ANO
7
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www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2454
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Quando desenvolvo
laboratórios de escrita, estes têm como mote: ‘aprende-se a escrever, escrevendo’ mas para o qual há um
pressuposto: ‘ler é preciso’.
Lastreado nestas duas teses a proposta tem como atividade fulcral: ler e
escrever. E o ler implica — também — em ler (boa) ficção. Na prática desta
recomendação, para fazer esta domingueira, trago um conto publicado no Segundo Caderno da Zero Hora de ontem na secção Pampeanas.
O
homem que apostava*
Que era homem educado, lá isso ele
era.
Também, cria dos Tavares, só podia
sair de tratos maneirosos. Acontece, porém, que aos verdes campos preferiu as
verdes mesas de carteados.
Outro vício não tinha, afora apostar
até a mãe, se apostador houvesse.
– Aposto que o Dr. Naziazeno vai
discursar no enterro. Aposto que o Dr. Fico ganha essa eleição.
Tudo era aposta.
Pois numa noite já crescida em horas,
estava o Tavares num joguinho sofrido, nos altos do Comercial, quando o Dr.
Marcírio testaviou na mesa. Caiu duro e fulminado e que Deus o tenha em sua
glória.
– Quem de nós leva a notícia
lastimosa para Dona Cristina Magalhães, esposa do parceiro ora falecido?
Outra não foi a sábia escolha. O
Tavares.
Lá se foi ele circunspecto pela
madrugada fria.
A mãozinha de ferro da porta começou
delicada para retumbante, até que se abriu a porta com a senhora mal desperta,
arrumando o cabelo sob o lenço de seda.
– Boa noite ou bom-dia, senhora.
Desculpe o adiantado da hora. Sou o Belico Tavares e, por certo, a senhora deve
ser a viúva do Dr. Marcírio Magalhães, não?
Aflita, a senhora contestou pela metade
a madrugadeira pergunta:
– Sou Cristina Magalhães, viúva
não...
Imediatamente o Tavares reagiu:
– Quer apostar?
· Luís Coronel, escritor e publicitário.
Limerique
ResponderExcluirInfeliz do homem que aposta
Achando que jogo é resposta
Está ele enganado
Indo pro lado errado
Pois sempre jogo é uma bosta.
Querido mestre!
ResponderExcluirAh, a arte de escrever...
feliz de quem se dispõe a aprendê-la.
Grata por se dispor a ensiná-la.
Grande abraço: Lia, a Ilíria que ainda lê