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sábado, 9 de novembro de 2013

09. – HUMOR COM CIÊNCIA//CIÊNCIA COM HUMOR
ANO
 8
www.professorchassot.pro.br
em fase de transição
EDIÇÃO
 2586
Um sábado, mais uma vez com sua magia de ‘vigiliar’ o domingo. Hoje ser para mim um dia letivo (esta manhã   tenho seminário ‘Educação e Incluso’ para alunos do Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão e Mestrado Acadêmico de Biociências e Inclusão do Centro Universitário Metodista do IPA) parece que dá sabor especial a este dia que sabe a primavera.
Para os da região de Porto Alegre há pelo menos duas programações muito especiais: é o último fim de semana da 9ª Bienal do Mercosul — que mesmo menor nesta edição, está quase imperdível — e é o penúltimo fim de semana da 59ª Feira do Livro.
E a blogada de hoje se tece na dica de leitura de um livro. Na semana passada, o professor Oto João Petry da Universidade Federal da Fronteira Sul, ao participar comigo de uma Banca na URI de Frederico Westphalen, brindou-me com “O corpo nas expressões gráficas de humor: Dilma Rousseff e a política brasileira contemporânea”.
PETRY, Michele Bete. O corpo nas expressões gráficas de humor: Dilma Rousseff e a política brasileira contemporânea.   Curitiba: CRV, 2013 210x140x70 mm, 114 p, ISBN 978-85-8042-598-7

 Primeiro um destaque na alegria do pai no obsequiar a produção da filha Michele Bete Petry —, que, presentemente, faz doutorado em Educação com estágio sanduíche na Ecole Normale Sup[erieure e na Université de Versailles Saint Quentin-em-Yvelines.
O livro resultado de pesquisas de expressões gráficas de humor é resultado da transformação de uma dissertação de mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina, em um texto palatável (qualidade usualmente ausente em dissertações e teses) e de muito agradável leitura, pois nos leva a visitação de nossa história muito próxima.
Charges como a da capa há às dezenas de caricaturistas, chargistas e cartunistas brasileiros como Aliedo, Benett, Cícero, Clayton, Fani, Frank, Humberto, Jorge Braga, Luscar, Nani, Novaes, Paixão, Pelicano, Samuca, Simanca, Simon, Sinfrônio, Sinovaldo, Sponholz e Tiago Rechia. Só a ter essa compilação de charges valeria o livro. Mas há um texto sumarento e agradável.
Mais do que dizer de quanto saboreei o texto, e recomendo entusiasmado sua leitura, trago aos meus leitores o que a Profa. Dra. Carmen Lúcia Soares, da UNICAMP, escreveu na quarta capa sobre minha dica sabática.
Resultado de uma rigorosa e detalhada pesquisa, este trabalho evidencia universos políticos e estéticos no interior dos quais se alojam insidiosas e contraditórias noções acerca da beleza corporal, das relações de gênero, das feminilidades e de sua constante naturalização, enfim, vozes e traços que insistem em dizer e mostrar coisas das quais o mundo está saturado. É assim que a autora atenta a uma possível interpretação do corpo impresso em caricaturas, charges e cartuns em sua relação com a política brasileira contemporânea, elege como personagem central de sua narrativa Dilma Rousseff, na condição de ministra, candidata e presidente do Brasil, e movimenta uma escrita da história que interpela e desterritorializa a autoridade por meio do riso. Interrogando expressões ordinárias, efêmeras e grotescas que fazem rir, Michele Bete Petry desnaturaliza o humor nos traços fugidios das caricaturas, charges e cartuns, remetendo-nos a camadas da história bem mais profundas e densas do que nos fazem crer as aparências de entretenimento instantâneo e do gesto simples e ingênuo de fazer rir. Com seus múltiplos jogos de linguagem, de poderes e de saberes, os modos como registra as formas diversas e múltiplas do humor permitem compreender mutações sociais e, mais ainda, a tímida evolução dos costumes.
Isto posto, nada mais resta senão desejar a cada uma e cada um o melhor fim de semana e se quiserem ver a Ciência do humor aceitem a companhia da Michele Bete Petry. Verão a política brasileira recente com outros óculos.

2 comentários:

  1. Balzac dizia que as lágrimas são tão contagiantes quanto o riso, então vamos nos contagiar com o riso já que a opção do sofrimento existe na mesma proporção.
    abraços.

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  2. limerique

    Num mundo que quase tudo beira horror
    Em que o cotidiano encerra muita dor
    Não podemos ignora-lo
    Tampouco desafia-lo
    Então o que resta a trata-lo com humor.

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