09. – HUMOR COM CIÊNCIA//CIÊNCIA
COM HUMOR
ANO
8 |
www.professorchassot.pro.br
em fase de transição
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EDIÇÃO
2586
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Um sábado,
mais uma vez com sua magia de ‘vigiliar’ o domingo. Hoje ser para mim um dia
letivo (esta manhã tenho seminário ‘Educação
e Incluso’ para alunos do Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão e
Mestrado Acadêmico de Biociências e Inclusão do Centro Universitário Metodista
do IPA) parece que dá sabor especial a este dia que sabe a primavera.
Para os da
região de Porto Alegre há pelo menos duas programações muito especiais: é o
último fim de semana da 9ª Bienal do Mercosul — que mesmo menor nesta edição,
está quase imperdível — e é o penúltimo fim de semana da 59ª Feira do Livro.
E a blogada de
hoje se tece na dica de leitura de um livro. Na semana passada, o professor Oto João Petry da Universidade Federal da Fronteira Sul, ao participar
comigo de uma Banca na URI de Frederico Westphalen, brindou-me com “O corpo nas
expressões gráficas de humor: Dilma Rousseff e a política brasileira contemporânea”.
PETRY,
Michele Bete. O corpo nas expressões gráficas
de humor: Dilma Rousseff e a política brasileira contemporânea. Curitiba: CRV, 2013 210x140x70 mm, 114 p,
ISBN 978-85-8042-598-7
Primeiro um
destaque na alegria do pai no obsequiar a produção da filha Michele Bete Petry —,
que, presentemente, faz doutorado em Educação com estágio sanduíche na Ecole
Normale Sup[erieure e na Université de Versailles Saint Quentin-em-Yvelines.
O livro resultado de pesquisas de expressões gráficas de
humor é resultado da transformação de uma dissertação de mestrado na
Universidade Federal de Santa Catarina, em um texto palatável (qualidade
usualmente ausente em dissertações e teses) e de muito agradável leitura, pois
nos leva a visitação de nossa história muito próxima.
Charges como a da capa há às dezenas de caricaturistas, chargistas
e cartunistas brasileiros como Aliedo, Benett, Cícero, Clayton, Fani, Frank,
Humberto, Jorge Braga, Luscar, Nani, Novaes, Paixão, Pelicano, Samuca, Simanca,
Simon, Sinfrônio, Sinovaldo, Sponholz e Tiago Rechia. Só a ter essa compilação
de charges valeria o livro. Mas há um texto sumarento e agradável.
Mais do que dizer de quanto saboreei o texto, e recomendo
entusiasmado sua leitura, trago aos meus leitores o que a Profa. Dra. Carmen Lúcia Soares, da UNICAMP, escreveu na quarta capa sobre minha dica sabática.
Resultado
de uma rigorosa e detalhada pesquisa, este trabalho evidencia universos
políticos e estéticos no interior dos quais se alojam insidiosas e
contraditórias noções acerca da beleza corporal, das relações de gênero, das
feminilidades e de sua constante naturalização, enfim, vozes e traços que
insistem em dizer e mostrar coisas das quais o mundo está saturado. É assim que
a autora atenta a uma possível interpretação do corpo impresso em caricaturas,
charges e cartuns em sua relação com a política brasileira contemporânea, elege
como personagem central de sua narrativa Dilma Rousseff, na condição de
ministra, candidata e presidente do Brasil, e movimenta uma escrita da história
que interpela e desterritorializa a autoridade por meio do riso. Interrogando
expressões ordinárias, efêmeras e grotescas que fazem rir, Michele Bete Petry
desnaturaliza o humor nos traços fugidios das caricaturas, charges e cartuns,
remetendo-nos a camadas da história bem mais profundas e densas do que nos
fazem crer as aparências de entretenimento instantâneo e do gesto simples e
ingênuo de fazer rir. Com seus múltiplos jogos de linguagem, de poderes e de
saberes, os modos como registra as formas diversas e múltiplas do humor
permitem compreender mutações sociais e, mais ainda, a tímida evolução dos
costumes.
Isto posto, nada mais resta senão desejar a cada uma e
cada um o melhor fim de semana e se quiserem ver a Ciência do humor aceitem a companhia
da Michele Bete Petry. Verão a política brasileira recente com outros óculos.
Balzac dizia que as lágrimas são tão contagiantes quanto o riso, então vamos nos contagiar com o riso já que a opção do sofrimento existe na mesma proporção.
ResponderExcluirabraços.
limerique
ResponderExcluirNum mundo que quase tudo beira horror
Em que o cotidiano encerra muita dor
Não podemos ignora-lo
Tampouco desafia-lo
Então o que resta a trata-lo com humor.