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quinta-feira, 11 de abril de 2013

11.- RÉQUIEM À EDUCAÇÃO



ANO
7

EDIÇÃO
2444
Se ontem trazíamos aqui alvíssaras à Educação, hoje quase se entoa réquiem. A crise financeira na Europa está trazendo consequências graves para as Universidades e o sistema educacional.
Portugal fechou as portas das universidades retirando toda autonomia financeira. A seguir se transcreve — mantendo a grafia original — o protesto público de António Nóvoa, autor reconhecido na área da Educação brasileira e Reitor da Universidade de Lisboa.
Comunicado do Reitor da Universidade de Lisboa
Não é fechando o país que se resolvem os problemas do país.
"1. Por despacho do ministro das Finanças, de 8 de Abril de 2013, o Governo decidiu fechar o país e bloquear o funcionamento das instituições públicas: ministérios, autarquias, universidades, etc. O despacho é uma forma de reacção contra o acórdão do Tribunal Constitucional, como se explica logo na primeira linha. O Governo adopta a política do “quanto pior, melhor”. Quem, num quadro de grande contenção e dificuldade, tem procurado assegurar o normal funcionamento das instituições, sente-se enganado com esta medida cega e contrária aos interesses do país.
2. Todos sabemos que estamos perante uma situação de crise gravíssima. Mas é justamente nestas situações que se exige clareza nas políticas e nas orientações, cortando o máximo possível em todas as despesas, mas procurando, até ao limite, que as instituições continuem a funcionar sem grandes perturbações. O despacho do ministro das Finanças provoca o efeito contrário, lançando a perturbação e o caos sem qualquer resultado prático.
3. É um gesto insensato e inaceitável, que não resolve qualquer problema e que põe em causa, seriamente, o futuro de Portugal e das suas instituições. O Governo utiliza o pior da autoridade para interromper o Estado de Direito e para instaurar um Estado de excepção. Levado à letra, o despacho do ministro das Finanças bloqueia a mais simples das despesas, seja ela qual for. Apenas três exemplos, entre milhares de outros. Ficamos impedidos de comprar produtos correntes para os nossos laboratórios, de adquirir bens alimentares para as nossas cantinas ou de comprar papel para os diplomas dos nossos alunos. É assim que se resolvem os problemas de Portugal?
4. No caso da universidade, estão também em causa importantes compromissos, nomeadamente internacionais e com projectos de investigação, que ficarão bloqueados, sem qualquer poupança para o Estado, mas com enormes prejuízos no plano institucional, científico e financeiro.
Na Universidade de Lisboa saberemos estar à altura deste momento e resistir a medidas intoleráveis, sem norte e sem sentido. Não há pior política do que a política do pior."
Lisboa, 9 de Abril de 2013
António Sampaio da Nóvoa
Reitor, Universidade de Lisboa

6 comentários:

  1. Limerique

    Numa atitude estranha e anormal
    Que à educação pode ser fatal
    Que deve ser burrice
    Como alguém já disse
    Fechou universidades Portugal.

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  2. Limerique

    Estava bem educação em Portugal
    Até que a economia foi pro pau
    Então espetos dirigentes
    Como sempre inteligentes
    Nas escolas lançaram pedra de cal.

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  3. O que se vê em Portugal, como em toda Europa e ainda em diferentes proporções pelo resto do mundo, são os momentos finais e agonizantes do capitalismo. Esse modelo selvagem de economia que domina o mundo moderno já atingiu o seu ápice e agora a derrocada é líquida e certa. Infelizmente essa transição, pelo que parece, não se dará de maneira não trágica.

    abraços

    Antonio Jorge

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  4. Ao passar pela net encontrei o seu blog, estive a ler algumas coisas e posso dizer que é um blog fantástico,
    com um bom conteúdo, dou-lhe os meus parabéns.
    Se desejar faça uma vista ao Peregrino e servo e deixe o seu comentário.
    Se desejar seguir, saiba que irei retribuir seguindo também o seu blog.
    Sou António Batalha, do Peregrino E Servo.

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  5. Estimado Antonio Jesus Batalha,
    obrigado pela visita ao meu blogue. Agradeço a avaliação generosa.
    Infiro que és português. Lamento a edição deste 11ABR13 seja tão dolorosa para nossos irmãos portugueses.
    Com admiração

    attico chassot
    http://mestrechassot.blogspot.com

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    1. Meu amigo apenas disse a verdade, e acho que quando sabemos a verdade há que falar dela, nos meus blogs não falo de política mas tenho a minha opinião e sei ver o que está mal.
      E o meu amigo não escreveu mentira nenhuma, está de parabéns.
      Abraço.
      António.

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