino primário em Montenegro. Nos e anos primários e nos  em três anos do ensino ginasial estudei no colégio dos Irmãos maristas São João Batista, em Montenegro, Os três anos de científico (em 1958/1959/1960) estudei no Colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre. Narrar como me tornei professor é significativo pois ocorre de maneira completamente inusual. Escrevi um livro (Chassot, 2012) de mais de 500 páginas formado por 51 capítulos, cada um deles distribuídos pelos anos de 1961 a 2012.  No ano 2012 o livro foi lançado como celebração dos meus 50 anos de professor. Devo referir que publiquei este livro muito cedo. Também, por isso, ele não foi/não será reeditado.

Antes de meu ingresso como aluno, na UFRGS, trabalhei, dois dos três anos (2º e 3º) do Ensino Médio. No Restaurante da Reitoria,  Minha rotina: atender os garçons. nos afazeres nos  bailes de calouros e nos bailes de formatura, A significativa solicitação: cuba libre:  um copo com gelo, uma porção de Coca-Cola e uma dose de rum, esta colocada ao entregar os pedidos aos garçons. No 1º ano de Júlio de Castilhos trabalhei em um bar no Quarto Distrito onde vendia desde aipim até querosene  e entregava as compras nas casas das freguesas.

Tentei fazer uma ligação de meu ser educador com uma história pessoal. O meu me tornar professor no olhar heterodoxo de minha mãe e ode um pastor episcopaliano não pode ser resumido aqui e agora.

Prometi em cada uma de quatro sextas-feiras julinas. Nas quase 17 anos há uma blogada acerca da memorável noite de 24 de dezembro. Escolhi uma ao acaso. 

Tomara que apreciem a blogada do Natal 2017.

Sim... é mais uma vez Natal. Mas a cada ano ele muda tanto. Sei que somos nós que mudamos. Claro que há um tempo eu não diria que “a fé não dá respostas, só impede perguntas!” Porém, para crente ou incréu há muitas modificações.

A noite de 24 de dezembro era uma noite muito especial. Passava-se o dia montando o presépio, que ocupava a metade da sala. A árvore ou pinheirinho não era muito valorizado. Ele era colocado numa lata de transportar querosene, com água à qual se adicionava um comprimido de ‘melhoral’, se dizendo então, que com tal prática a árvore ficaria viçosa até o dia de Reis, 6 de janeiro, dia de desmontar o presépio;

Na montagem do presépio se procurava reproduzir a Belém de nossas fantasias, onde havia além de lagos (uma gamela com água ou um espelho), igrejas cristãs, fogueira e céu estrelado. Havia angolistas que moviam o pescoço que eram muito maiores que boi que com seu hálito quente aquecia a manjedoura onde estava o menino Jesus. Só os mais velhos – e eu era o mais velho dos filhos – podiam se envolver na montagem do presépio.

A ilustração desta edição é a representação de um artesanal presépio produzido por indígenas mexicanos, adquirido em 2007, quando estive em um congresso em Queretaro, MEX e desde então faz parte da decoração da sala principal da Morada dos Afagos.

É muito provável que não exista data que amealhe evocações de tantas (des)ilusões como a noite de hoje. Estas embalaram (e se esboroaram), não raro, na história na cristandade data mais aguardada do ano na maioria de meus leitores.

Elas podem ser desde a ameaça de uma varada do Papai-noel por desafinar (situação comum a maioria dos canoros) a ‘Noite Feliz’ em alemão (Stille Nacht! Heilige Nacht!) até ver a sonhada Monark azul embaixo da árvore (mesmo sabendo que o presente seria compartido com mais três irmãos, onde havia um que se adonaria, pois era aquele que sabia andar sozinho). Há muito a evocar, mas talvez, por ora é melhor embalar silêncios.

Assim a blogada de hoje se faz silente para deixar aflorar lembranças e sonhar que estas tragam alegrias para a noite do dia 24. Nela crentes ou não crentes no mistério de um Deus se fazendo homem repetem emocionados aquele que também é o meu desejo para cada leitora ou leitor:

FELIZ NATAL