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segunda-feira, 22 de abril de 2013

22.* RELENDO UM TRIDUO



ANO
7
EDIÇÃO
2455
Escrevo no ocaso do domingo. Momento usualmente dolente. Olha-se o fim-de-semana. Ele sabe a quero mais; é o sabor nostalgia. Mira-se a agenda da semana que vem em frente. Não raro, assoma sensação de prepotência.
Há um blogue a redigir. Este compete com cadernos de jornais ainda por ler.
Resolvo olhar para três dias. Sábado, domingo e hoje. Mas, vou fazê-lo de maneira acronologica O critério será a importância (para mim) de cada um deles. Olho do menor ao maior significado: domingo
Domingo: Gostaria de perguntar aos quase trezentos visitantes diários deste blogue (excluo da pesquisa cerca de 10% do exterior), quantos ontem lembraram que era feriado nacional.
Impressiona-me como um domingo obnubila o significado de um feriado. Desculpem! Eu queria uma vez usar o verbo obnubilar [produzir obnubilações (=esquecimentos)]. Parece que fiz uma boa estreia. Peço que não me considerem pedante. Mas tem charme, quando, ante a alguns fatais esquecimentos dizer: Relevem, obnubilei, do autor que fez a citação, que acabo de citar!
 Mas, realmente, ontem Tiradentes foi obnubilado. Frase de peso para quem busca assunto para tecer uma edição.
Segunda-feira: Na agenda de abertura de uma semana que inclui atividades no hemisfério Norte [Boa Vista RR], hoje tenho uma atividade supimpa. Nesta manhã, a convite do Prof. Guy Barros Barcellos falo para alunos do Ensino Médio do Instituto Estadual de Educação Paulo da Gama no bairro Partenon, em Porto Alegre. Aprendo na Wikipédia que a escola está em local onde primitivamente existia um cemitério indígena. Hoje tem mais de mil alunos distribuídos nos Ensino Fundamental e Médio. É muito bom falar sobre Ciências a jovens estudantes.
Sábado: A revisitação de um terceiro dia deste tríduo, leva-me a uma das mais significativas blogadas em quase 2,5 mil edições deste blogue. A publicação de uma carta de resignação de um professor à docência em uma escola particular, trazendo argumentos por demais relevantes [que merecem ser lidos na edição de sábado] para afirmar: Por estas profundas incompatibilidades entre mim e a escola, após longa reflexão e minucioso exame de consciência resigno-me, em caráter irrevogável, do cargo de professor do Colégio X Y Z.
A edição recebeu vários comentários e recebi mensagens pessoais. Destas trago excertos de duas:
[...] Estou impressionadíssima!!!! A estatura pedagógica do Professor... é imensurável... e de uma dignidade igualmente imensurável [...] Maria Angela Mattar Yunes, Unilasalle.
[...] Me solidarizo com o professor e comungo com suas concepções de conhecimento, aprendizagem e avaliação. O seu relato só reforça a minha impressão de que o Positivismo/Cartesianismo se adaptou perfeitamente a onda conservadora que vivemos onde tudo tem que adaptar-se ao mercado, inclusive a educação. Querem instituir o sistema produtivo no interior da escola, fazendo da avaliação uma espécie de controle de qualidade, como ocorre na fábrica, onde os objetos defeituosos são classificados e desconsiderados. Esta concepção não admite a diferença e a singularidade do sujeito. Apenas um reparo. Não acho que a liberdade necessária ao professor seja fechar a porta e não prestar conta do seu trabalho. Acho que o professor deveria reivindicar o trabalho coletivo, a troca de experiência, aprender e ensinar na relação com seus colegas e ser transparente e público na operação da sua prática pedagógica. A sua autonomia precisa impor-se pela legitimação do seu trabalho e isto só pode ocorrer de "portas abertas" e justificando as suas escolhas. JC de Azevedo
A estas releituras adito um voto: uma excelente segunda-feira a cada uma e cada um. 

4 comentários:

  1. Querido Chassot,

    respondendo a teu questionamento: não só lembrei do feriado, como ainda o aproveitei para pedalar pela cidade (https://www.facebook.com/media/set/?set=a.472274426179477.1073741827.100001907712016&type=1). Recife tem agora uma ciclofaixa móvel, que funciona durante os domingos e feriados. Foram cerca de 70 Km de pedal pelas paisagens de nosso litoral.

    grande abraço,

    PAULO MARCELO

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  2. Limerique

    Domingo obnubilou Tiradentes
    Neste país de heróis carente
    Feriado se presta
    Para fazer festa
    Não para lembrar inconfidente.

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  3. Chassot querido amigo,

    a palestra e o almoço foram inobnubiláveis.

    Abraço afetuoso, com muita gratidão.
    Guy

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  4. Lia, a Ilíria que ainda lê22 de abril de 2013 às 20:36

    Querido mestre, eu lembrei não só do feriado de ontem como de que, quando criança, no dia de hoje, lembrávamos "o dia do descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral".
    Ah, tempos idos em que na história se ensinava datas e nomes, alguns dos quais nem sentido pra nós, crianças, faziam.
    E hoje? Será que já aprendemos que a história é nós que fazemos?
    Grande abraço: Lia, a Ilíria que ainda lê

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