ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÂO
2606
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Parece quase senso
comum: há profissões que não são para amealhar fortunas. Exerço minha opção
profissional em uma destas. Deve ser dito que, todavia, não vivo franciscanamente;
mesmo porque não nos é exigido votos de pobreza.
Há aqueles que
laboram em equívocos quando, por exemplo, imaginam que nas viagens se ganhe
muito dinheiro com palestras. Ledo engano. Não são raras as situações nas quais
a diária que recebemos não cobre gastos com hotel, refeições, taxi etc.
Temos, porém,
muitos ganhos simbólicos. Estes superam os ganhos materiais.
Nesta semana,
grande parte de meus fazeres está sendo consumido em correção de avaliações.
Algo maçante e muito pouco criativo. Tenho nas duas turmas de Teorias do
Desenvolvimento Humano mais de 80 alunos, dos quais cada um produziu três
textos e realizou uma prova escrita. Mas até nisso há gratificações. São muito
frequentes recadinhos no final da prova que vão desde recomendações do tipo: “Policia-te!
Muitas vezes te posicionaste muito cedo, inibindo aqueles de opiniões
diferentes da tua!” até massageares como: “Melhor disciplina; devia ser
obrigatória em todos os semestres do curso contigo como professor, mesmo que
aparentemente não tenha nada a ver com a Música!”
Trago dois
destaques destes dias que foram significativos para mim.
O primeiro: Uma postagem de Jonkacio de Melo
(mestrando de Química da Universidade
Federal de Roraima)
no Facebook: Amanhã, encerramento da Semana de Química,
[na UFRR, em Rio
Branco] com apresentação do teatro de
química, com a peça inspirada no artigo "Alquimiando a Química" de Attico Chassot. Depois da apresentação, o
banquete servido a todos. Venham
conferir. Local: Auditório do NPPGCT da
UFRR. Às 17:00 horas. Este texto escrevi em 1995 e está publicado no v.1, n.1 de Química Nova na Escola. É emocionante,
quase 20 anos depois um artigo merecer esta releitura.
O
segundo: Participo hoje à
tarde, via Skype, da defesa de
monografia de conclusão do curso de licenciatura
em Química na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da
USP. O trabalho de autoria de Naiara Tostes Cruz é orientado pela Profª Doutora
Joana de Jesus Andrade e tem como tema: Para
que mesmo se Ensina/Aprende Química? Fazendo uma análise do Ensino de Química
pela perspectiva de Attico Chassot. Pode um professor ver reconhecido de
maneira mais emocionante, quando vê no sumário de um texto de 43 páginas: REFERENCIAL
TEÓRICO: 2.1–Porque Chassot?
Estes são nossos saborosos ganhos: nem
tão simbólicos.
limerique
ResponderExcluirChassot a vida plantando passa
Professor de vocação e com raça
Reconhecem seus pupilos
Aprovam-lhe o estilo
E esse mestre seus futuros traça.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirChassot mestre de um saber tamanho
Tange com carinho seu grande rebanho
Não em busca de fortuna
Que não lhe é oportuna
Reconhecimento, seu simbólico ganho.
Conhecimento não tem preço, é jóia rara ofertada à muitos e aproveitada por poucos. Na ditática de Mestre Chassot mescla-se a simplicidade da linguagem comprensiva à todos com a riqueza de conteúdo. Qualidade essa propiciada pelo gostar do que se faz. Seu método certamente já fez escola, trazendo ao exercício excelentes novos lecionadores. O lado triste é a falta de reconhecimento financeiro proporcional ao benefício trazido.
ResponderExcluirabraços
Meu caro Chassot! Deve ser mesmo um orgulho ter seu nome incluído no título de um trabalho de conclusão de curso. Parabéns! Certamente esta é uma narrativa que homenageia quem possui muitos méritos para tal.
ResponderExcluirAbraço do JB...
Em nada me espanta teres reconhecido um trabalho nobre de uma vida inteira de encantamentos contagiando novos professores a acreditares e professarem uma educação com maior sentido e alegria Grande Mestre Chassot. Suas palavras não passam incólume pela vida dos que podem mergulhar em seus escritos. A mim sempre outra vez encanta poder comungar de suas palavras. Saudades. Maribel.
ResponderExcluirMuito querida colega Maribel,
Excluirparceira no extenuante, mas muito recompensador, fazer alfabetização científica.
Obrigado por tuas sábias (e sempre generosas) palavras.
É muito bom celebrar teu retorno aqui.
attico chassot