ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÃO
2608
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Esta
blogada inaugura dezembro. Talvez o mês mais chato do ano. Ele é marcado por um
consumismo voraz e predador ao qual é quase impossível resistir. Já escrevi
acerca disso na primeira edição de Alfabetização
científica: Questões e desafios para a Educação, ainda no século passado.
Dezembro
é o mês mais estressante do ano e aquele mais falso (cuidei para não aderir ao
colonialismo: não disse o mais ‘fake’). A marca maior é esta importação
ridícula do ‘Papai Noel’ que oblitera aquele que deveria ser o personagem central no período
natalino. Mesmo assim, não me custa confessar que ainda hoje me encanto com
certas produções natalinas (mesmo decorações de Shoppings, como esta da
ilustração que me emocionou outro dia) e que já chorei de medo de Papai Noel.
Acerca desta ‘doação da Coca-Cola’ já escrevi em outros adventos. Sobre ela,
aqui e agora, silencio. Sou de um tempo em que se dizia que não se gasta
pólvora em chimango.
Hoje,
inauguramos o mês (no) vermelho. Outubro foi celebrado como o mês rosa, na
evocação de cuidados à saúde da mulher, na prevenção do câncer de mama;
novembro, o mês azul, na lembrança aos homens de exames preventivos a doenças
prostáticas; agora o mês de ficar no vermelho, traduzido pelo presentear o que
não temos, para ganhar o que não queremos.
Mas
esse ano o consumismo já teve um arrotado orgasmo. Estreamos mais um copismo. ‘The
black Friday’. No ano passado este estase do capital foi discreto. Este ano, na
dita quarta edição brasileira, não escondeu suas garras.
Essa
invenção da pátria do capitalismo selvagem (e ralado) ocorre na sucessão da pantagruélica
celebração do Tanksgiving Day marcado
pela degola de inofensivos perus. Entre nós, o ‘Dia Nacional de Ação de Graças’
já foi mais celebrado. Havia um importante banco, que era o grande difusor da
comemoração. Parece que ele ficou tão rico, que nem precisa mais dar graças.
Mesmo
que aqui não se celebre o Thanksgiving Day, temos agora um dia dedicado para
pagar a metade do preço, daquilo que na véspera teve seu preço dobrado. Ouvi
referência que a sexta-feira fora o dia mundial de descontos, quando esta cópia
estadunidense parece não ocorrer em meia dúzia de países.
Esta
semana, alguém querendo inventar mais um desencadeador de consumismo, bradava
no rádio: “Não esqueça: dia 1º de dezembro é o dia de montar a árvore de natal.
Marque esta data com uma reunião famíliar para comer um peru!” Não é sem razão
que jornalistas se intitulam: formadores de opinião. Resistir é preciso.
Resistamos.
Triste nesse cenÁrio são as reuniões de família dessa época com sorrisos e abraços tão falsos quanto as bugingangas presenteadas do Paraguai
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão seria contra o consumismo se este, enquanto, não nos consumisse na nossa humaneidade. Consumir, tudo bem, desde que para SER. Ainda quero morrer despido da inescrupulosa ideia do consumo, estritamente direcionado ao TER.
ResponderExcluirGrande abraço!
Limerique
ResponderExcluirSe aqui é Brasil, já não mesmo sei
Porque parece que gringo aqui é rei
Fazer Shopping alucinado
Black Saturday importado
Hallooween, Cristhmas,Tanksgiving Day.