TRADUÇAO / TRANSLATE / TRADUCCIÓN

segunda-feira, 31 de março de 2014

31— HÁ MEIO SÉCULO: UM GOLPE.

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Nesta data tão significativa da história brasileira — os 50 anos do golpe militar que determinou uma ditadura que se estendeu de 1964 a 1987 — não sobra espaço para trazida das muitas vivências recentes que envolveram desde dois sentidos velórios em 48 horas até as saborosas emoções assistirmos, Gelsa e eu, com quatro dos dez netos a ‘Corteo’ no Circle de Soleil.
Pensara em reproduzir aqui um dos muitos textos acerca do cinquentenário hoje evocado. Seria fácil, pois as análises em sua maioria destoam de posturas como aquela do deputado Jair Bolsonaro que ousou pedir uma sessão da Câmara para celebrar o golpe. Resolvo, mesmo acossado por outros fazeres, trazer comentários pessoais. Sei que isso é pretensioso, pois não tenho estofo de historiador ou de sociólogo. Amealho algumas evocações de então.
Vestibularmente, vale registrar que diferente de hoje, as análises de então eram, em sua maioria, de apoio ao golpe. A grande imprensa e a Igreja (por exemplo, a CNBB nos primeiros meses) eram a favor do golpe. Talvez, se possa dizer que os militares golpistas tiveram, de imediato, apoio da sociedade civil. Talvez uma das ações mais concretas disso é a muito bem sucedida campanha: “Doe ouro para o Brasil’ onde as pessoas se despojavam de suas joias pessoais e doavam para que ‘a revolução’ pudesse salvar o Brasil. Nunca se soube o quanto e nem o destino do arrecadado.
Mesmo que não traga uma análise mais densa, amealho algumas reminiscências. Remonto a 1961 quando iniciava o meu ser professor. Nesse ano, houve duas posses presidentes: Jânio Quadros e John Kennedy, cujos mandatos terminaram colapsados de maneiras distintas, alterando.
A renúncia de Jânio Quadros, em 25 de agosto, sete meses depois de assumir, desencadeou uma crise institucional sem precedentes na história republicana do país, porque a posse do vice-presidente João Goulart, que estava na China quando da renúncia de Jânio, não foi aceita pelos ministros militares e pelas classes dominantes. O Movimento da Legalidade iniciado por Brizola na Rio Grande do Sul se traduz como resistência ao golpismo. A posse de Jango se pode acontecer com a aceitação da adoção do regime parlamentarista, revogado depois por plebiscito.
Esta tentativa golpista contra a pose não foi novidade. No inicio do mandato presidencial anterior (1956-1961) de Juscelino Kubitschek de Oliveira (1902-1976) — que empolgou o país com seu slogan "Cinquenta anos em cinco" e conseguiu encetar um processo de rápida industrialização, tendo como carro-chefe a indústria automobilística — ocorreram as revoltas de Jacareacanga e Aragarças que não prosperaram.
Jango empossado parecia que o país deslancharia: propostas de um Movimento de Reforma de Base (reforma agrária, urbana, bancária, universitária) empolgam e trazem esperanças a muitos (mas desagradam as oligarquias dominantes). O Brasil ganha projeção internacional com eventos singulares: bicampeonato de futebol no Chile em 1962, vitórias no basquete, Eder Jofre no judô, Maria Ester Bueno no tênis, o sucesso da bossa nova, O pagador de Promessa leva a palma de ouro em Cannes, o Centro Popular de Cultura leva teatro e cinema parara o povo. Era um novo Brasil. Parecia que vivíamos um iluminismo tardio. Só que...
... as classes conservadores faziam um alerta: o comunismo (vivia-se o auge da guerra fria) era uma ameaça em área tutelada pelos Estados Unidos.
A CIA patrocina a vinda ao Brasil do padre católico irlandês Patrick Peyton (1909 — 1992) pároco de Hollywood e fundador da Cruzada do Rosário em Família - movimento autorizado pela Igreja que visava unir as famílias em torno da oração. A visita do Padre Peyton, em 1963, reuniu as maiores massas humanas de toda a história no Brasil e teve também um sentido de pregação anticomunista, contribuindo para a preparação do golpe militar de 1964.
As inquietações com as reformas de base do presidente e o perigo vermelho que assustava um catolicismo hegemônico e conservador foram ingredientes para catalisar e acolher o golpe.
Na manhã do dia 31 de março de 1964, o General Mourão disparou telefonemas para todo o Brasil, dizendo: "Minhas tropas estão na rua!". Na noite do mesmo dia ordenou que as tropas da IV Divisão de Infantaria que comandava em Juiz de Fora seguissem para ocupar o estado da Guanabara, atual cidade do Rio de Janeiro. Seguiram sem resistência e terminaram por se confraternizar no meio do caminho com as guarnições do I Exército que haviam partido da do Rio de Janeiro com a missão de confrontá-las.
O Presidente vai ao Rio Grande do Sul. Brizola organiza resistência com a adesão do Exército. Jango desiste. Sabe que uma frota naval estadunidense está na costa brasileira para garantir os golpistas. Para evitar derramamento de sangue, renúncia. Há documentário brasileiro — O dia que durou 21 anos — que detalha intervenções estadunidense no Brasil desde a renúncia do Jânio.
Esta é uma leitura de como começou a ditadura, há exatos 50 anos. Há várias outras. Mas foi evocação de parte de uma História que vi acontecer.

domingo, 30 de março de 2014

30— OUTRA CARTA DE AMOR


ANO
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Depois da carta de amor de Freud para sua noiva trazida ontem, neste domingo, a resposta de Martha Bernays Freud (Hamburgo, 26 de julho de 1861 – Londres, 2 de novembro de 1951) foi a segunda filha de Emmeline e Berman Bernays. Seu avô paterno foi Isaac Bernays, rabino chefe de Hamburgo. Sigmund e Marta se conheceram em abril de 1882. Após quatro anos de noivado (1882-1886), eles se casaram em 14 de Setembro de 1886. As cartas de amor trocadas durante seu noivado, de acordo com o biógrafo oficial de Freud, Ernest Jones, que leu todas as cartas, "poderiam ter sido uma grande contribuição para a boa literatura romântica mundial". uito provavelmente leitoras e leitores deste blogue hão de concordar. Martha Bernays Freud (Hamburgo, 26 de julho de 1861 – Londres, 2 de novembro de 1951) foi a esposa do psicanalista austríaco Sigmund Freud.
Martha foi a segunda filha de Emmeline e Berman Bernays. Seu avô paterno foi Isaac Bernays, rabino chefe de Hamburgo.
Sigmund Freud e Marta se conheceram em abril de 1882. Após quatro anos de noivado (1882-1886), eles se casaram em 14 de Setembro de 1886.
As cartas de amor trocadas entre Freud e Martha durante seu noivado, de acordo com o biógrafo oficial de Freud, Ernest Jones, que leu todas as cartas, "poderiam ter sido uma grande contribuição para a boa literatura romântica mundial". Vejam a carta a seguir.
30.8.1882 10h45min da noite
Amado e querido,
as profundezas da minha alma percorre, como silenciosa prece noturna, um doce pensar em ti.
Você certamente conhece os encantadores e tristonhos Schilflieder (Cânticos dos Juncos) de Lenau, meu amado? Imagine que estou sozinha (só John está sentado à minha frente, desenhando). Os outros foram, todos, a mais um casamento, para o qual eu também tinha sido insistentemente convidada. Mas resisti bravamente e fiquei em casa.
Aquele que teria sido meu anfitrião é um senhor de boa índole, muito bem-humorado que certamente está indignado com o fato de eu ter declinado do convite. Creio que possa bem imaginar quem era, se fizer um pouco de esforço, certo, meu amado?
Pode rir-se de sua menina tão cheia de si. Eu estou contente por não ter ido e de não ter sido forçada a participar, mais uma vez, de toda aquela confusão, como no outro dia — e por poder, agora, pensar em você sem ser perturbada, e poder escrever para você, meu doce amigo.
À tarde tive a companhia de minha prima Anna, que veio me ver por estar com pena de mim, e que ficou até agora há pouco, e depois trabalhei no pequeno volume de cartas que prometi a você.
Seu doce nome está ali, assim como a data “conhecida”, para que não seja esquecida — ah!, meu amado, trata-se de uma oferenda humilde se comparada a todos os presentes preciosos que já ganhei de você, mas sei que você não faz contas comigo, e, assim que eu puder dispor de um pouquinho mais de sossego para mim mesma, você receberá um trabalho bem-feito, um verdadeiro “amor encarnado” de mim, sim, você está satisfeito com isso e conseguirá ter paciência suficiente?
Sim, agora John também já foi se deitar, agora eu estou totalmente sozinha. Faz-se um grande silêncio, a chuva murmura fora, monótona e melancólica, e dentro de casa nada se move.
Agora, meu amado — agora quero beijar você com o meu coração e sussurraria tantas coisas em seu ouvido que pareceriam tão tolas e loucas no papel — ninguém nos ouvia e ninguém nos via, e nem mesmo um esquilo curioso e envergonhado nos perturbava — , mas não quero sobrecarregar meu coração com pensamentos de como tudo poderia ser ainda mais bonito — eu amo você também de longe e me alegro como uma criança com suas doces cartinhas “pacíficas”- sim, isso também há de passar logo.
Há seis ou oito dias que me vejo obrigada a dirigir meus cânticos de alegria ou de lamento a um “mudo” — graças aos céus só “mudo”, mas não surdo, eu quase diria, não, e tampouco a um cego, pois você é capaz de ler o que eu escrevo, e então eu tenho total “liberdade de fala”, você nem mesmo tem a chance de brigar, quando você não está satisfeito, quando eu digo algo que não lhe agrada, que maravilha!
E, se por acaso ocorrer a você duelar comigo depois, isso também não será possível, e sua boca será fechada — você já sabe com o quê.
Ah, meu amado, meu único, nós vamos continuar a nos entender bem quando não houver 150 milhas a nos separar, não é verdade? (…)
E agora o novo endereço para as suas cartas, não consigo me acostumar a fazer seu nome ceder o primeiro lugar a um título. Sob qual ou junto a qual professor você se encontra agora, meu amado? E continua no departamento de cirurgia? E você está esperando se acostumar ao trabalho aos poucos, não é, meu amado, em vez de se atirar com todas as forças, outra vez, nessa nova atividade?
Me desculpe pela intromissão, mas fico tão feliz em saber que você está recuperado e saudável! Vamos permanecer assim, enquanto pudermos.
E agora boa noite. Acho que há muito já se passou a hora dos espíritos, e vejo que estou bem cansada. E me ocorre que já não vou receber a resposta a esta carta. Terrível!
Fique bem, meu amado, fique feliz e alegre como
sua Martha.
Tradução de Luis Krausz / Fonte Revista Cult

sábado, 29 de março de 2014

29— UMA CARTA DE AMOR


ANO
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Na noite de ontem a Gelsa e eu recebemos uma notícia (in)esperada: Morreu a Rosane. Há sete meses — ante algo inesperado — torcíamos por esperada recuperação de uma colega muito especial. A sexta-feira se fez lutuosa. As mensagens que estão no Facebook (de onde colhi a foto) recordando a Prof. Dra. Rosane Maria Kreusburg Molina dão o tom da tristeza que invade aquelas e aqueles que conviveram no Programa de Pós Graduação em Educação da Unisinos com uma colega muito especial. A Gelsa fez uma síntese: Dói muito perder a Rosane, uma grande colega e amiga, uma pessoa do bem, entusiasmada pela vida... Muito já lembrei nossas conversas no ônibus indo para Unisinos. Sinto o quanto hoje este sábado sabe a um gosto muito amargo.
Esta blogada sabatina abre ratificando o convite feito ontem: esta tarde, a partir das 14h45min, Café filosófico na sala C103 do Centro Universitário Metodista do IPA. Venha ajudar assestar óculos para olhar o mundo natural. Detalhes na edição de ontem.
Meu sábado tem envolvimento acadêmico já pela manhã. Ocorre hoje mais uma sessão do seminário Teoria e prática de inclusão.
Para este sábado de outono um presente. Uma carta de amor. Não adito nenhum comentário. Vale curti-la:
Amada pequena menina,
os astrônomos afirmam que as estrelas que hoje vemos reluzir começaram a arder há centenas de milhares de anos e talvez hoje estejam se extinguindo. Tal é a dimensão de distância que nos separa delas, até mesmo para um raio de luz que, sem se cansar, percorre mais de 40.000 milhas em um segundo.
Sempre foi difícil para mim imaginar isso, mas agora posso fazê-lo com facilidade quando penso como você sorri diante de minhas cartas cordiais, enquanto minha alma sofre com dúvidas e preocupações, e quando penso como você se aborrece com a minha dureza e a minha desconfiança, enquanto uma medida de ternura, que luta em vão para se expressar, me preenche.
Há dois caminhos para evitar esta incongruência. O primeiro seria me abster de relatar uma atmosfera que supostamente não vai durar nem uma semana. O outro seria fazê-lo mantendo um olhar sereno, acima do teatrinho de mascares que a vida vai encenando conosco.
Desprezamos o primeiro caminho, o caminho da preservação, porque ele pode acabar levando ao estranhamento. Por isso, somos obrigados a fazer aquilo que o segundo caminho nos recomenda.
Imagine que cada duas horas dos quatro dias que se passam entre a minha pergunta e a sua resposta — não, mais 64 das 96 horas — estendessem a tal ponto por meio de pensamentos confusos a respeito de você que a pobre pessoa por fim não fosse mais capaz de distinguir esse intervalo de tempo de um mês ou de um ano.
Imagine quão vazios e, consequentemente, quão breves pareceriam os milênios durante os quais não pensamos em nada, e então você será forçada a admitir que o atraso dos acontecimentos que interessam ao astrônomo não será maior do que aquele que nós dois somos forçados a suportar por causa de seu veraneio em Wandsbeck.
O que nós, ligados de maneira tão íntima e tão insolúvel, teremos que fazer quando acontecer entre nós algo como aquilo que constituía o conteúdo de minhas últimas cartas. Se eu não estiver fisicamente exausto, vou empurrar para um segundo plano as poucas lembranças incômodas associadas aos meus esforços por você e me alegrar pensando em tudo de bom e de belo que vi em você, e em todos os sacrifícios que você fez por mim até hoje.
Você vai habituar-se a continuar amando o pobre homem, apesar de sua antipatia, de seus maus humores esporádicos e de seus julgamentos equivocados, e continuaremos a caminhar juntos alegremente. Se não me engano, hoje efetivamente você não é capaz de dedicar a mim todo o seu amor sem alguma dificuldade, e à custa de autocontrole — e eu só serei capaz de sorrir, ciente de minha vitória, quando você finalmente se tornar minha, seguindo o curso inevitável da natureza, como eu pretendia desde o começo.
Por isso alegre-se, amada Marthinha, o tempo há de chegar — se é que ainda não chegou — no qual tudo aquilo a que um dia você concedeu uma parte de sua estima se tornará uma sombra que não vai perturbá-la, mas do que a mim mesmo.
Em breve, terei que retomar meu trabalho, que por meio de um hábito seguido com pontualidade primeiro se torna suportável e depois pode tornar-se estimado. Tenho diante de outros principiantes a vantagem de uma maturidade maior, e de maior consideração por parte dos superiores. Atualmente falta-me a confiança que vem de habilidades conquistadas pelo hábito constante, porém não me faltam conhecimentos teóricos nem a capacidade de observar o corpo humano como um simples objeto, sem me intimidar com as dores dos pacientes.
Durante os poucos dias nos quais me dediquei à cirurgia, realizei algumas pequenas operações com o bisturi, coloquei algumas ataduras com gesso e, por duas vezes, conduzi a anestesia de pacientes por meio de clorofórmio.
Das atividades que realizei, está última é certamente a mais desagradável, pois a morte súbita durante a anestesia por clorofórmio, esse acontecimento temido por todos e incontrolável, faz com que o médico fique em estado permanente de excitação nervosa.
No quarto que me foi designado encontra-se também um menino pobre e perdido, cuja perna precisa ser diariamente lavado com o maior cuidado antes que seja trocado seu curativo, e eu não escapo dessa atividade desagradável e de pouco sucesso.
Os próximos três meses no departamento de cirurgia certamente vão melhorar visivelmente minhas habilidades e, se alguma vez eu tiver de retirar do mais lindo dos olhos um grãozinho de poeira, as dores que a querida menina terá de enfrentar nessa grande operação serão muito mais suaves.
Sorte de quem puder em breve ver estes olhos lindos reluzindo de amor! Agora infelizmente Eli está tão apaixonado por Fritz que ele também não consegue largar de Martha e esse novo amor me custa tanto sofrimento quanto o anterior.
Um consolo são agora as três irmãs iniciadas, que sempre conversam, e com as quais pode-se falar de Martha, e que me parecem melhores e mais maduras, como se entendessem como a nossa vida mudou.
Elas também contam algumas coisas com as quais se poderia provocar a Marthinha num momento alegre, por exemplo, como ela nos criticou uma vez na casa dos Weiss, e eu sou obrigado a rir quando me lembro quanto ele foi castigada por isso.
Amanhã voltarei a escrever uma cartinha, o dia de hoje é tão irritante e perturbador. Vamos fazer com que passe depressa, para dar lugar a outro, melhor.
Com cordiais saudações à única e querida menina amada,
Teu Sigmund.
Tradução de Luis Krausz / Fonte Revista Cult

sexta-feira, 28 de março de 2014

28—E QUASE O PRIMEIRO TRIMESTRE SE FOI

ANO
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Mesmo que o primeiro trimestre só termine na segunda-feira, nesse momento já se antecipou a virada da folhinha e já estamos de olho nos compromissos de abril. Mas, a razão da antecipação da mirada, aqui, dos primeiros 90 dias de 2014 é outra.
Tenho um convite para meus leitores. Lamentavelmente, restrito para aqueles de Porto Alegre. Peço que seja relevada a exclusão. Na tarde de amanhã, sábado, atendo a convite de os organizadores do Café Filosófico. As informações estão a seguir.
Este apetitoso encontro, que foi organizado por alguns anos por docentes e discentes do Curso de Filosofia, vence, já há cinco anos obstáculos determinados pela inatividade do curso e tem sido mantido por ex-alunas e ex-alunos da Filosofia. No presente, o Café Filosófico faz parte do Programa de Extensão Arte e Cultura, que engloba uma rica gama de atividades culturais,  vinculado à coordenadoria de Extensão do Centro Universitário Metodista do IPA. O coordenador desse programa é o prof. Jose Luís C. Novaes.

Assim, nos últimos sábados de cada mês (com exceção dos meses de férias acadêmicas) há um convidado para animar uma discussão. Assim está feito convite para um encontro no Centro Universitário Metodista do IPA. Alunos dos cursos de graduação amealham créditos. A partir da edição de amanhã o evento deixa de ocorrer na Livraria Nova Roma, no Centro Histórico de Porto Alegre, para transferir-se ao campus central do Centro Universitário Metodista do IPA.
Uma coincidência: concluímos a 13ª semana do ano e a palestra de amanhã é a minha 13ª do ano. Claro que por ter havido quatro semanas de férias aconteceu uma super-semana com cinco palestras e outra com quatro. A frequência de uma palestra por semana é a desejável e busco mantê-la. Estranho, todavia, quando há uma semana com abstinência total.
O aumento da densidade deste primeiro trimestre se deve, particularmente, pelos convites para falar a professores pela inauguração do ano letivo; sete das falas deste ano (todas no Rio Grande do Sul). As quatro falas da Bahia e de Santa Catarina não estavam neste contexto.
Com votos de uma fruída sexta-feira, celebro aqui a aprovação nesta terça-feira, na Câmara dos deputados, do Marco Civil acerca do disciplinamento do uso da Internet Isto representa uma vitória histórica para internautas do Brasil e do mundo. Que este feito catalisado pela coleta de 350 mil assinaturas que foram levadas à presidência da Câmara pelo Avaaz inspire outras nações a também lutarem para defender seus cidadãos na Internet. Muitos de nós ajudamos a construir os direitos dos usuários da internet no Brasil. Mas essa bela história ainda não terminou e a próxima batalha será no Senado. 

quinta-feira, 27 de março de 2014

7— BENVINDO LUCAS FRANCISCO


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Esta é uma blogada muito especial e atípica. Quando a manhã começar a se fazer dia, eu e parte de meu clã estaremos nos dirigindo à maternidade do Hospital de Estrela. Neste 27 de março chega o LUCAS FRANCISCO. Minha filha Ana Lúcia e o Eduardo presenteiam-me com o meu décimo neto.
Mesmo que a ecografia tenha tirado aquela curiosidade do dia do nascimento: é menino ou menina e que razões médicas possam definir data e hora do parto, imensas expectativas envolvem cada nascimento. Há uma densa tradução de que nos continuamos nos filhos, nos sobrinhos e, especialmente, nos netos.
À medida que se avizinhava esta data eu pensei muito na vida que recebemos com o Lucas Francisco. Lembro das alegrias que Ana Lúcia me deu, que este menino que nasce hoje não me dará. Vi sua mãe graduar-se em Odontologia, fazer mestrado, ser mãe carinhosa, profissional destacada... Nada disso eu verei nele. Talvez, não terei oportunidade de me emocionar quando este menino concluir o ensino fundamental, como ocorreu em dezembro quando minha neta Maria Antônia fez esta conclusão.
Decido-me tenho que curtir outras coisas com este pequeno que chega hoje. Talvez, um dia o leve ao circo, como farei domingo com quatro dos netos. Se ele quiser colecionar chaveiros como seus irmãos Guilherme e Felipe vou colaborar mais. Já que com seus irmãos fui à despedida do Olímpico já estou prometendo aqui uma ida à Arena do Grêmio com ele.
Quero contar lhe muitas histórias como contei para sua mãe. Tenho muito a narrar acerca de seus bisavós paternos, pois eles existem quando contamos suas histórias.
Será saboroso ver ‘ao vivo’ hoje este menino, que já conheço um pouco de ecografias. Assim, que puder posto uma foto aqui. Claro que cada uma e cada um de meus leitores reconhecerão que ele é bonito. Eu vou acha-lo muito bonito.

Suplemento à edição de 27MAR2012
Já retornado de Estrela, adito a foto às 14h55min, do LUCAS FRANCISCO, colhida ainda através da vidraça da maternidade, cerca de 30 minutos depois do nascimento. Lucas Francisco nasceu às 8h21min, com 3360g e 50 cm. Quando deixei o Hospital de Estrela, às 11h50min, mãe e filho já estavam no quarto e ele já mamava saborosamente.

quarta-feira, 26 de março de 2014

26— FILATELIANDO COM MARIE CURIE

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Neste mês de março fiz duas edições marcadas pela paixão filatélica, que embalou muitos sonhos em minha juventude e nos primeiros anos da maturidade. No dia 11, com selos esclareci acerca de dois anos distintos para o nascimento de Newton: 1642 ou 1643. No dia 15, fiz devaneios filatélicos com Darwin.
Hoje, apraz-me brindar meus leitores com selos daquela que — merecidamente — deve ser a cientista mais homenageada com selos: Marie Sklodowska Curie (1867-1934).
Neste primeiro expositor há três selos da Polônia — sua terra natal — e um de Portugal.

No expositor seguinte há selos da Coreia, Suécia (este referido ao prêmio Nobel de Física, ganho pelo casal Curie, junto com Becquerel, referido adiante) e República do Mali.

Na reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), que ocorreu em 2009, em Glasgow, na Escócia-Reino Unido, 2011 foi proclamado como o Ano Internacional da Química, sob o tema “Química - a nossa vida, o nosso futuro”. As comemorações foram organizadas em todo o Planeta pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
 Esta definição de 2011 como ano Internacional da Química, também considerou a celebração do centenário da outorga do Prêmio Nobel de Química Maria Sklodowska Curie. Ela que já havia sido premiada, junto com o marido — Pierre Curie (1859-1907) — e com Antoine Henri Becquerel (1852-1908), em 1903, com o prêmio de Física. Esta bi-premiação, com um Nobel de Ciências a uma pessoa, se manteve como feito exclusivo de Marie Curie por 61 anos.
No terceiro expositor com selos comemorativos ao Ano Internacional da Química, da Bósnia-Herzegovina, da republica do Gabão (com as bicicletas que o casal Curie passeava), do Paraguai, do Sri-Lanka e da Eslováquia.

No quarto expositor a selos da França e da República do Togo.

No último expositor — e sim como preparei cinco poderia preparar cinco vezes cinco, tanto material que há — Rússia, Espanha (comemorativo ao Ano Internacional da Química) e Jersey (Reino Unido) e ainda um conjunto de selos da Polônia, Moldávia, Mônaco e Turquia, todos em homenagem a Marie Curie.

terça-feira, 25 de março de 2014

25— AS PREPOSIÇÕES ‘DE’ E ‘EM’ DISTINGUEM IGREJAS


ANO
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EDIÇÃO
 2723

Foi uma segunda-feira plena de fazeres. Como comentava na edição de ontem, nas aulas de Teorias do Desenvolvimento Humano, nas duas turmas de licenciatura em Música da manhã e da noite assistimos o filme Bebês do documentarista francês Thomas Balmès. Ratificou-se o que comentou a Ley, ontem. Cada vez que vemos um mesmo filme se faz outras leituras.
A minha leitura, à noite evidenciou detalhes, que não afloraram pela manhã. Assim, à noite, ao voltar fiz leituras mais detalhadas da Namíbia e da Mongólia, para entender melhor o multiculturalismo dos quatro países (Namíbia, Mongólia, Japão e Estados Unidos).
Já prelibo a aula do dia 31, quando os alunos vão trazer relatos de suas pesquisas sobre bebês no primeiro ano de vida, que devem vir emolduradas por cenas do filme. Estou expectante.
Ainda sobre ontem, cabe um registro do turno da tarde. Falei por duas horas, para cerca de 300 professores de 80 escolas de ensino médio de 38 municípios dos vales do Sinos e do Caí. Ter um auditório que se sentia abeberando-se de discussões que envolvem novas posturas de fazer Educação é gratificante.
Abri minha fala colocando minha história de professor vinculada a 2ª CRE. Primeiro, iniciando em 1961, em Montenegro (da área da 2ª CRE) e depois no São José (1962/63) e no Pedro Schneider (1963/65) em São Leopoldo. Ainda fui professor em dois períodos na Unisinos (1965/66 &;1994/2006). Assim, a tarde de ontem, foi um voltar um poucos às minhas origens.
Um detalhe lateral, que se fez manchete, consequência do local da fala de ontem: Escola Superior de Teologia, da Igreja Luterana. Alguém mais arguto, pergunta-me: Igreja Luterana do Brasil ou Igreja Luterana no Brasil? Ontem a fala foi na IECLB ou Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Poderia ter sido na Igreja Evangélica Luterana do Brasil (acrônimo IELB). 
As preposições ‘de’ e ‘em’ distinguem igrejas. Na verdade a contração de uma e outra das duas preposições com o artigo o, originando ‘do’ e ‘no’. Há duas das mais importantes e tradicionais igrejas marcadas pelas contrações preposicionais. A igreja luterana, geratriz de centenas de igrejas cristãs, tem no Brasil ‘duas igrejas’ diferenciadas pelas duas contrações.
A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) tem sua sede no Brasil no Morro do Espelho, em São Leopoldo, onde estive ontem à tarde. Historicamente se diz que a Igreja Luterana no Brasil tem suas origens com a chegada ao Rio Grande do Sul de colonos alemães. Por exemplo, as escolas da rede sinodal pertencem a IECLB.


A Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) tem sede em Porto Alegre. A Igreja Luterana no Brasil se tornou a maior igreja-irmã do Sínodo estadunidense de Missouri. Assim, a ULBRA, Universidade Luterana do Brasil, confessionalmente, se liga a IELB.

Não me cabe, até porque não sou teólogo, trazer semelhanças e dissemelhanças entre as Igrejas Luteranas do Brasil e no Brasil. Trago um exemplo: a IECLB (no Brasil) passou aceitar, mais recentemente, mulheres como pastoras. A IELB (do Brasil) ordena apenas homens como pastores. Mas, é significativo que em várias cidades, há prédios das duas igrejas, não raro, lindeiros.
Assim o local de uma fala, catalisou trazer referências a ‘do’ e ‘no’ que determinam dissemelhanças teológicas.