ANO
7
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EDIÇÃO
2447
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Nesta ligeira blogada domingueira sou ajudado por Ruy Castro.
Transcrevo A
falsa boa ideia da p. A2, da Folha de São Paulo
desta sexta-feira. Minha única participação foi aditar dois dos muitos Edsel
que disponíveis na web. Saudosistas os curtirão! Autorizei-me também a substituir no texto o gentílico americano por estadunidense.
A falsa boa
ideia Sempre achei que a origem de uma
expressão deveria ser estudada pelos linguistas com o amor com que os
astrônomos se debruçam sobre o nascimento de uma estrela. Lembrei-me disso
outro dia ao saber da morte de Roy Brown Jr., um designer estadunidense cuja grande criação — um carro que ele bolou para a
Ford nos anos 50 — tornou-se sinônimo nos EUA de "a bold bad idea", uma ousada má ideia. E que no Brasil se
traduziu para, melhor ainda, "a
falsa boa ideia".
O carro criado
por Brown em 1957 foi o Edsel, um rabo de peixe cheio de bossas para a época,
como ar-condicionado, alerta automático para gasolina no limite e outro para
velocidade acima da predeterminada pelo motorista. A campanha de lançamento foi
maciça: "Nunca houve um carro como o Edsel". Foram postas no mercado
200 mil unidades em 18 modelos e outras tantas cores. Mas, dois anos depois,
menos da metade tinha sido vendida. Humilhado, o Edsel saiu de linha e surgiu a
expressão "falsa boa ideia".
Por que o
Edsel fracassou? Talvez porque os rabos de peixe estivessem ficando fora de
moda. Ou porque o Edsel bebesse muito. Ou pela chegada dos carros europeus.
Como se não bastasse o prejuízo, a Ford detestou que o nome do filho único do
fundador Henry Ford — Edsel —ficasse associado a um fiasco.
Quando o Edsel
foi lançado, Roy Brown tinha 40 anos. De certa forma, sua carreira acabou ali.
Mas ele nunca aceitou que o carro fosse ruim. Tanto que, pelo resto da vida,
nunca dirigiu outro — conservou vários. E olhe que, ao morrer, outro dia, tinha
96 anos.
Em vez de
defender seu caro até o fim, Brown deveria ter ficado orgulhoso de sua
contribuição linguística. "Falsa boa
ideia" é um achado. E indispensável para definir quase tudo que — como
ele — eu, você, o governo, a oposição, enfim, todos nós vivemos cometendo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirSe uma boa ideia mostrou-se falsa
Pergunta-se que tem o c* com a calça?
Se falsa, então não é boa
Se não "pega" é de proa
Pior de tudo é uma mala sem alça.
A falsa boa idéia me parece uma questão de ponto de vista. Mesmo que o sucesso ou o insucesso da mesma nos traga uma avaliação errônea. O próprio Ford foi um dos maiores financiadores do nazismo, a seu ver na época uma boa idéia.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Ao Grande Mestre Chassot : E ainda pegando carona no seu Edsel, a revista Times na época publicou que foi um clássico caso de carro errado para o público errado na época errada, e que dos 200 mil de carros produzidos, apenas um foi roubado. Aparentemente nem os ladrões o queriam, e ainda para o desespero da Ford ou de Roy Brown,os muitos críticos da época afirmaram que a razão da baixa venda foi que sua frente lembrava o órgão sexual feminino.Prá sorte de poucos quanto será que está valendo hoje " A bold bad idea " aos colecionadores hem? ( Será que eu,você,governo, a oposição enfim podem comprar? ) Um forte abraço Ley
ResponderExcluirMuito bem colocada a questão,,,,"foi um clássico caso de carro errado para o público errado na época errada".
ExcluirAs vezes temos boas idéias... mas no contexto errado ou não apropriado.
Muito estimada LeY,
ResponderExcluirobrigado por enriqueceres, de maneira usual as postagens deste blogue.
Veja quanto aditas acerca do Edsel, que nem os ladrões queriam.
Muito grato de te ter como uma atenta leitora aqui,
attico chassot
Apenas parodiando, o iPhone criado por Jobs foi a ideia certa para o público certo na hora certa. Antes dele muitos criaram dispositivos portáteis mas faltava alguma coisa. Acredito que se o Edsel tivesse utilizasse a tecnologia embarcada em um modelo inovador ao invés de relançar um clássico de luxo o mesmo poderia ter sido sim um sucesso. Isso acontece com ideias que demoram para serem lançadas... ficam velhas antes do tempo. Agora imagina se Itamar fosse presidente dos Estados Unidos e patrocinasse o relançamento do Edsel, já pensou ?
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