ANO
8 |
Na UFRB campus de
CRUZ DAS ALMA
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EDIÇÃO
2590
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Quando
buscamos entender a rapidação dos
tempos pós-modernos, em diferentes dimensões, é usual compararmos essas com
aquelas dos tempos de nossos pais ou de nossos avós. Aqueles de nós que somos
um pouco mais anosos, de vez em vez, nos vemos, comparando situações de agora com
aquelas de tempos de nossa infância ou adolescência. Mesmo nessas comparações
mais próximas, não raro, temos muitas surpresas.
Não vou
elencar, aqui e agora, muitos exemplos para diferentes dimensões. Destaco, na
perspectiva moral, talvez, a licitude de agora das relações sexuais anteriores
ao casamento quando comparada com situação de tempos não tão remotos, quando
solteiras tinham relações sexuais antes do casamento. Neste aspectos era
visível a dupla moral para mulheres e homens.
A mesma Igreja, que chegou a negar a possibilidade de casamento, com véu
branco, a muitas mulheres, porque não eram mais virgens (então: pecadoras),
hoje soleniza cerimônias com noivas em adiantada prenhez ou envia legado papal
a casamentos reais, como quando o príncipe Felipe da Espanha casou com Letícia,
que já fora casada.
Certamente o
advento da pílula anticoncepcional [desenvolvida na década de
1960 e introduzida no Brasil na década seguinte] pode ser
apontado como principal catalisador nas mudanças de comportamentos.
Entretanto, na
tecnologia as modificações são mais visíveis. Um adolescente de 15 anos é testemunha
de modificações muito significativas, por exemplo, na área das comunicações,
mais particularmente no setor da telefonia. Já um adulto na faixa dos quarenta
conheceu várias modificações na área do armazenamento de música: LPs de vinila/
CDs /MP4... Eu conheci, há 60 anos, cubeiros [profissionais que coletavam as
fezes humanas nas residências].
Mas, este já
extenso preâmbulo é para comentar o quanto modificações nos meios de
transportes me possibilitam cumprir agenda, que na época de meus avós
equivaleria à ficção científica.
Nesta manhã, a partir das 6h, viajo Porto
Alegre/Rio de Janeiro/Salvador em dois voos de 100 + 120 minutos. Então, por
via rodoviária, viajo 150 quilômetros para chegar à Cruz das Almas, onde à
tarde e à noite tenho falas na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. No
ano passado, estive na mesma UFRB, no campus de Amargosa. Amanhã — quando ao
entardecer já estarei chegando a Porto Alegre — o diário de bordo, muito
provavelmente, trará registro de mais um périplo que busca disseminar
alfabetização científica.
Ao voltar aos bancos escolares tenho convivido com essa "falta de tempo". Muito me admira como os jovens encaram a falha com naturalidade, mesmo tendo consciencia de que nada tentaram para que a mesma nÃo ocorresse.
ResponderExcluirAbraços
Limerique
ResponderExcluirComparando com tempo de antanho
A rapidez de hoje que dá um banho
Tudo é acelerado
Corremos como gado
Nessa busca vil do maldito ganho.