TRADUÇAO / TRANSLATE / TRADUCCIÓN

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

31.—Para despedir um agosto complexo



ANO
 13
Livraria virtual
Www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
33667

 

Esta é a última edição deste blog neste agosto de 2018. Um agosto que não nos deu um esperado feito político que desse uma reviravolta como foi como com Getúlio em 1954; com Jânio em 1961 ou com Dilma há exatos dois anos, naquele agourento e tétrico 31 de agosto de 2016.
Amanhã já será setembro que para mim evoca sempre a primavera (minha parreira já foi podada); muito pouco me lembro da semana da pátria!
Este blog hoje é escrito no Tocantins quase voltando para Porto Alegre.
Sei que tenho leitores aos quais desagrada as minhas trazidas do chamado Diário de um viajor. Se diz que meus relatos se tingem, então, de exibicionismos pois quero mostrar onde andei; como fui recebido, como há tietagem e como as pessoas gostam de mim. Eu discordo dessa leitura, mesmo que muitas vezes ela me convenha, pois considero os relatos que faço também uma homenagem àqueles que me acolhem. A edição desta semana é um duplo exemplo.
Divido os relatos da edição de hoje em dois momentos da semana que estamos encerrando: um e outro prenhes de emoções.
Dos dois segmentos desta edição, o primeiro foi breve, mas marcado de muitas novidades para mim. Deixei Porto Alegre no fim da tarde de domingo e já na noite de segunda estava em casa.
Nas poucas horas do estar no Rio de Janeiro, conheci emocionado uma das mais significativas experiências de fazer educação. Em junho do ano passado em Macaé, no I EREQ (1º Encontro da Rede Rio de Educação Química), ouvi um grupo de jovens que fizeram relatos de um fazer educação muito original, mas desconhecido. Lembrei que em 2010, no EDEQ de Rio Grande a experiência fora assuntada.

Narravam experiência da Escola de Ensino Médio do Sesc fruída por estudantes de todo o Brasil num processo de residência integral que me fez, então, muito curioso. Em novembro de 2017 recebi um convite para participar de um seminário com o instigante título: Expansão de Fronteiras para a Educação Científica aceitei e nesta segunda-feira tive o privilégio pela manhã e pela tarde, estar com um grupo de 28 professores de Ciências da Natureza que trabalham em escolas do ensino médio do SESC em 18 estados brasileiros e mais dezenas de professores que trabalham Escola Nacional de   Médio do Sesc (objeto) deste relato.
 Para mim é significativo como se recebido. Não preciso (até por que não cabe) tratamento VIP. Mas faz diferença tu encontrares uma frase assim: As frutas, sucos, bombons e biscoitos no seu apartamento são para seu consumo e não serão cobrados. Fique à vontade para servir-se, faz parte das boas-vindas é prova de muito acarinhamento. Esta frase também acolheu os professores que vieram ao seminário.
Ajudado com informações que estão na página da Escola: http://escolasesc.com.br/ transcrevi alguns excertos.
A Escola Sesc de Ensino Médio se caracteriza por oferecer uma educação efetivamente integral para uma comunidade de alunos e alunas que representa a vasta diversidade cultural brasileira. Os estudantes vêm de todos os estados do Brasil (selecionados dentro da cota de vagas para cada uma das 27 unidades da federação) para formar, juntamente com a equipe de educadores, uma comunidade de aprendizagem. Instalada em um campus de 131 mil metros quadrados em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A instituição conta com uma privilegiada estrutura de ensino, com Espaço Cultural, laboratórios, biblioteca, ateliês de arte, complexo esportivo, restaurante, além das vilas residenciais para quase 500 alunos e alunas dos três anos do Ensino médio. Dos cerca de 80 professores a metade mora em vilas especiais para professores no campus. As salas de aula foram projetadas para atender até 15 estudantes. Estudar na Escola Sesc de Ensino Médio confere a todos os alunos e alunas direito ao material pedagógico (incluindo um notebook), uniformes, moradia, alimentação, assistências médica e odontológica.
A oportunidade de viver a experiência da residência é uma das faces mais ricas do projeto da Escola Sesc de Ensino Médio. Viver como residente traz a possibilidade do profundo desenvolvimento da autonomia, estimula trocas entre jovens oriundos de todas as regiões do país, aproxima professores e alunos, e permite a construção de valores de cidadania. O principal objetivo da Escola é a efetiva transformação da vida dos jovens, que se desenvolvem sob todos os pontos de vista e concluem o Ensino Médio prontos para seus projetos de vida.
Menos do que narrar palestra e os aplausos a mesma ou os sedutores convites para integrar o corpo docente da Escola, queria responder a uma natural pergunta: quando universidades, institutos federais e escolas públicas rede das diferentes esferas então à míngua de onde vem essa abundância de recursos para esta Escola? A resposta é fácil! Milhões de empregados no comércio (e em serviços assemelhados) descontam uma vez ao ano 1% da contribuição previdenciária que se destinam a organizações do sistema S (Sesi, Sesc, Senar...).
A Escola de Ensino Médio do Rio de Janeiro é um dos exemplos dos muitos que se poderia fazer aumentando o número de escolas do Sesc para todos os Estados da Federação.
O exemplo de uma Educação gratuita e de qualidade destinada a estudantes do ensino médio oriundos de famílias cuja renda não é maior que três salários mínimos deve frutificar. O segundo momento da edição de hoje, refere-se a meu estar pela segunda vez em na UFT — Universidade Federal de Tocantins (em 2011 estivera no Campus de Araguaína nas celebrações do Ano Internacional da Química). Um detalhe que parece singular na história das universidades brasileiras: a UFT foi a única universidade criada em outubro de 2000, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Nos anos seguintes, nos governos do Presidente Lula, foram criadas 17 universidades federais.
A criação da UFT deveu-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais da Constituição de 1988 que preceitua que em criado em 1989 o estado de Tocantins cada unidade federativa deva haver, pelo menos uma universidade federal.
Agora estou no campus de Gurupi da UFT (um dos oito campi da UFT) para participar do I Congresso Tocantinense de Química. Neste evento na manhã de quinta-feira ministrei o minicurso A História e a Filosofia da Ciências catalisando ações indisciplinares. Registro que devido a =o numero de presente (mais de 120 participantes) o minicurso se transformou em duas palestras com quase duas horas cada. Na tarde desta sexta-feira a palestra Em busca de lugar na brecha entre o passado e o futuro fez parte do encerramento do Congresso.
Encerro com o registro comum aos dois segmentos. Muitas fotos, significativo números de livros autografados e, o que é mais relevante: as três falas começaram com muito aplaudido fora Temer e na fala deste 31 de agosto se evocou consumação do golpe a exatos dois anos lembrando-se talvez um dos dias mais tristes da História do Brasil recente.
RECEBI: Estimado amigo e mestre Chassot, bom dia! Quanto tempo... espero que estejas bem! Ontem fizemos aqui na UFV um tributo ao grande Oliver Sacks, pois completou três anos de sua morte. Trago esta informação, pois pelo seu Blog pude conhecer muito deste neurologista e escritor, que sempre foi apaixonado pelas ciências e pelos mistérios da vida. Fica a dica para uma blogada ou uma nota que nos ajude a lembrar as relevantes contribuições deste exímio ser humano para todos nós, com escritos que nos impactam na forma de entender, o mundo, a vida e os seus muitos mistérios.
Um grande e afetuoso abraço. Com saudades e estima, Vinícius Catão Universidade Federal de Viçosa.


sexta-feira, 24 de agosto de 2018

24.- TAG - EXPERIÊNCIAS LITERÁRIAS



ANO
 13
Livraria virtual
Www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
33667

 

DO DIÁRIO: nesta terça-feira, 21/08, a Rede Municipal de Igrejinha, liderados pelos professores da Escola Dom Pedro II, homenageou o colega Israel Luca, que faleceu subitamente aos 40 anos, no dia 13. Houve uma sessão com dois momentos. No primeiro, marcados pelo mote “ele existe porque contamos a sua história” houve evocação de reminiscências do Israel. O segundo momento se constituiu em uma aula de Ciências para qual fui distinguido com a docência.

Eu não tenho o perfil de mais de uma centena de leitores que a cada dia visitam (resisti a tentação de colocar ‘leem’) a edição semanal deste blogue. Acredito que entre estes haja um número significativo de ‘órfãos do Circulo do Livro’. Em minha biblioteca na secção ficção há dezenas de livros capa dura adquiridos nos anos 1970/80 escolhidos quinzenalmente de catálogo. Tenho uma enciclopédia Larousse em 30 volumes (hoje, aposentada pela Wikipédia) adquirida no Círculo do Livro.

O Círculo do Livro foi uma editora brasileira que existiu entre 1973 e 2000 de propriedade do Grupo Abril e da editora alemã Bertelsmann. Vendia livros por um "sistema de clube", onde os sócios recebiam uma revista quinzenal com sugestão de livros acompanhados de pequena resenha a serem escolhidos. Havia a obrigação de comprar ao menos um livro por mês. Livros de excelente qualidade que chegavam custar a terça parte de uma edição brochura nas livrarias.

 Em 1983 a editora anunciou um quadro de oitocentos mil sócios espalhados por 2.850 municípios brasileiros, atendidos por uma cadeia de mais de dois mil vendedores e da distribuição através dos correios.

Mas, por que este saudosismo? Simplesmente para dizer que agora temos algo muito mais emocionante que o Círculo do livro. Eu já disse para mais de um colega bibliófilo: “Tu deverias conhecer a TAG, ela parece que foi feito para ti!...”
O que o TAG? A resposta, que está na página https://taglivros.com/ da qual trago excertos para tecer esta blogada.

A TAG - EXPERIÊNCIAS LITERÁRIAS é um clube de assinatura de livros que envia mensalmente para o endereço do assinante um kit que inclui uma obra selecionada a dedo por um curador especial, e ainda uma revista temática sobre literatura e um mimo, escolhido de acordo com o autor ou título do livro.

A ideia surgiu com três apaixonados pela leitura: Gustavo Lembert da Cunha, 22 anos, Arthur Dambros, 23 anos, e Tomás Susin dos Santos, 24 anos. Dos três prenomes surgiu o nome TAG. Em Porto Alegre, os ex-estudantes de Administração usaram a característica em comum e criaram o primeiro clube de assinatura virtual do gênero, que faz a entrega dos livros na casa do associado. A primeira remessa foi enviada em agosto de 2014.

"A gente trabalha com a experiência da leitura, não somente com a venda de livros. A gente não queria ser mais uma livraria online", explica Cunha, um dos sócios. Isso porque por R$ 69,90, o assinante recebe um livro por mês em casa. "A gente sabe que não é barato. Que um livro na livraria é bem mais barato. Por isso a gente vende a experiência de leitura, e não o livro. E está dando certo".]

Lançamos o clube em julho de 2014, com muitos sonhos e infinitas dúvidas. "Conseguiremos fazer um negócio de livros dar certo em um país conhecido por ser de 'não leitores'?" “Desde o início, a proposta era que não fôssemos os únicos responsáveis pela seleção das obras que enviamos. Entramos em contato com grandes referências do cenário cultural e as convidamos para participar da TAG como curadores”.

A TAG hoje a MAIOR COMUNIDADE LITERÁRIA DO BRASIL da qual se diz em sua página: “Tivemos um crescimento vertiginoso em 2015 e 2016, o que nos consolidou como um dos maiores clubes de assinatura do Brasil. Em 2017, mais do que um clube de assinatura, nos tornamos uma grande comunidade literária. Somos milhares de pessoas compartilhando opiniões, críticas e sentimentos ao redor de boas histórias. As caixinhas mensais nos unem como clube, mas já contamos com uma série de outros canais para nos conectarmos e ampliarmos nossa paixão pela literatura: aplicativo, blog, loja de produtos literários, encontros presenciais, mídias sociais, e outros que estão sendo preparados. Em dezembro recebemos o Prêmio Empreendedor de Sucesso da Revista Pequenas Empresa Grandes Negócios.

Em 2018, as surpresas foram muitas (para nós e para os nossos associados). Em fevereiro, divulgamos a TAG Inéditos, uma nova linha de assinatura que entrega aos associados best-sellers inéditos no Brasil. Em abril, recebemos o prêmio The Quantum Publishing Innovation do Excellence Award, prêmio mundial de inovação no mercado editorial que acontece durante a Feira do Livro de Londres. Em junho, abrimos a nossa loja virtual — recheada de produtos literários — para o público em geral. E isso só no primeiro semestre!”

“Enviamos, todos os meses, kits que buscam expandir os horizontes literários dos nossos associados e enriquecer a relação deles com os livros. Temos diversos desafios no horizonte e, para concretizar os vários sonhos que vêm por aí, estamos em busca de novos personagens que queiram ser protagonistas dos próximos capítulos nessa emocionante e desafiadora aventura que é empreender”.

Sou sócio da TAG desde fevereiro. Isso significa que neste agosto recebi minha sétima caixinha surpresa. É sempre uma emoção abrir a caixinha. Com exceção da primeira, com o livro O alforje, as outras seis sempre tiveram sua abertura solenizada. Convido alguém para apadrinhar; se estou sozinho uma taça de vinho ajuda curtir a surpresa. De cada caixinha, o destaque é um original e primoroso livro que tem um guardador inspirado na obra do mês. O livro é muito bonito; parece uma peça de museu. Há sempre um marcador e um mimo muito bem escolhido e uma revista sobre o livro e o autor do mês. Sobre os mimos me deleitaria escrever páginas. Curto muito os meus primeiros sete livros. Criei um espaço especial (ainda provisório) para as obras da TAG. Cada caixinha que chega me encanta e imagino que apenas 65 receberam o primeiro kit e hoje esses se transformaram em quase 40 mil, espalhados em 1,7 mil municípios em todos estados do Brasil, lendo a cada mês um mesmo livro.

Se tu tens um DNA de bibliófilo certamente és ou serás envolvido pela tagmania. Vale a pena. Experimente!

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

17.- TRANSPLANTE DE FEZES



ANO
 13
Livraria virtual
Www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3366

 

Nesta dúzia de anos de apetitosos blogueares aqui, muito poucas vezes trouxe assuntos acerca de Medicina. Há duas razões: uma, não é algo de meu cotidiano que me atraia... outra, não quero ser labelado como charlatão.
Mas quando ao lado do Pastor Google, temos também o padre, o arquiteto, o professor, o psicólogo, o médico (também dito: doutor) que parecem esclarecer, por exemplo, os resultados de nossos exames, antes de leva-los ao consultório... aventuro-me em invadir a área mais corporativa dentre um universo profissional.
O assunto é no mínimo curioso ou estranho, mas...
O cocô pode salvar vidas por meio de um transplante de fezes!
Com a ajuda do clicrbs* amplio um pouco a exótica manchete.
Por mais estranho que possa parecer, trata-se de um procedimento que pode representar a solução para diversas doenças. Estamos falando do transplante de microbiota fecal. Sim, é isso mesmo: transplante de fezes.
No sábado, 30 de junho, Porto Alegre sediou o primeiro transplante fecal da América Latina para o tratamento do diabetes. O procedimento foi realizado no Hospital Ernesto Dorneles (HED), sob o comando do médico gastroenterologista Guilherme Becker Sander, chefe do Serviço de Endoscopia do HED, em um paciente que tem especial apreço pelo assunto: o também médico Pedro Schestatsky, diabético e professor de neurologia da Faculdade de Medicina da UFRGS que se dedica ao estudo desse tipo de tratamento para atacar males neurológicos, como Alzheimer, esclerose múltipla, autismo e Parkinson.
O transplante é relativamente simples, não havendo necessidade de internação. O doador precisa ter uma boa microbiota, nome pomposo para o que se conhecia popularmente como flora intestinal. Trata-se de um conjunto de microrganismos — algo em torno de 100 trilhões de bactérias — que faz nosso intestino funcionar sem sobressaltos. São as bactérias do bem que nos habitam.
Observa-se uma gama de fatores no doador, como a presença de bactérias perigosas, como salmonela, e os hábitos gerais de vida. O receptor também passa por uma preparação, semelhante à exigida a quem vai se submeter a um exame de colonoscopia. São dois dias tomando laxativos para “zerar” a microbiota. É como esvaziar o intestino de bactérias ruins para substituí-las pelas boas.
Mas o que o intestino tem a ver com diabetes?
Pesquisas em diferentes áreas têm demonstrado o papel do órgão nas infecções e nas inflamações sistêmicas e em outros quadros de saúde desequilibrados e a gigantesca conexão dele com o cérebro, o que já fez com que fosse chamado de “segundo cérebro”. Acredite: 90% dos neurotransmissores cerebrais, como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina – os mesmos que estão contidos nos antidepressivos –, são produzidos no intestino, abrindo a possibilidade para o uso dessa técnica para casos de depressão e ansiedade.
As possibilidades de tratamento via transplante de fezes ampliam-se dia a dia. Tanto é que já existem bancos de fezes. No Brasil, o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) abriu o primeiro espaço desse tipo para armazenar o material doado, que fica a uma temperatura de 80°C negativos e precisa ser utilizado em até seis meses. O problema é que para se tornar um doador é preciso aprovação em todos os testes que asseguram a qualidade das fezes e muitos candidatos não conseguem passar nessa seleção.
Entre a maioria dos mortais de vida moderna existe uma grande dificuldade para se manter hábitos saudáveis, mas uma tribo distante da África gaba-se de ser fonte de estudos e pesquisas por conta da diversidade e eficiência do microbioma. O povo hadza é um dos poucos no mundo que mantêm há cerca de 10 mil anos hábitos alimentares baseados no consumo de caça e na coleta de frutos silvestres e tubérculos.
A flora intestinal de seus integrantes é invejável e suscita uma espécie de turismo escatológico e científico sobre o povo. Digamos que eles são os detentores de um dos melhores, senão o melhor, cocô do mundo. A microbiota dessa tribo milenar da Tanzânia é rica em bactérias do bem e está associada a uma melhor imunidade.
PARA SABER MAIS:
*** https://brasilescola.uol.com.br/biologia/transplante-fezes.htm

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

10.- Uma lenda do PIAUÍ



ANO
 13
Livraria virtual Www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3365

 


Abro esta edição com um excerto do diário de um viajor: Nesta quarta-feira, 08/08 fiz um bate-volta Porto Alegre/São Lourenço do Sul (2 X 3 horas com a competência e segurança do Jackson, motorista da FURG). Em minha estada de 4 horas na Pérola da Lagoa falei para cerca de uma centena de professores da rede municipal envolvidos na ‘Feira do Conhecimento’ e para licenciandos da Educação do Campo da FURG. Houve ainda oportunidade para autógrafos e fotos e para saborear cucas, algo típico da cidade. Sou grato a Prof. Dra. Berenice Vahl Vaniel que catalisou as atividades.
Na edição passada ao referir meu estar em Teresina de cerca de 36 horas, registrei que ao lado dos fazeres acadêmicos, graças a generosidade de alguns colegas houve uma saborosa manhã de turismo. E neste se destacou o Encontro das águas dos Rios Poti e Parnaíba. Conheci também um impressionante conjunto estatuário acerca da muito original lenda do Cabeça de Cuia. Cumprindo o prometido trago a lenda, como narrada pela Wikipédia.
As ilustrações são de meu arquivo pessoal e nelas estou com colegas do IFPI Marlúcia, Vilani, Francimar e me ensejaram e acompanharam na visita. O cenário das fotos são do conjunto estatuário antes referido e neste estão Crispim, o Cabeça de cuia, a mãe e as sete virgens.
Cabeça de Cuia é uma lenda da região nordeste do Brasil, mais precisamente criada no estado do Piauí.
A lenda do Cabeça de Cuia trata-se da história de Crispim, um jovem pescador que morava nas margens do rio Parnaíba e de família muito pobre.
Em uma das épocas de poucos peixes no rio devido às suas cheias, Crispim e sua mãe sofriam com a fome.
Conta a lenda que certo dia, Crispim saiu cedo para pescar, porém naquele dia nada conseguiu do rio. Sua mãe se compadecendo com a situação, foi pedir à vizinha algo para que pudesse fazer o almoço de seu filho. Porém a única coisa que lhe foi oferecido foi um osso de boi, assim, a mãe de Crispim fez uma sopa rala, sem carne, com o osso apenas para dar gosto à agua, que vinha misturada com farinha em forma de pirão.
Nesse dia, ao voltar cansado e frustrado da pescaria Crispim pediu à mãe o que comer e ao se deparar com a sopa de ossos, se revoltou, e no meio da discussão com sua mãe, atirou o osso contra ela, atingindo-a na cabeça e matando-a. Antes de morrer sua mãe lhe amaldiçoou a ser um monstro, que ficaria vagando entre os rios, 6 meses no Parnaíba e 6 meses no Poty dia e noite e só se libertaria da maldição após devorar sete Marias virgens. Tomado pela culpa de ter matado sua mãe, Crispim, desesperado, põe-se a correr. Enquanto corre, sua cabeça começa a crescer, ao passo que seus cabelos se transformam em lodo. Por onde passa as pessoas caçoam daquela cabeça imensa, chamando-o “cabeça de cuia”, dando início à lenda, e Crispim, sem encontrar remédio para sua sorte, lança-se nas águas do rio, onde teria se afogado.
Porém, seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje, as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens de nome Maria de lavarem roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio. Alguns moradores da região afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as virgens, assassina os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam por ali. Outros também asseguram que Crispim ou, o Cabeça de Cuia, procura as mulheres por achar que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba para lhe perdoar. Mas, ao se aproximar, e se deparar com outra mulher, ele se irrita novamente e acaba por matá-la. O Cabeça de Cuia, até hoje, não conseguiu devorar nem uma virgem de nome Maria.
A Prefeitura de Teresina instituiu, em 2003, o Dia do Cabeça de Cuia, a ser comemorado na última sexta-feira do mês de abril.

domingo, 5 de agosto de 2018

04,- Na aurora de agosto 2018: Duas Pérolas



ANO
 13
Livraria virtual
Www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3364

 

A primeira edição agustina (também primeira edição do ano 13) traz no seu prelúdio um justificado pedido aos meus leitores: relevem a edição tardia, pois esta não circulou no entardecer da final da sexta-feira ou no início do Shabath como se ensaia há um tempo.
A semana que se encerra teve uma nada confortável maratona de viagens aéreas (redigido no aeroporto de Teresina em 04/08/2018):
31JUL Porto Alegre/Brasília/Cuiabá
02AGO Cuiabá/Congonhas/Porto Alegre/Brasília/Teresina
04AGO Teresina/Fortaleza/Guarulhos/Porto Alegre
A terceira série, por eu ter perdido o voo do primeiro trecho se transformou em Teresina/Guarulhos/Porto Alegre, sendo que trecho GRU/P0A será mesmo da primeira, alternativa. 
Eis algo dois muitos significativos eventos que que exigiram a descrita maratona de voos.
#1ª No dia 1º de agosto, Eduardo Ribeiro Mueller, na UFMT, em Cuiabá, defendeu no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da Rede Amazônica em Educação em Ciências e Matemática/REAMEC, na Área de Concentração: Fundamentos e Metodologias para a Educação em Ciências e Matemática a tese A EDUCAÇÃO DO CAMPO NO CENÁRIO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: DESENCONTROS E CONTRADIÇÕES.
Foram examinadores da tese que eu orientei os professores doutores Leonir Amantino Boff / Universidade do Estado de Mato Grosso/UNEMAT e Geison Jader Mello / Instituto Federal de Mato Grosso/IFMT, como avaliadores externos; como avaliadores internos: Evandro Ghedin / Universidade Federal do Amazonas/UFAM e Andreia Dalcin / Universidade Sul/UFRGS. Houve ainda leitura do parecer enviado pela Profa. Dra. Conceição Paludo / UFRGS
O Eduardo em sua pesquisa analisou (previamente) o contexto de implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na Educação do Campo (EdoC), admitindo hipoteticamente ser esta uma convivência conflituosa. Desta hipótese, se elegeu o problema: Que influências os saberes compartilhados/estudados na Educação do Campo – aqueles que representam a cultura escolar desta especificidade educacional – podem sofrer com a implantação da Base Nacional Comum Curricular? O objetivo da pesquisa foi identificar as contradições presentes na intenção política de implantação da BNCC e analisar o contexto de desencontro das concepções entre ambas: BNCC e EdoC. 
Por se tratar de uma pesquisa qualitativa baseada na Teoria Crítica, está fundamentada pelo método dialético. A concepção de EdoC adotada tem base no movimento dialético de interpretação dos processos de formação da consciência humana, naturalmente históricos, e na compreensão da luta de classes. Os resultados mostraram que o perfil curricular da EdoC de Mato Grosso possui condicionantes de classe voltados ao modelo de Educação Institucionalizada, que o aproxima mais da proposta da BNCC à própria essência da EdoC, e que as contradições evidenciadas nos discursos atestam posicionamentos de dominação, de consenso institucional, de ideologia dominante e de posicionamento político de classe. 
A banca reconheceu a pesquisa uma tese doutoral e destacou, entre outros destaque o se fazer uma história do presente, pela contemporaneidade dos estudos apresentados, como por exemplo, analisar criticamente textos da BNCC emitidos em junho de 2018.
Faço público meu reconhecimento a qualidade e significado acadêmico do trabalho do Eduardo e destaco o quanto para mim foi significativo ter sido seu orientador.
#2ª   O segundo momento muito significativo desta semana foi ter estado no último dos três dias na 14ª SEMANA DE MATEMÁTICA E FÍSICA – SEMAFIS. Semana de Matemática e Física.
A Profª. Marlúcia da Silva Bezerra Lacerda, do IFPI, escreveu para este blogue que "A SEMAFIS é um evento de caráter científico e social promovido pelo IFPI, Campus Teresina Central, foi iniciada pelos Centros Acadêmicos de Matemática e Física, buscando fortalecer um espaço de discussão sobre a Formação Docente, Educação Matemática, Física, Ensino de Ciências e outros, assim como, socializar a produção científica como forma de integrar a comunidade acadêmica.
Em 2018, o evento teve a sua 14ª edição realizada de 01 a 03 de agosto, com o tema central “Alfabetização Científica: Desafios para o Ensino de Ciências e Matemática na Educação Básica”. O público-alvo foi cerca de 350 participantes entre Professores e Técnicos da Educação Básica, Professores e Técnicos do Ensino Superior, Estudantes da Educação Básica, Graduação e Pós-Graduação e comunidade em geral. Buscou-se no 14º SEMAFIS promover diálogos, trocar experiências, ampliar e aperfeiçoar o conhecimento para formação inicial e continuada do público acadêmico.
Além de debater a alfabetização científica, enquanto uma ciência como mais uma linguagem de inclusão social, na perspectiva de possibilitar a ampliação e compreensão do mundo natural de uma forma mais consciente.” Ao final desta edição há mais informações da edição de 2018 da SEMAFIS.
Tive o privilégio na tarde desta sexta-feira de fazer a fala de encerramento para um auditório com capacidade de 250 pessoas sentadas, e com dezenas de pessoas assentadas no chão. Falei, com excelente receptividade dos participantes. Não deixei de bradar, como venho fazendo em todas minhas falas públicas: "Fora Temer!' e "Lula, Livre!" e ate adesão unânime do auditório a minha manifestação protestei também contra os cortes de verbas anunciados pela Capes.
Autografei dezenas de meus livros, tirei centenas de fotos e fui presenteado com cestas de produtos típicos com destaque para cajuína.
Na noite de sexta-feira vivi excelentes momentos de confraternização com os colegas Marlúcia, Vilani, Francimar e Etevaldo. Também com eles almocei no sábado no Encontro das águas dos Rios Poti e Parnaíba. Conheci tambem um impressionante conjunto estatuário a cerca da muito original lenda do Cabeça de Cuia, que pretendo em outro momento narrar aqui. Antes com a Marlúcia fiz um périplo turístico em mercado de artesanato e a Laboratório no IFPI que trabalha com borboletas.­
No desconfortável episódio de perda do voo na tarde de sábado, no encontro de uma solução até vantajosa tive o generoso envolvimento e a torcida generosa das colegas Marlúcia e Vilani.
Adito meu publico reconhecimento aos colegas do IFPI pela tratamento carinhoso recebido nas horas que vivi em Teresina.
Mais uma vez, para complementar informações anteriores a Professora Marlúcia escreve:
Foram muitas as atividades desenvolvidas durante o evento:
        34 Apresentações de banners
        10 Minicursos
        03 Oficinas
        04 Palestras
        01 Mesa redonda
        01 Espaço interativo com exposição de vários trabalhos envolvendo modelos didáticos criados pelos licenciandos do IFPI
        28 Comunicações orais
As palestras foram:
1.       O ensino de ciências na licenciatura: Por que uma reflexão sobre o discurso de “letramento científico”? PALESTRANTE: Prof. Me. Lourenilson Leal de Sousa (IFPI/Campus Picos)
2.       Investigação na Educação Básica: a matemática experimental. PALESTRANTE:  Prof. Dr. Roberto Arruda Lima Soares – IFPI/Campus Teresina Central
3.       História e Filosofia da Ciência no Ensino de Ciências. PALESTRANTE:  Prof. Dr. Boniek Venceslau da Cruz Silva – UFPI
4.       Alfabetização Científica: desafios para o ensino de matemática e ciências na educação básica.  PALESTRANTE: Prof. Dr. Attico Chassot – REAMEC

A mesa redonda teve como tema “A inserção da tecnologia na melhoria do ensino de Ciências Naturais e Matemática”. O Mediador foi o Prof. Dr. Antônio Sales Oliveira Coelho – UFPI. Sendo os Palestrantes: Profa. Ma. Adriana Rocha Silva- IFPI/Campus Teresina Central; Profa. Ma.  Edenise Alves Pereira – IFPI/Campus Floriano; Prof. Dr. Francisco Marcelino Almeida de Araújo - IFPI/Campus Teresina Central.