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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

04.- MAL-ESTAR DOCENTE


ANO
 8
LIVRARIA VIRTUAL em
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2581

É provavel que, diversas síndromes se manifestam entre professores em diferentes etapas da escolarização. Parece que entre os professores de ensino superior, e destes, mais especialmente aqueles de Programas de Pós-graduação, atualmente, as maiores causas de estrese é a exigência cada vez maior de um produtivismo qualificado. No blogue de 31 de agosto mestrechassot.blogspot.com.br/ 2013/08/31chassot-o-breve-bis.html] trouxe um exemplo muito pessoal, que ferreteia-me como improdutivo.
Hélio Schwartsman publicou na página 2 da Folha de S. Paulo, na edição de 02NOV13, um texto acerca do tema, que transcrevo, fazendo apenas uma ressalva. Na frase final, onde o autor de “O segredo de Avicenas’ diz: ‘aprimorar o sistema, tornando-o mais racional e eficiente’. Racional ele é. A lógica que é perversa. Vale degustar o texto.
Problemas na ciência Ninguém em sã consciência duvida que a ciência funcione. As provas, ainda que indiretas, estão por todos os lados, dos fornos de micro-ondas aos antibióticos. Se nossas teorias físicas e bioquímicas estivessem muito erradas, não teríamos chegado a esses produtos.
Dessa constatação não decorre, é claro, que as atuais práticas dos cientistas sejam as mais adequadas.
Numa excelente reportagem publicada na semana passada, a revista "The Economist" faz um apanhado das coisas que não estão dando certo na ciência. Destaca desde a vulnerabilidade dos "journals" a artigos ruins ou errados até a baixa replicabilidade dos principais estudos. É preocupante. Um ponto central da ciência é o de que um experimento qualquer, se repetido em idênticas condições, produzirá os mesmos resultados. É isso que garante sua objetividade e a distingue da bruxaria. E a replicabilidade é baixa mesmo no caso de trabalhos de alto impacto.
E há outros problemas. Para citar apenas um, experimentos que dão resultados negativos, em que pese serem epistemologicamente muito mais interessantes que os positivos, quase nunca são publicados.
A "Economist" atribui parte do problema à cultura de "publish or perish" (publique ou morra). Num contexto em que cada vez mais pessoas tentam a sorte na ciência, disputando verbas escassas e posições nas universidades, não chega a ser uma surpresa que muito mais peças duvidosas cheguem à ponta final. É uma situação que estimula sensacionalismo, carreirismo e até fraudes. O antídoto para isso seria justamente a reprodutibilidade, que ajudaria a separar o lixo daquilo que presta. O problema é que poucos se interessam em refazer pesquisas alheias, já que isso não soma pontos na carreira.
Seria exagero afirmar que a ciência está em crise, mas já passa da hora de as pessoas e instituições envolvidas tentarem aprimorar o sistema, tornando-o mais racional e eficiente.

2 comentários:

  1. Limerique

    A ciência criou beco sem saída
    Porquanto pesquisa na justa medida
    Mas não se leva a sério
    Na solução do mistério
    Então aponta caminho só de ida.

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  2. Não faz sentido os professores serem culpabilizados por todos os problemas sociais, sendo que o sistema de ensino massificado fica sob os critérios do sistema dominante da sociedade.

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