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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

23 — O que é um curso acreditado?

ANO
 11
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3270


Nesta quarta-feira, dia 22, voltei mais uma vez ao Centro Universitário Metodista IPA. Participei da banca que avaliou e aprovou com reconhecimento de qualidade a dissertação Acreditação no Arc Sul como garantia de qualidade nos cursos da área da Saúde trazida à defesa no Programa de Pós-graduação em Biociências Reabilitação pelo graduado em Educação Física Nathan Ono de Carvalho. A muito significativa dissertação teve como orientador o Prof. Dr. Jerri Luiz Ribeiro e como co-orientadora a Profa. Dra. Marlis Polidori. Participou como avaliadora pertencente ao Programa a Profa. Dra. Luciane Carniel Wagner.
Antes de trazer apreciações acerca do trabalho que conferiu, com méritos, ao Nathan o título de Mestre (na foto de casaco com o Jerri, a Marlis e comigo)  permito-me expedir dois comentários pessoais que são laterais à dissertação. A enunciação dos mesmos foi preambular a avaliação do trabalho.
O primeiro: minha referência pública sobre o quanto vir ao IPA se reveste ainda de vivências antagônicas muito díspares: agradável / desagradável. Agradável pelos múltiplos acarinhamentos que de maneira usual me são brindados por parte daqueles que foram meus colegas e também meus alunos. Ontem, os muitos afagos poderiam ser sintetizados na manifestação do Jerri ao constituir a banca: disse que eu estava ali como membro externo, mas era na verdade o membro mais interno, pela minha continuada presença no coração de todos. Desagradável porque mesmo já passado um ano de minha demissão, que continua me parecendo injusta, eu ainda não consegui elaborar o luto que tomei pela perda da sala de aula; fiz esta observação ajudado pela Luciane, que enquanto psiquiatra ratificou o quanto esses lutos não são triviais.
O segundo: refere-se a algo que de uma maneira continuada tenho vivido em bancas de mestrado e doutorado. Recebe-se uma dissertação ou tese, produto de extensos estudos do autor e do orientador e somos autorizados, enquanto membro da banca, a comentar e mais ainda, avaliar o trabalho. O texto de ontem trazia uma temática que me era totalmente desconhecida. A dissertação assentava-se em duas palavras-chaves que eu desconhecia: Acreditação / Arc Sul e isso me levou a mares nunca dantes navegados.
Vi que primeira deveria revisitar o Mercosul, pois eu não tinha claro quais os países membros. Ciceroneado pela Wikipédia revi que “o Mercado Comum do Sul, mais conhecido como Mercosul (em castelhano: Mercado Común del Sur, Mercosur; em guarani: Ñemby Ñemuha), é uma organização intergovernamental fundada a partir do Tratado de Assunção de 1991. Estabelece uma integração, inicialmente, econômica [...] comum entre os países-membros. Situados na América do Sul, são atualmente quatro membros plenos. Em sua formação original, o bloco era composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai; mais tarde, a ele aderiu a Venezuela, que no momento se encontra suspensa”.
Recordei, então, que o Mercosul suspendeu o Paraguai por causa do impeachment do presidente Fernando Lugo em junho de 1992. Os presidentes da Argentina, Brasil e Uruguai disseram que o Paraguai permaneceria fora do bloco até a próxima eleição presidencial em abril de 1993. Ocorreu-me e externei isso ontem, que se houvesse isonomia o Brasil por ora, por estar sob a égide de um governo ilegítimo, também devia estar suspenso. Mas...
O Sistema de Acreditação Regional de Cursos de Graduação — Sistema ARCU-SUL — é resultado de um Acordo entre os Ministros de Educação de Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Chile, homologado pelo Conselho do Mercado Comum do MERCOSUL. O sistema executa a avaliação e acreditação de cursos universitários, e é gerenciado pela Rede de Agências Nacionais de Acreditação, no âmbito do Setor Educacional do MERCOSUL.
O Sistema respeita as legislações de cada país e a autonomia das instituições universitárias, e considera em seus processos apenas cursos de graduação que tenham reconhecimento oficial em seu país e com graduados. O Sistema ARCU-SUL oferece garantia pública, entre os países da região, do nível acadêmico e científico dos cursos. O nível acadêmico será estabelecido conforme critérios e perfis tanto ou mais exigentes que os aplicados pelos países em seus âmbitos nacionais análogos.
O Setor Educacional do MERCOSUL (SEM) teve seu início em1991, quando o Conselho do Mercado Comum criou a Reunião de Ministros da Educação dos Países Membros do MERCOSUL (RME) como órgão encarregado da coordenação das políticas educacionais da região. "Um sistema de acreditação de cursos como mecanismo de reconhecimento de títulos de graduação facilitará a mobilidade na região, estimulará os processos de avaliação com o fim de elevar a qualidade educacional e favorecerá a comparabilidade dos processos de formação em termos de qualidade acadêmica."
O trabalho do Nathan foi entrevistar quase duas dezenas de autoridades educacionais ligadas a avaliações institucionais nos pais membros do Mercosul visitando estes países para verificar o quanto a acreditação de cursos da área da saúde tem facilitado a mobilidade de docentes e discentes favorecendo a qualidade acadêmica. 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

20 — A uma leitora com gratidão

13 — A uma leitora com gratidão

ANO
 11
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3269

A frequência de duas a três edições por semana está há muito superada neste fevereiro. Mas nos últimos dias rareia a escrita. Não foi a overdose de férias. Muito menos este calor beirando aos 40ºC. Posso dizer que estou sucumbindo em fazeres. Há três dias me envolvo na preparação da oitava edição de A Ciência é masculina: É, sim senhora! Devo terminar, amanhã.
Mas esta noite li uma postagem no Facebook faço pública aqui nesta blogada. Alice Ruth Barão escreveu.:
Bom dia Prof. Acabei de ler seu belo livro "Memórias de um Professor".
Estou encantada!
Por conhecer melhor uma vida rica na realização maior que é o ensinar.
Por encontrar tantas similaridades conosco, os quase idosos, que, embora não tenhamos realizado tanto, também vivenciamos muito do que o Sr. o fez. (Principalmente as vicissitudes). 
Estou encantada sobretudo, com sua maneira quase poética de contar seus "casos" e acasos, tornando o livro mais que uma leitura didática, uma experiência lúdica que, ao chegarmos ao final, nos deixa a alma leve e com a sensação de que somos, pelos menos por alguns momentos, reais participantes de sua vida. 
Um grande abraço e muito obrigada pela dedicatória no livro.
A Alice Ruth Barão poderia ser trazida aqui por diferentes credenciais. Dou dois títulos a esta mulher que sei apaixonada pela leitura. Um, é sogra de minha queridíssima amiga e colega Clóvia. Outro, é mãe de um amigo muito cordial: o Fábio Barão. Os dois – Clóvia e Fábio — são renomados professores da Universidade de Passo Fundo.
Escrevi assim, em comentário no Facebook:
Parte inferior do formulárioMuito querida Ruth,
 nesse dia em que o calor quase me vence ou pelo menos posso responsabilizá-lo por mal-estar desta segunda que já sabe a Carnaval, sou brindado por teu belo e generoso comentário acerca de ‘nossas’ memórias. O adjetivo possessivo não um plural majestático. Quando te lia, dei-me conta que as memórias são nossas. Elas são minhas e são tuas (Rute, enquanto, minha coetânea sabes dos tempos que falei); são por exemplo da Clovia (que comigo espalha a mesma centelha de semear alfabetização científica) e são do Fábio (que sabe acolher e promover aquerenciamentos. São de muitas mulheres e muitos homens que nestes anos compartilhara com cada uma e cada um de nós fazendo tessitura para tornar o Planeta mais habitável.
É muito bom tê-la como leitora. Com espraiada gratidão, achassot

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

13 — Sinal dos tempos: prêmio de Arquitetura 2016

ANO
 11
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3268


Uma notícia recente do El País de Madrid: “Ikea redesenha os campos de refugiados. Uma vivenda, formada por 68 peças, que se monta em quatro horas encomendada pelo ACNUR (Alto Comando das Nações Unidas para Refugiados) ganha o prêmio de melhor contribuição da Arquitetura em 2016. Mais da metade dos refugiados (há mais 33 milhões, na verdade sãos os afortunados que conseguiram fugir de guerras, às vezes apenas com um celular ou uma foto...) são crianças.
Primeiro, como a IKEA não está presente (ainda) no Brasil, uma pequena descrição da mesma, ajudado pela Wikipédia: IKEA é uma empresa transnacional privada, de origem sueca, controlada por uma série de corporações sediadas nos Países Baixos, especializada na venda de móveis domésticos de" baixo" custo. Com 238 lojas em 34 países. A empresa distribui seus produtos por uma rede de revendas próprias; a característica principal da IKEA é que seus produtos são criados para que sejam montados pelos próprios clientes. O catálogo IKEA, contendo cerca de doze mil produtos, tem uma tiragem de cerca de 175 milhões de cópias anuais mundialmente e é distribuído gratuitamente através dos correios ou nas lojas. Tiragem maior que a da Bíblia (estimado entre 53 e 100 milhões de cópias anuais).
Eis a notícia da premiação, com excertos colhidos da imprensa:  O abrigo para refugiados Better Shelter projetado pela organização social de mesmo nome em parceria com a agência para refugiados do ACNUR com o apoio da gigante sueca de móveis Ikea ganhou o prêmio Beazley de Design do Ano. Além do grande prêmio, o Better Shelter (Abrigo Melhor, em tradução livre do inglês para o português) também levou o Beazley de Arquitetura, uma das seis categorias da premiação que já está em sua nona edição.
Better Shelter venceu 70 projetos participantes, que disputaram prêmios nas categorias Digital, Fashion, Gráfico, de Produtos e de Transportes, além de Arquitetura. Os critérios de nomeação levaram em conta se os inscritos promoviam a mudança para formas diferentes de se viver, se captavam o espírito do ano (que, neste caso, foi 2016), se permitiam o fácil acesso e se iam além da prática do design.
No campo de refugiados de Kara Tepe, na ilha grega de Lesbos, o abrigo criado pela parceria entre a Ikea, a Better Shelter e a ONU já é usado. Foto: Reprodução/Better Shelter. As estruturas são usadas como casas, clínicas e escritórios em campos de refugiados em países como Iraque, Grécia e Nigéria.
Atualmente, há 16 mil unidades do abrigo Better Shelter espalhadas por países como Iraque, Grécia e Nigéria, usados como casas, clínicas e escritório nos campos de refugiados. Feito de plástico reciclável, cada um pode ser montado em até quatro horas e é capaz de comportar até cinco pessoas. A estrutura é equipada com painéis solares que fornecem luz elétrica e energia para carregar aparelhos.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

10 — Um Espirito Santo desassistido

ANO
 11
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EDIÇÃO
3267


Parece difícil retomar as blogadas de rotina: com duas ou três edições semanais, depois da série férias 2017, que teve 24 edições em dias consecutivos. Recomeçar é preciso.
Na primeira semana depois das férias, tive o tom de como será o clima para minhas viagens. Em um mesmo dia, tive três cancelamentos de atividades previstas para este mês de fevereiro. Duas, por instituições não disporem de verbas para participação presencial em bancas. Estas se realizarão com intervenções à distância.
Mas houve uma que prova o quanto este país é sério, para fiscalizar pequenos valores. Viajei em janeiro para bancas na REAMEC, às custas de uma universidade federal. No dia de encerramento das atividades foi feito o relatório com a comprovação de viagem e de missão cumprida. Não sei se o funcionário que recebeu o documento o extraviou ou entrou em férias. Quando neste mês o IFSC quis emitir uma viagem para que eu fossenesta quinta-feira à Jaraguá do Sul, não pode fazê-lo, pois a UFAM não conhecera ainda a prestação de contas. E eu deixei de fazer duas palestras previstas há um tempo. “É incrível, mas verdadeiro!...” como na série das estampas Eucalol (que catalisaram meu aprendizado deHistória e Geografia, em minha infância).
O Brasil e mesmo muitos no exterior acompanham estarrecidos o que está ocorrendo naquele que dentre as 27 unidades federativa é o único estado brasileiro com invocação divina em seu nome. Vejam que os catarinenses foram mais modestos na invocação. Os capixabas, mesmo professando fé na trindade, parecem desassistidos. Não vou falar das tragédias. O que mais impressionou a muitos foram as cenas de indivíduos, que parecem ser de posses, saqueando. O roubo era livre.
Trago do cenário turbulento do Espírito Santo uma foto que vi publicada em Zero Hora de ontem (09/02/2016). Os créditos dão de Wilton Junior, Agência Estadão. Não a encontrei na rede. Fiz foto da foto.
Não sei a que força militar pertencem estes policiais. Mas o que me surpreendeu — e por tal trouxe a foto aqui — é que o smartphone, que não conhecíamos há 10 anos, não está presente apenas nas rotinas de nossos cotidianos, mas já compõe o armamento militar, que parece indispensável.Esses se diz serem os novos tempos. Vivamo-los da melhor maneira possível. Um bom fim de semana a cada uma e cada um.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

06— Um adeus às férias!!!

ANO
 11
Agora....PARIS, LISBOA e PORTO ALEGRE
FÉRIAS 24/24
EDIÇÃO
 3267

Esta é 24ª e última edição da série férias 2017. Ela é postada em Lisboa, o que significa mais um país de onde este blogue já foi postado. Deixamos Paris às 7h (3h do Brasil); partíramos rumo ao aeroporto de Orly às 5h (2h BSB). Chegamos em Lisboa às 8h (6h BSB, agora a diferença de fuso é de apenas 2h). O voo serviu além de admirar um nascer do sol sobre as nuvens para recuperar um pouco o sono raptado da madrugada parisiense. A temperatura da manhã lisboeta é agradável: 10ºC.
A partida do voo para Porto Alegre está prevista para às 11h (9h BSB) para chegarmos (depois de quase 12 horas) quase 21h. Assim agora, cerca de 7h no Brasil ocorre esta postagem.
Antes de um registro acerca de nosso fazer turístico de ontem, agrada-me a agradecer aqueles que aderiram ao meu convite de fazer-me parceria em mais um desses relatos de minhas férias.
As edições Férias 2017 deste ano tiveram em média 320 leitores a cada dia. Houve dois picos de mais de 700. Meus agradecimentos mais especiais são aqueles que me honraram com seus comentários aqui, nesses dias.
Permito-me personalizar por primeiro, a Elzira, que desde Maravilha SC é por mais tempo fiel leitora deste blogue. Sou grato aos sempre pertinentes comentários relâmpagos do meu colega Vanderlei de Frederico Westphalen. Enriqueço-me com comentários do Guy, que desde Atlanta USA, fez postagem de fôlego.  O Vinicius, meu colega da Universidade Federal de Viçosa e que fez postagem desde Sidney na Austrália, e que agora começa o cruzeiro que fizemos. Por último, e por tal talvez o mais significativo regozijo por um novo comentarista aqui: o poeta Élcio Mário, de Sorocaba SP. Todos sabemos que neste fabuloso binômio: escrita<>leitura. Sabermo-nos lido é significativo. Por tal a minha gratidão carinhosa aqueles que trouxeram seus comentários aqui. Vocês foram especiais para meus narrares cotidianos.
Evidentemente, merecem meus agradecimentos especiais esta legião de centenas de leitores anônimos. Eles foram/são impulso para, mesmo cansado, propor-me a fazer uma partição de meus fazeres de cada dia.
Como anunciara ontem, o fazer turístico no domingo parisiense foram cinco horas passadas em La Cité des Sciences et de l'industrie, no Parque de la Villete descrito ontem. Das 11h às 16h vimos muitas mostras nesse recinto que desde a primeira vez que vim à Paris, em 1989 me encanta. Primeiro vimos uma excelente exposição: O que há de novo na Idade Média? Há tão preciosas informações que gostaria de ter o privilégio de durante um mês percorrer uma hora por dia esta exposição.
Outro momento privilegiado foi durante uma hora ver as proezas de um neto de 4,5 anos viver experiência lúdicas na Cité de les enfants em mais de uma dezena de espaços com atividades para crianças de 2 a 7 anos. Há algo similar para crianças de 7 a 12 anos.Vimos situações inenarráveis. Mais uma vez ratifica-se um consenso: crianças dos países centrais têm oportunidades de desenvolvimento que aquelas de países periféricos não têm.
Além destas duas atividades acompanhamos muitas outras atrações magnificas. Já sonhamos voltar mais uma vez a La Villete. Um detalhe lateral: a nossa ida e volta teve influencias de um mega engarrafamento gerado pelas comemorações do ano novo chinês na região de Las Olimpiades.
Mais uma vez obrigado a todos. Amanhã volto ao mundo real, feliz pelos conhecimentos amealhados.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

05 — O Jardim das Plantas

ANO
 11
Quase dando adeus à P A R I S
FÉRIAS 23/24
EDIÇÃO
 3266


Já estamos em operação despedidas. Nesta segunda partimos. O sábado aqui foi chuviscoso e frio. Era escuro, com ventos de pôr guarda-chuvas ao avesso, quando fui a uma boulangerie fazer uma das coisas mais típicas dos parisienses: comprar baguetes. Isso traduz o tom doméstico do sábado.
A tarde fizemos um lindo passeio. Fomos ao Jardim das Plantas ou Jardin des Plantes, um histórico jardim botânico, parte integrante do Museu Nacional de História Natural. O Jardin des Plantes, muitas vezes presentes nos meus estudos de biologia, está situado entre a Grande Mesquita, o Campus Universitário de Jussieu e o Rio Sena.
Esta instituição, de 23,5 hectares (insiro um mapa para dar uma ideia das múltiplas ofertas), tem como patronos Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon e Jean-Baptiste Lamarck; além de Lamarck e Buffon reencontramos muitos outros nomes familiares, especialmente da botânica. Inaugurado em 1640 era uma joias da realeza e durante quase 1,5 século os reis deixaram marcas  de seu amor às Ciências Naturais. Depois da Revolução de 1789, continuou a ter investimentos por parte da República.
Das diferentes exposições que visitamos — poucas dentre as muitas possíveis — foi a de anatomia comparada, através de esqueletos para se ver a evolução das espécies, com um evidente destaque aos primatas.
Visitação dos imensos jardins externos, imaginamos que ao começar a primavera quanto mais bonito será uma estada no Jardin de Plantes, com as plantas com suas folhagens viçosas e flores perfumadas e coloridas. É bom que já ficam planos.
Neste domingo, quase como uma sobremesa da viagem, pretendemos voltar a la Villette que é um parque urbano em Paris em 55 hectares de um antigo abatedouro ele é o maior parque da cidade de Paris e sua segunda maior área-verde (depois do Cemitério do Père-Lachaise). O parque abriga construções públicas voltadas à Ciência e à Música, além de muitos jardins com formas e funções distintas. Quando Bernard Tschumi venceu a concorrência para o projeto do parque, discutiu sua proposta do projeto com Jacques Derrida.
Um dos muitos destaques de La Villete é La Cité des Sciences et de l'industrie (ou Cidade da Ciência e Indústria) é uma entidade especializada na divulgação de estabelecimento da cultura científica e técnica. Criada por iniciativa do Presidente Giscard d'Estaing, para disseminar a Ciência  aum grande público, especialmente crianças e jovens, o conhecimento científico e tecnológico e despertar o interesse dos cidadãos sobre questões sociais relacionadas com a ciência, investigação e da indústria.
Logo, o último dia antes do grande retorno, parece prenhe de planos. Assim que venha o domingo.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

04 — No Museu do Homem

ANO
 11
Uma vez mais…. P A R I S
FÉRIAS 22/24
EDIÇÃO
 3266


A sexta-feira começou ensolarada em Paris, com temperatura agradável (em torno de 8ºC), mas o entardecer, pelas 17h, era chuviscoso e frio. Nestes dois cenários estava na rua: no primeiro, me encaminhando e no segundo, retornando da atração maior de meu fazer turismo, ontem: o Musée de l'Homme ou o Museu do Homem, localizado na estação de metrô Place du Trocadéro, a mesma para visitar a Torre Eiffel.
Fiquei mais de 4 horas no museu (em dia que houve um araque no museu do Louvre) e se o cansaço não me vencesse, havia exposições por ver para, no mínimo, outras quatro horas. Não tenho como fazer uma síntese do que vi e aprendi no museu etnográfico de Paris fundado em 1878 como Museu Etnográfico do Trocadéro. O Museu do Homem foi criado por ocasião da Exposição Universal de 1937, a partir de coleções e acervos que vinham sendo reunidos desde o século 16.
Atualmente, o Museu do Homem é vinculado ao Museu Nacional de História Natural apresentando um vasto painel relativo às ciências humanas, com itens que vão da pré-história até a contemporaneidade, passando por áreas como antropologia, etnologia, arqueologia, biologia, meio-ambiente, história e geografia, sempre tendo a raça humana, com sua evolução e cultura, como ponto focal.
A extensa exposição permanente procura responder em três pavimentos a três grandes perguntas: Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos?
Estas perguntas vão sendo respondidas em diferentes dimensões, destacando a nossa história evolucionista. Há também, nesta mesma linha, muitas outras exposições laterais. 
Um detalhe que também teorias científicas que não tiveram sucessos são trazidas ao público. Assim a frenologia [uma teoria que reivindica ser capaz de determinar o caráter, características da personalidade, e grau de criminalidade pela forma da cabeça (lendo "caroços ou protuberâncias") (Wikipédia)] e outras propostas em busca do ‘corpo perfeito’.  
Diferentes mostras como por exemplo, o smartphone se fez quase universal quanto ao uso, mas individual no tipo de capa ou na configuração da página de abertura. Outro segmento significativo é acerca da domesticação de animais e plantas, por exemplo, o arroz originado na China hoje tem consumo universal. Para ilustrar um dos segmentos trago uma ilustração na foto que fiz de um ônibus de Dakar. Outro tema destacado é a arqueologia da saúde, na busca dos conhecimentos primevos. Claro que me lembrei da tese de doutorado da Irlane Maia defendida há menos de um mês em Manaus.
O artista convidado para exposição temporário é o brasileiro, nascido na Polônia, Frans Krajcberg, conhecido escultor que na defesa da Amazônia usa material resíduos das queimadas de florestas. A foto é de uma das esculturas expostas.
Comprei livros que vão me ajudar em meus estudos. A propósito alegra-me dedicar esta blogada ao museólogo e museófilo Guy Barros Barcellos, que o criador de museus natureza. Muito do que vi no Museu do Homem parecia ter assinatura de meu colega e amigo Guy.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

03 Em um momento lutuoso

ANO
 11
Uma vez mais…. P A R I S
FÉRIAS 21/24
EDIÇÃO
 3264


Esta edição abre com uma muito sentida manifestação de dor pela morte de MARISA LETÍCIA LULA DA SILVA (1950—2017). Uno-me à dor do Presidente Lula e de todos que sentem esta morte prematura, talvez, causada por calúnias e injustiças. Obrigado, dona Marisa, pelas bandeiras do PT que nos ensinou a coser.

Há que fazer uma correção acerca da referência ao Jamil ontem referido como sendo o primeiro cidadão da AEU que conhecemos. Foi ele que nos trouxe ao aeroporto na manhã de ontem, por tal esta retificação a posterior.

Ele, mesmo nascido nos AEU, filho de pai emirático não é cidadão dos AEU, porque sua mãe — uma das três esposas de seu pai — é inglesa. Isso evidencia como dentre filhos de um mesmo pai há discriminações, pois uns podem ser privilegiados e outros não. Assim, não falamos, e provavelmente, não vimos, nenhum emirático nos dias que estivemos nos AEU.

Nosso retorno do mundo arábico intra Golfo teve inicialmente um voo de 80minutos de Abu Dhabi à Doha. A estada na capital do Qatar foi alargada em uma hora pela diferença de fuso. Ficamos em lounge de companhia aérea catarense tido como o melhor do mundo. É muito bonito, mas não sei avaliar o título triunfalesco.

Quando relatei encantado, há duas semanas, a viagem Paris/Doha, referindo que fora quase um tapete mágico o voo era da mesma companhia e de mesmo preço para trecho inverso. Tínhamos então imensas (e exageradas) expectativas de repetir o bem-estar cantado então. A troca de modelo de aeronave de um Airbus 380 na ida por um 330, agora foi parte da frustração. Enfim, as sete horas de viagem de volta foram tediosas.

Chegamos em Paris às 20 horas em Doha já era 22h e em Abu Dhabi, de onde partimos, 21 horas. Para quem deixara o Hotel às 8 horas, mostra que 13 horas é de bom tamanho para achar a viagem cansativa.

Já era bem mais 21h (17h, em Porto Alegre, pois, agora voltamos a ficar com quatro horas em relação a Brasília) quando saímos do aeroporto com uma agradável temperatura de 14ºC para uma noite cerrada do inverno parisiense. Logo, podemos ser reabastecidos de notícias do lutuoso momento brasileiro pelos 
jornais 247 e Diário do Centro do Mundo.

É doloroso ver-se, na contemplação da morte de dona Marisa, como o Brasil, desde o dia da vitória de Dilma na reeleição, ficou dividido em duas partes que não são capazes de se entender, fazendo que a cada dia afundemos mais como nação. Talvez o luto de hoje possa catalisar entendimentos.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

02.— Adeus ao acolhedor mundo da Península Arábica

ANO
 11
Farewell to the cozy world of the Arabian Peninsula
FÉRIAS 20/24
EDIÇÃO
 3264


Esta é 14ª — e última — edição postada no encantador mundo árabe que nos acolheu desde o dia 18 de janeiro, quando chegamos à Doha e de quem nos despedimos hoje, quando depois voarmos de Abu Dhabi para Doha e daí viajarmos para Paris, teremos encerrada a parte principal de nossas férias.
Foram 16 dias (15 noites) onde estivemos, pela primeira vez, em três países [Qatar, Omã e AEU (Emirados Árabes Unidos)], em cinco cidades (Doha, Khasab, Mascate, Dubai e Abu Dhabi) e três moedas. Acerca de cada dia busquei trazer algo. É natural imaginar o quanto esta tarefa é difícil e por tal, incompleta. Não nos despirmos de nossos óculos para ver o mundo dos outros parece natural. É mais fácil procurar enquadrar os outros em nosso modelo. É mais fácil aceitar, por exemplo, que todos sejam (e se comportem como) cristãos e perguntar porque os islâmicos não são como nós.
Não consigo fazer uma síntese da viagem: vimos e vivemos situações muito diferentes daquilo que usualmente estamos insertos. Talvez, a melhor constatação seja esta: nunca estivemos (e parece não existir) em um lugar no Planeta, que tenha mudado tão fantasticamente em período de 50 anos.
Vimos fotos de Abu Dhabi dos anos 1960, que se assemelham a uma aldeia de nômades, no meio do deserto. Quando se abre os olhos para a realidade, se vê um mundo real, excepcionalmente, moderno e deslumbrante, nada parecido com qualquer outro sítio que conhecemos. As duas fotos que ilustram esta edição são: a primeira, uma reprodução de Abu Dhabi, nos anos 1960, que colhi no Museu da Heritage Vilage; a segunda, fotografei Abu Dhabi desde a Heritage Vilage, no mesmo cenário da foto anterior.
Há dois tempos históricos: Before the oil //After the Oil ou Antes da descoberta de Petróleo // Depois da descoberta do Petróleo. O petróleo foi descoberto aqui em 1958.
Abu Dhabi detém 95% do petróleo e 92% do gás natural. Abu Dhabi detém 9% das reservas comprovadas de petróleo do mundo e quase 5% de gás natural do mundo.
Na manhã desta quarta-feira visitamos primeiro a Heritage Vilage, um amplo complexo com precárias tentativas de reproduzir a vida na região antes da descoberta do petróleo. Há a impressão que não guardaram nada e, então, fizeram reproduções quase grosseiras do que deveria ter sido os assentamentos urbanos na primeira metade do século 20. Há um museu e uma exposição de diferentes artífices mostrando como eram os fazeres então.
À saída da Heritage Vilage, na busca de um táxi, o acaso nos presenteou com o Jamil (nome fictício). No começo a conversa foi cautelosa entre as duas partes, para logo sabermos que estávamos pela primeira vez em contato com um emirático, isto é um dos 18% que não fazem parte dos ditos expatriados (=emigrantes de outros países) que vêm aos AEU para trabalhar.
Jamil é professor de Educação Física, mas não encontra colocação pois não há interesse naquilo que ensina. Ele estudou oito anos em Manchester no Reino Unido, onde obteve o PhD. A conversa era agradabilíssima e isso nos fez alterar planos. Jamil nos levou aos mercados de tapetes, de tâmaras, de peixe, plantas, de flores... Aprendemos muito.
Agora estou deixando o admirável mundo árabe. Sonhos? Sim. Pelo menos dois. Um dia voltar a região são para fotografar mesquitas, de todos os tamanhos e de todas as cores. O outro: ser fluente em árabe para poder conversar com homens e mulheres da região para elucidar minhas muitas perguntas.
Numa linguagem temeriana me dirião: interrogações? Sempre te-las-ei... Mesmo assim, valeu navegar em mares nunca dantes navegados. Até a próxima blogada, talvez de Paris, onde até a manhã de segunda posfacieremos estas férias.