ANO
8 |
LIVRARIA VIRTUAL em
www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2581
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Jornais
sindicais, especialmente de professores e vários blogues,com muita frequência
falam no ‘mal-estar docente'. Este é um dos traços característicos da profissão
docente na contemporaneidade. Ele é produto das dificuldades ou
impossibilidades do professor em lidar com as problemáticas que estão presentes
no cotidiano de seu trabalho [ZARAGOZA, José Manuel Esteve. O mal-estar docente: a sala de aula e a
saúde dos professores. Bauru: EDUSC, 1999].
É provavel
que, diversas síndromes se manifestam entre professores em diferentes etapas da
escolarização. Parece que entre os professores de ensino superior, e destes,
mais especialmente aqueles de Programas de Pós-graduação, atualmente, as
maiores causas de estrese é a exigência cada vez maior de um produtivismo
qualificado. No blogue de 31 de agosto mestrechassot.blogspot.com.br/ 2013/08/31chassot-o-breve-bis.html] trouxe um exemplo muito pessoal, que ferreteia-me como improdutivo.
Hélio Schwartsman
publicou na página 2 da Folha de S. Paulo, na edição de 02NOV13, um texto
acerca do tema, que transcrevo, fazendo apenas uma ressalva. Na frase final,
onde o autor de “O segredo de Avicenas’ diz: ‘aprimorar o sistema, tornando-o
mais racional e eficiente’. Racional ele é. A lógica que é perversa. Vale
degustar o texto.
Problemas
na ciência Ninguém em sã consciência duvida que a
ciência funcione. As provas, ainda que indiretas, estão por todos os lados, dos
fornos de micro-ondas aos antibióticos. Se nossas teorias físicas e bioquímicas
estivessem muito erradas, não teríamos chegado a esses produtos.
Dessa constatação não decorre,
é claro, que as atuais práticas dos cientistas sejam as mais adequadas.
Numa excelente reportagem
publicada na semana passada, a revista "The Economist" faz um
apanhado das coisas que não estão dando certo na ciência. Destaca desde a
vulnerabilidade dos "journals" a artigos ruins ou errados até a baixa
replicabilidade dos principais estudos. É preocupante. Um ponto central da
ciência é o de que um experimento qualquer, se repetido em idênticas condições,
produzirá os mesmos resultados. É isso que garante sua objetividade e a
distingue da bruxaria. E a replicabilidade é baixa mesmo no caso de trabalhos
de alto impacto.
E há outros problemas. Para
citar apenas um, experimentos que dão resultados negativos, em que pese serem
epistemologicamente muito mais interessantes que os positivos, quase nunca são
publicados.
A "Economist" atribui
parte do problema à cultura de "publish or perish" (publique ou
morra). Num contexto em que cada vez mais pessoas tentam a sorte na ciência,
disputando verbas escassas e posições nas universidades, não chega a ser uma
surpresa que muito mais peças duvidosas cheguem à ponta final. É uma situação
que estimula sensacionalismo, carreirismo e até fraudes. O antídoto para isso
seria justamente a reprodutibilidade, que ajudaria a separar o lixo daquilo que
presta. O problema é que poucos se interessam em refazer pesquisas alheias, já
que isso não soma pontos na carreira.
Seria exagero afirmar que a
ciência está em crise, mas já passa da hora de as pessoas e instituições
envolvidas tentarem aprimorar o sistema, tornando-o mais racional e eficiente.
Limerique
ResponderExcluirA ciência criou beco sem saída
Porquanto pesquisa na justa medida
Mas não se leva a sério
Na solução do mistério
Então aponta caminho só de ida.
Não faz sentido os professores serem culpabilizados por todos os problemas sociais, sendo que o sistema de ensino massificado fica sob os critérios do sistema dominante da sociedade.
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