ANO
8 |
www.professorchassot.pro.br
em fase de transição
|
EDIÇÃO
2589
|
Esta edição —
mais precisamente seu tema: um desconcerto meteorológico — pode
parecer estranha a um blogue que quer fazer alfabetização científica. Mesmo que
referenciar o cotidiano, de vez em vez, façam pauta aqui, hoje, o relato fala
mais fundo. A edição é catalisada por medos. Não sei se é
usual/elegante/significativo falar de uma tensão que marcou meu dia de ontem.
Há dias li, em
um dos mais importantes jornais da América Latina, uma importante filósofa —
cujos textos já transitaram neste blogue — narrar detalhes de sua vida sexual.
Pareceu, e não desejo ser rotulado de moralista, algo de muito mau tom. Aquilo
que trago a seguir, é algo muito pessoal, com revelações de meu (quase) pânico
no dia de ontem, mas, isto poderia ser narrado em aula de preparação à primeira
comunhão. Diferente do relato da filósofa, pois este enrubesceria até estátuas
de pedra.
Desde o
entardecer do domingo a chuva se fazia ameaçadora. Quando ocorrem as primeiras
pancadas em Porto Alegre, ela se faz intermitente. Assim foi durante toda a
noite.
Mas na manhã
de segunda-feira, as nuvens se transformaram em cachoeiras e toda região
metropolitana, e também, em vários pontos do Estado, parecia que tínhamos uma
amostra do dilúvio. E não faltaram ‘arcas de Noé’ com barcos e canoas sendo
meio de transportes ou até automóveis flutuando.
Quando, antes
das 7h, fui à Academia, fi-lo com água pela canela. Então, na frente de meu
prédio, as águas desciam a Mariante em catadupas. Alguns óbices as transformavam
em cataratas de quase um metro de altura. Não havia como não recordar
apreensivo as trágicas emoções do dia 20 de fevereiro, quando tive meu
apartamento totalmente alagado pela ruptura de tubulação de esgoto pluvial,
durante outra chuvarada memorável.
Desta vez,
afortunadamente, passei incólume. Houve, entretanto, muitos prejuízos tanto em Porto
Alegre, como na região dos vinhedos onde granizo, do tamanho de bolas de
pingue-pongue, danificaram parreirais já com uvas em adiantada formação com perdas de até 70%. Ainda,
há no Rio Grande do Sul mais de 3 mil desabrigado, alem de mortos.
Nestas horas o
trânsito fica um caos, pois não temos a mesma estrutura de Veneza para os
deslocamentos. Caem fios da rede elétrica, sinaleiras ficam arruinadas,
congestionamentos nas ruas e nas rodovias, trens urbanos não circulam e
pedestres tomam banhos indesejáveis (Fotos de Zero Hora).
Aqui no Rio de Janeiro estamos apreensivos pois aguarda-se para hoje a chegada dessa aqui. Nossas lembranÇas ainda estão marcadas pela tragédia do Morro do Bumba. Diga-se de passagem que o poder pÚblico nada fez para prevenÇÃo de catástrofes. Nossa Gaia agoniza.
ResponderExcluirAbraÇos
Antonio Jorge (do celular)
Querido mestre,
ResponderExcluirseu blogue catalisa (uso um verbo muito a seu gosto) aprendizagem. Ao lê-lo agora, surpreendi-me com que viveram os gaúchos ontem.
Mas envolvi-me com algo que é seu destaque. “MEDO”, vou ao dicionário: “Estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais, hipotéticos ou imaginários. = FOBIA, PAVOR, TERROR [in Priberan, http://www.priberam.pt/dlpo/medo [consultado em 12-11-2013].
Realmente foi o que o senhor, com razão sentiu na evocação de uma outra chuvarada.
Obrigado, por nos contar seus medos.
Com admiração,]
Marcella
Estimada Marcella,
ResponderExcluirRealmente meu ‘medo’ de ontem, catalisado pela experiência de fevereiro serviu para entender os continuados sofrimentos daqueles que viveram guerras, abusos sexuais, presença de ladrões em suas casas etc.
Obrigado por seres leitora, e de vez em vez, comentarista aqui.
Que vivas um mundo sem medos.
attico chassot
Limerique
ResponderExcluirEra para um dia nada especial
Uma rotina quase tudo normal
Mas veio aguaceiro
Molhou o mundo inteiro
Fez Portalegre par3ecer pantanal.