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sexta-feira, 27 de julho de 2018

27.— Loas à curiosidade na semana de aniversário

ANO
 12
EDIÇÃO COMEMORATIVA 13º aniversário
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3362



No próximo dia 30 este blogue completa 13 anos. A primeira edição foi em 30/07/2005. Desde esta data até 30/11/2009 o endereço era achassot.blog.uol.com.br isto é o Blog de Attico Chassot era um UOL Blog. No dia 01/12/2009 a bandeira passou a ser o blogspot.
Destes 13 anos em oito esse blogue foi diário. Hoje não consigo imaginar como conseguia fazer blogadas diárias. Nos quatro anos seguintes houve no mínimo de duas a três edições semanais. Mais recentemente as edições passaram ter periodicidade semanais, coincidindo a edição com o final da tarde de sexta-feira ou no início do Shabath.
As cerca de 3.360 edições poderiam ser pensadas em algo como 40 livros de cerca 250 páginas. Uma produção assim disponibilizada para mais de uma centena de leitores diariamente só é viável em suporte digitais.
Há um ano escrevia: Aniversários marcam a nossa completação — num período de 365,25 dias — de uma volta de nosso Planeta ao redor do Sol, são usualmente festejados. Mas também são próprios para balanços e tomada de decisões. Festejamentos não cabem. Os tempos temerosos são lutuosos. Vivamos o direito dado pelo impostor. Este breve excerto da edição do 12º aniversário pode ser trazido aqui como um réquiem à Educação, à Cultura e, também, à Economia.
Os tempos temeroso se agudizaram ainda mais. O golpe está ainda mais despudorado.
 Neste 13º aniversário é o aniversariante que deseja dar o presente. Mesmo que de uma maneira explicita não advogue, meus blogares querem ser um estímulo à curiosidade e é a ela agora se tece loas.
Há um ano assisti Amoz Os, escritor israelense nascido em 1939 na palestra “Meus livros, meu país, minha política” com a qual encantou o auditório e que foi ovacionado ao defender a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina, mesmo que isso lhe granjeie o reconhecimento de ‘espião no seu próprio país’.
Adicionar legenda
O destaque que trago nesta edição de aniversário é a adesão que vi expressa a algo que tem sido chamamento em minhas falas. A exigência de sermos curiosos. Hoje, a curiosidade se faz muito mais fácil em termos respostas a nossos interrogantes.
Amós Oz defende que a curiosidade deveria ser considerada como uma virtude moral. Assim como ela é a força propulsora de sua literatura – fazendo com que se coloque sempre no lugar do outro e enxergando novas perspectivas — ela faz com que o ser humano se torne melhor. “Eu acredito também na bênção da curiosidade em tempos de conflitos políticos, religiosos, ideológicos e pessoais. Não porque a curiosidade possa sarar tudo, mas porque a curiosidade, não menos do que o humor, é um antídoto poderoso ao fanatismo”, destacou.
Colho esse excerto imerso em evocações que alguns de nós ouvimos na infância e mesmo na adolescência: “Menina, não seja curiosa!” ou “Menino, não seja curioso!”
O escritor e comentarista deste blogue Élcio Mário Pinto, de Sorocaba, a propósito escreveu: “Aos que acreditam, cabe: ‘Senhor, não permita que em mim, a curiosidade se finde. Não permite que o meu descanso seja a distância do querer aprender, saber e descobrir. Não me deixe, tão sossegado e apaziguado, que não mais me interesse por encontrar as razões, as causas e os motivos do que acontece’. Aos que optam por outras vias de existência, cabe o entendimento de que, sem curiosidade, estar não passa de ser sem razão de existir. O que sobra de mim se perder a curiosidade ou se a tirarem de mim?
Se, pela tortura, pelo engodo, pelas mentiras e por todas as maldades daqueles que querem me convencer de que os bonzinhos são os que saqueiam nosso país ou pelas informações, intencionalmente, escondidas, sem a curiosidade para entender o que fazemos e o que fazem de nós pelo que fazemos ou deixamos de fazê-lo, não importa. Importa é que sem a santa curiosidade dos crentes ou o desejo profundo do entendimento, impedidos ou mortos, não há existência digna para a criatura humana.
 Por isso, sonho e defendo que em cada querência, em cada casa e em cada canto, a curiosidade sobreviva e grite liberdade, contra o golpe que, ainda, resiste. Maldito seja!

  

sexta-feira, 20 de julho de 2018

20.- POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL PÓS-GOLPE



ANO
 12
Livraria virtual
Www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3361

Esta edição abre com um convite, ou melhor, com um duplo convite.
Nesta terça-feira, 24 de julho, às 19h30min, na reunião da ANPED SUL, que ocorre na Faculdade de Educação da UFRGS, haverá o lançamento do livro POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL PÓS-GOLPE organizado por José Clovis Azevedo e Jonas Tarcísio Reis.
No 38º Encontro de Debates sobre Ensino de Química que ocorrerá na ULBRA, em Canoas, no dia 19 de outubro (segundo dia do evento) às 14h30min haverá um debate acerca do mesmo livro (vale alertar que estaremos então no período entre o 1º e o 2º turno das eleições para Presidente da República e governadores) com os dois organizadores e Guy Barcellos do qual eu farei a mediação. Ainda no mesmo dia às 17h30min haverá mais uma sessão de lançamento do mesmo livro.
Neste livro, fui distinguido pelos dois organizadores para fazer o posfácio. Adito a esta blogada alguns excertos, na tentativa de dizer um pouco da obra, para qual fiz os convites acima.
[...] Os dias que vivemos — descritos na apresentação deste POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL PÓS-GOLPE pelo Jose Clovis e pelo Jonas e também por outros colegas que eles amealharam para tecer este livro — detêm o gosto adstringente de um caqui verde. Estes dias nos fazem, em muitos momentos, intelectualmente estéreis. Eu, por exemplo, recordo o atordoamento intelectual que fiquei naquele macabro 31 de agosto de 2016 na votação do impeachment da Presidente Dilma ou daquele macabro sábado, 07 de abril de 2018, quando o Presidente Lula ‘entregou-se’ a prisão. Em uma e outra situação fiquei mais de uma semana com dificuldades para redigir mais livremente um texto.
Outra marca que esses dias temerosos imprimem em mim: a abstinência de ler ou ouvir notícias. Era viciado em rádio e jornal. Hoje busco jejuar mentiras da imprensa hegemônica. Isso traz consequências. Ficamos desinformados também das boas notícias. [...]
Outra consequência da renúncia a notícias é que nos fazemos alienígenas na nossa pátria. Eu, que me considero instruído, tenho uma imensa dificuldade de entender o sistema judiciário brasileiro. Que não entenda como nos Estados Unidos o candidato mais votado possa não ser o eleito... vá lá. Agora como o Gilmar Mendes solte quem lhe dá na veneta é muito complicado. Assim, quando o Cunha fez tramitar o impeachment da Presidente de Dilma não se afigurou golpe, pois se dizia ser um ‘impeachment constitucional’ logo legal. Assim não cabia manifestação contrária. Ledo equívoco.
Desde 31 de agosto 2016 todas as minhas palestras — e já superam a centena — e nas bancas que participo se iniciam com ’Fora Temer, o ilegítimo e corrupto!’. Agora, adito ‘Lula livre!’ [...]
Tento fazer o posfácio que me foi solicitado. Não vou considerar o Priberam que diz: Posfácio: Advertência colocada no fim de um livro. Desejo ir um pouco além de uma lapidada advertência que podia ser trazida ao final deste livro tal como: Ratifico os organizadores e autores: Este livro mostra como um governo golpista e corrupto pode destruir sonhos e dilacerar políticas educacionais significativas construídas em tempos democráticos. Democracia também faz bem à Educação.
[...] Acredito que a qualquer leitor que chega a este posfácio, depois de ler uma dezena de capítulos precedentes sabe o que lhe cabe enquanto se anuncia que livro terminou. Como o ‘ite missa est’ não encerra a missa, se espera sonhadoramente que os fiéis levem o ‘ensinado’ mundo afora...
Este posfácio não é para manifestar júbilo pelo término de um livro e muito menos para destacar o que ele tem de mais sumarento — isto os organizadores fazem texto preambular — mas com muita esperança, se deseja que este texto catalise ações para sair a semear propostas para pensar que vamos fazer para recuperar o que foi e está sendo demolido pelo golpismo. Mas, como se verá um pouco adiante muitas das sementes a semear foram modificadas e se fez delas sementes estéreis em uma segunda geração, assim como agem gananciosamente as grandes sementeiras apátridas. Aliás, ‘eles’ usam a mesma enganação que a Monsanto (ora se transmutando em Bayer) relendo Organismos Geneticamente Modificados OGMs como Organismos Geneticamente Melhorados.
[...] Os sinos dobrando a finados que faz este POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL PÓS-GOLPE tornar-se um livro muito mais uma narrativa de um passado frutuoso muito próximo e funéreo. Mas há que laborar com utopias. Este livro pode e deve catalisar experiências buscando a emancipação de alunos do ensino médio mesmo que esses fazeres se constitua até em atos de desobediências arrojadas. O livro para o qual se tece este posfácio se constitui, também, em excelente antídoto a uma praga que insiste em proliferar: a Escola sem partido.
[...] O que não podemos fazer é sepultar sonhos por meio de nossas continuadas tentativas de um Ensino Médio Politécnico, em que o principal elemento conceitual beneficiário seja a construção do processo emancipatório dos sujeitos estudantes, procurando entender tal concepção inserida na perspectiva de uma educação integral. Sonhar é preciso. Assim, sonhemos!
Quando muitos sonharem juntos os sonhos se transformarão em realidades.
Attico Chassot,
na Morada dos Afagos,
 ainda condoído pelo 7 de abril de 2018,
 dia da prisão do Presidente Lula,
talvez o dia mais triste da história recente.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

13.,- DOIS CANADAS NEM SEMPRE VISTOS PELOS TURISTAS



ANO
 12
Livraria virtual
Www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3360
É uma aziaga sexta-feira 13. Escrevo em Vancouver no Canada. Há uma semana vivo uma realidade inédita para mim.
Quando se está a primeira vez em um país, como turista usualmente, se busca ratificar ou retificar nosso Imaginário acerca do país.
Este imaginário foi construído ao longo de nossa história: os livros que lemos, os filmes que assistimos, os noticiosos e, talvez, algumas aulas de geografia decoradas.
Chegados ao país visitado o nosso imaginário vai se transformando em realidades pelo que observamos, pelo que vivemos e assim por diante... a ratificação ou a retificação depende de quanto trouxemos em nosso imaginário.
 Parece haver alguma diferença significativa quando se trata de um país muito desenvolvido ou quando estamos num país de menor qualidade de vida.
Há uma semana cheguei pela primeira vez ao Canadá; mais precisamente a Vancouver, única cidade canadense que visitei. Parece que trazia uma boa generalização acerca do país; mas acerca da cidade conhecia muito pouco.
Em uma semana foi relativamente fácil dar por existente aquilo que esperava encontrar em um dos países mais desenvolvimento do planeta. Isto é desenhar uma grande metrópole capitalista do século 21.
Maciços formados por altos edifícios, muitos com uma arquitetura imponente que dá a Vancouver o título de ‘cidade de vidro’. Vi logo um muito eficiente sistema de trânsito com muitos carros, ou melhor com muitos carrões, se deslocando de maneira continua por avenidas margeadas por árvores e muitas flores; essas avenidas, em muitas situações têm sobrepostas outras rodovias que se interconectam por rotatórias que à primeira vista parecem ser complexos labirintos.
 Estava numa cidade que tem um dos portos mais movimentados da América e o contato da cidade com o mar oferece inúmeras atrações turísticas, que não tenho condições de descrever.
Uma imponente capital do Século 21 tem, como Vancouver, muitos movimentados mercados onde a oferta de produtos ditos ‘orgânicos’ e artesanais parece querer mostrar quanto o ‘deus mercado’ também é bonzinho. A moderna ‘city’ tem muitos museus, galerias de arte, teatros, inúmeros restaurantes e cafés e poucas igrejas. Tem uma biblioteca pública com um acervo invejável onde se incluem obras raras em prédio belíssimo (foto). Tem um lindo jardim botânico e um muito didático aquário inserto em parque de mais de 400 hectares.
Há edifícios sólidos de bancos. Há universidades com posição de destaque no ranking mundial. Estive em duas famosas com campus imponentes: UBC – University of British Columbia e SFU Simon Frase University. Na UBC dou destaque ao Museu de Antropologia MOA.
Vancouver é realmente a orgulhosa capital da província da British Columbia que nas placas dos automóveis exibe o dístico ‘Beautiful British Columbia. Tem também muitos monumentos aos grandes vencedores.
E os vencidos?
 Há um grupo significativo de moradores de ruas, São andrajosos. Mas parece receberem de instituições beneficentes ‘um café da manhã’.
Na UBC MOA assisti a uma exposição temporária: ARTS OF RESISTANCE Politics and the Past in Latin America. Foi então que ‘me caiu a ficha’. Eu não conhecia nada da História do Canadá.
Há uma história dolorosa e dramática. Na busca de uma narrativa em português a escolha foi: A tragédia indígena no Canadá de Elaine Tavares do Instituto de Estudo Latino Americano IELA UFSC de 12 de Agosto de 2015. Este texto enseja extensas reflexões.
Desde os anos 90 do século passado que a América Latina viu crescer – em uma nova e forte onda – a luta dos povos indígenas pelo direito a sua cultura e ao seu modo de vida. Considerando que a invasão das terras de Abya Yala provocou morte, destruição e genocídio, esse movimento de ascenso das lutas indígenas é também um processo de reconstrução da memória. A verdade sobre o “descobrimento” é a realidade da dor e da negação de centenas de povos, nações e civilizações que aqui já existiam antes da chegada dos invasores.

Mas, não é apenas a América Latina que se levanta em luta. Na parte norte da América, os povos indígenas também fortalecem as batalhas pela verdade, desvelando as chagas do extermínio de suas gentes.

No Canadá, por exemplo, existe hoje uma campanha para que toda a população saiba o que aconteceu com os povos originários depois da chegada dos colonizadores e também num passado não muito distante, como é o caso das “Escolas Residenciais”, criadas para o que chamavam de “reeducação” dos indígenas. Na verdade, um crime contra a vida, um genocídio cultural sem precedentes. Essa é uma tenebrosa história que está vindo à tona a partir da denúncia dos sobreviventes, visto que elas existiram até o ano de 1993.

Segundo informações da Comissão da Verdade e da Reconciliação, desde a invasão do Canadá sabe-se que as igrejas realizavam uma sistemática ação de destruição da cultura, através da evangelização, mas a partir do ano de 1840, o estado oficialmente assume uma parceria ao criar as primeiras escolas para indígenas na cidade de Ontário. O governo então dava os recursos, e as igrejas providenciavam a “educação”. Só que o que era para ser um processo de inclusão dos povos originários à vida do país, acabou sendo um circo de horrores.

Em 1898 já existiam 54 escolas no país dentro do modelo de “Escolas Residenciais”, o que no Brasil se assemelharia aos internatos. E era para esse tipo de escola que eram mandadas as crianças indígenas, num atentado sem limites contra suas crenças e seus costumes. Em 1946 foi registrado o número máximo de escolas: 74. E, segundo a lei, os pais que se recusassem a mandar os filhos eram punidos criminalmente. Não havia escapatória. Os indígenas eram obrigados a enviar os filhos para o inferno.

 Mais de 150 mil crianças foram praticamente sequestradas, separadas de seus pais e internadas nas escolas que eram mantidas pelas igrejas Anglicana, Católica, Presbiteriana e Metodista. Ali não era permitido falar o idioma indígena e todos os costumes autóctones eram negados. “Eles diziam que éramos do diabo”, lembra uma das sobreviventes. O objetivo era formar “europeus de pele escura”, eliminando o contato com a família e apagando o passado cultural.

Não bastasse isso, muitas dessas crianças eram submetidas a violências de toda a ordem, inclusive sexuais. A comissão que hoje trabalha para trazer á luz todos esses crimes, cometidos com o apoio do estado canadense, já documentou 3.200 mortes de crianças nessas escolas, decorrentes de maus tratos, abandono e suicídio. “O governo canadense manteve essa política de genocídio cultural porque queria se desvincular de suas obrigações legais e financeiras com os povos indígenas e assim poder controlar suas terras e seus recursos”, denunciam.

Segundo o relatório da Comissão, as denúncias de maus-tratos e violências já começaram a pipocar no final dos anos 40, mas poucos se importaram. Conta-se que havia diferenças no trato das crianças conforme as diferentes igrejas, mas, ao fim, todas elas partilhavam da ideia-chave da proposta que era defendida por Egerton Ryerson, Superintendente de Educação do Canadá no ano de 1847 e que iniciou a malfadada experiência: “A educação dos índios não deve simplesmente consistir no treinamento de suas mentes, mas também na eliminação dos hábitos e sentimentos de seus ancestrais, na aquisição de novas linguagens, artes e costumes da vida civilizada”.

No início do século XX, uma nova lei reforçava a ideia das escolas residenciais e o apagamento da cultura autóctone, e em 1920 encontra-se o registro da fala do Superintendente Geral da Casa dos Comuns, Duncan Campbell Scott, que mostra bem qual era a intenção dos nobres governantes: “Nosso objetivo é continuar até que não exista um só índio no Canadá que não tenha sido absorvido ao corpo político e que já não exista qualquer problema indígena no Departamento Índio. Esta é a meta dessa lei”. E assim, por mais de cem anos, as crianças indígenas foram submetidas à tortura e ao esquecimento de sua origem.

Mas, homens como Duncan e outros da sua estirpe jamais poderiam entender que um mundo não se destrói assim, à força. Seria preciso que todos fossem eliminados fisicamente. O que não aconteceu. Assim, apesar de toda a dor, de todo apagamento cultural, a vida indígena resistiu e, hoje, os sobreviventes da tragédia das escolas residenciais abrem a caixa de pandora do mundo “civilizado, primeiromundista” do incensado Canadá.

São momentos de muita emoção os vividos pelos sobreviventes nos inúmeros encontros que realizam para contar de suas experiências. Campanhas midiáticas foram criadas para que a verdade venha à tona e para que o governo do Canadá reconheça os crimes do estado.

Depois de todo o processo desencadeado pela Comissão, o governo já pagou mais de quatro milhões em compensação pelos danos causados e o primeiro-ministro do país pediu desculpas oficiais, mas os indígenas não consideram isso suficiente. Por isso, ainda lutam pela consolidação de uma série de demandas e recomendações sobre o tema que somam 94.

Entre as reivindicações os indígenas exigem que as famílias sejam mantidas juntas, que a cultura originária seja protegida, que falar sua própria língua não seja proibido e que se crie uma Lei de Línguas Indígenas, que não haja mais castigo para as crianças indígenas ,que seja garantido o direito de viver sua cultura, que se crie uma política de educação capaz de garantir ao indígena a sua real inserção na vida do país, que haja um pedido de desculpas oficial por parte dos líderes das igrejas e que haja uma lei garantindo a proteção das comunidades indígenas.

O mundo precisa saber que até os anos 90 crimes dessa natureza ainda eram cometidos no Canadá. É uma luta dura e difícil, mas a qual os povos indígenas do Canadá estão determinados a travar. Pela verdade e pela justiça.

Com eles, estamos!

sexta-feira, 6 de julho de 2018

06 ,-Um (quase) recesso


ANO
 12
Livraria virtual
Www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3360
Esta é a primeira blogada de julho2018 — mês que este blogue completa 13 anos. Rigorosamente, ao invés de blogar deveria colocar “O editor deste blogue está ausente, por compromissos pessoais”. Poderia justificar a blogada tardia dizendo que tive problemas com a internet. Houve. Mas tenho ume justificativa com mais charme. A primeira sexta-feira de julho tem para mim 28 horas. Explico.
Sim, na tarde de hoje ‘emplaquei’ meu 53º país visitado. Este número estava estacionado desde fevereiro de 2017, quando, então adicionei aos 49 países onde já estive, três países do Golfo Persico: Qatar, Omã e Emirados Árabes Unidos.

Em uma viagem de três etapas, com cerca de 30 horas cheguei pela primeira vez no Canadá. Estou em Vancouver. A primeira etapa foi talvez dos trechos que mais voei. P0A GRU. Porto Alegre/Guarulhos.
Para o registro segunda etapas “Guarulhos/Toronto trago excertos do meu diário que escrevi à madrugada: “Parece que no voo GRU/YYX (exótica a sigla de Toronto na IATA) a maioria dos passageiros dorme. Em Toronto destino do segundo de nossos três voos ainda é quinta-feira, em Porto Alegre já é sexta-feira. Esta etapa da viagem de cerca de 8.000 km tem a duração temporal aproximada da viagem que fiz na terça-feira Chapecó/Porto Alegre: 8 horas. Voamos a quase 1.000 km/h a 11.000m de altitude e com temperatura externa de -55*C.
Nossa passagem por Toronto teve inconiventes presentes em quaisquer viagem, Para nós hoje foi central a informação que não se cumpriu: retiram as malas no ponto final, no nosso caso Vancouver. Não foi o que aconteceu. Fizemos alfândega em Toronto. Ter já saído da área de apanhar as malas gera ações alfandegárias que não foram de solução fácil.
A terceira etapa  foi o voo YYZ/YVR um voo de quatro horas da costa leste a costa oeste. Mas ao fim ao cabo chegamos a Vancouver — cuja sigla na IATA é YVR, algo que parece um tanto exótico —, quando já quase meio dia local. Fomos então, Gelsa e eu queridamente acolhidos pela Laura e Antônio. Aqui curtiremos 9 dias de férias.