ANO
7
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EDIÇÃO
2455
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Escrevo no
ocaso do domingo. Momento usualmente dolente. Olha-se o fim-de-semana. Ele sabe
a quero mais; é o sabor nostalgia. Mira-se a agenda da semana que vem em frente.
Não raro, assoma sensação de prepotência.
Há um blogue a redigir. Este compete com cadernos de jornais ainda por
ler.
Resolvo olhar para três dias. Sábado, domingo e hoje. Mas, vou fazê-lo de
maneira acronologica O critério será a importância (para mim) de cada um deles.
Olho do menor ao maior significado: domingo
Domingo: Gostaria de perguntar
aos quase trezentos visitantes diários deste blogue (excluo da pesquisa cerca
de 10% do exterior), quantos ontem lembraram que era feriado nacional.
Impressiona-me como um domingo obnubila o significado de um feriado.
Desculpem! Eu queria uma vez usar o verbo obnubilar [produzir obnubilações (=esquecimentos)].
Parece que fiz uma boa estreia. Peço que não me considerem pedante. Mas tem
charme, quando, ante a alguns fatais esquecimentos dizer: Relevem, obnubilei,
do autor que fez a citação, que acabo de citar!
Mas, realmente, ontem Tiradentes
foi obnubilado. Frase de peso para quem busca assunto para tecer uma edição.
Segunda-feira: Na agenda de abertura de uma semana que inclui atividades no
hemisfério Norte [Boa Vista RR], hoje tenho uma atividade supimpa. Nesta manhã,
a convite do Prof. Guy Barros Barcellos falo para alunos do Ensino Médio do Instituto
Estadual de Educação Paulo da Gama no bairro Partenon, em Porto Alegre. Aprendo
na Wikipédia que a escola está em local onde primitivamente existia um
cemitério indígena. Hoje tem mais de mil alunos distribuídos nos Ensino
Fundamental e Médio. É muito bom falar sobre Ciências a jovens estudantes.
Sábado: A revisitação de um terceiro dia deste tríduo, leva-me a uma das mais
significativas blogadas em quase 2,5 mil edições deste blogue. A publicação de
uma carta de resignação de um professor à docência em uma escola particular,
trazendo argumentos por demais relevantes [que merecem ser lidos na edição de
sábado] para afirmar: Por
estas profundas incompatibilidades entre mim e a escola, após longa reflexão e
minucioso exame de consciência resigno-me, em caráter irrevogável, do cargo de
professor do Colégio X Y Z.
A
edição recebeu vários comentários e recebi mensagens pessoais. Destas trago
excertos de duas:
[...]
Estou impressionadíssima!!!! A estatura
pedagógica do Professor... é imensurável... e de uma dignidade igualmente
imensurável [...] Maria Angela Mattar Yunes, Unilasalle.
[...]
Me solidarizo com o professor e
comungo com suas concepções de conhecimento, aprendizagem e avaliação. O seu
relato só reforça a minha impressão de que o Positivismo/Cartesianismo se
adaptou perfeitamente a onda conservadora que vivemos onde tudo tem que
adaptar-se ao mercado, inclusive a educação. Querem instituir o sistema
produtivo no interior da escola, fazendo da avaliação uma espécie de controle
de qualidade, como ocorre na fábrica, onde os objetos defeituosos são
classificados e desconsiderados. Esta concepção não admite a diferença e a
singularidade do sujeito. Apenas um reparo. Não acho que a liberdade necessária
ao professor seja fechar a porta e não prestar conta do seu trabalho. Acho que
o professor deveria reivindicar o trabalho coletivo, a troca de experiência,
aprender e ensinar na relação com seus colegas e ser transparente e público na
operação da sua prática pedagógica. A sua autonomia precisa impor-se pela
legitimação do seu trabalho e isto só pode ocorrer de "portas
abertas" e justificando as suas escolhas. JC de
Azevedo
A estas
releituras adito um voto: uma excelente segunda-feira a cada uma e cada um.
Querido Chassot,
ResponderExcluirrespondendo a teu questionamento: não só lembrei do feriado, como ainda o aproveitei para pedalar pela cidade (https://www.facebook.com/media/set/?set=a.472274426179477.1073741827.100001907712016&type=1). Recife tem agora uma ciclofaixa móvel, que funciona durante os domingos e feriados. Foram cerca de 70 Km de pedal pelas paisagens de nosso litoral.
grande abraço,
PAULO MARCELO
Limerique
ResponderExcluirDomingo obnubilou Tiradentes
Neste país de heróis carente
Feriado se presta
Para fazer festa
Não para lembrar inconfidente.
Chassot querido amigo,
ResponderExcluira palestra e o almoço foram inobnubiláveis.
Abraço afetuoso, com muita gratidão.
Guy
Querido mestre, eu lembrei não só do feriado de ontem como de que, quando criança, no dia de hoje, lembrávamos "o dia do descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral".
ResponderExcluirAh, tempos idos em que na história se ensinava datas e nomes, alguns dos quais nem sentido pra nós, crianças, faziam.
E hoje? Será que já aprendemos que a história é nós que fazemos?
Grande abraço: Lia, a Ilíria que ainda lê