ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÃO
2632
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Houve tempos
de nossa infância e mesmo da pré-adolescência que a noite de 24 de dezembro era
a mais esperada do ano. À medida que os dias passavam, no começo de um novo
ano, parece que o natal ficava mais longe. Depois dos finados, havia a
impressão que o calendário quase parava. Com a chegada de dezembro a espera
tinha um balizador: as quatro velas da coroa do advento que eram acessas uma a
cada semana.
Hoje parece
que tudo passa tão rápido. Nossas agendas, então, eram tênues e os dias
custavam a passar. Hoje, são muito densas e quase sem nos darmos conta: “... logo
ali já é natal!”
Esta rapidação
pode estar também conectada o abandono de nossas crenças em mitos. A lenda do papai-noel
não se esboroa sozinha.
Mitos se
esfumaçam, dogmas têm vacina contra demolição, mesmo quando na teogonia judaico-cristã
se tenha que acreditar que no natal comemoramos o nascimento de um deus que foi
gerado por uma virgem, inseminada por mensageiro celeste.
[Uso ‘teogonia’
na acepção etimológica mais ampla: Teogonia (em grego, Θεογονία {theos, deus + gonia, nascimento}; não na
referência ao poema mitológico grego que contava a história do surgimento dos deuses]
A inclusão do gentílico
judaico é porque na sabedoria dos Profetas do judaísmo se narra que “Uma
Virgem conceberá e dará a luz um filho, e seu nome será Emanuel" - nome
que significa: Deus está conosco" (Isaías 7:14). Isto é ratificado na
tradição cristã: “34. Maria, então, perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não
conheço homem?” 35. O anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra.
Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus (Lucas cap.1).
Assim, a celebração desta noite — deveras
esquecida — é a de um Deus encarnado.
O mistério da encarnação, central no cristianismo, encontra paralelo em
diferentes teogonias que têm entre seus escritos míticos ‘uma virgem que é engravidada por ser superior e que dá a luz a deus ou
deuses’.
Afortunadamente, nos tempos hodiernos,
nesta celebração maiúscula dos crentes, os não crentes também confraternizam juntos,
sem a ameaça das fogueiras inquisitoriais e irmanados celebram PAZ.
Limerique
ResponderExcluirHavia um Natal, éramos inocentes
Daí celebrávamos com toda gente
Sobrou o comercial
E a festa informal
Porque não há como ser diferente.
Natal
ResponderExcluirNeste data que se mantém apenas por tradição
Todos no Planeja estão fingindo serem felizes
Nas lojas então nos vemos adquirindo ilusão
Para nossas mães, pais, tios, primos e petizes
Contudo, para maioria nada significa o Natal
A não ser apenas um dia como outro qualquer
Mas o qual justifica folgar no trabalho afinal
Ficar de pernas para o ar para o que der e vier
A natividade ‘e felicidade de nossas crianças
Que ficam quietinhas em grande expectativa
Se comportam e deixam de fazer lambanças
Igual a outros dias ‘e mais uma data festiva
Que tenta formar em nós muitas lembranças
Enquanto para alguns essa festa está viva.
Um Feliz Natal ao Mestre, seus familiares e a todos seus leitores, que 2014 seja uma ano de bons textos, cada vez melhores!
ResponderExcluirMuito estimado Mestre Chassot,
ResponderExcluirhoje a blogada é excepcional.
Breve o senhor passara também a ser ‘o meu teólogo’ preferido
Obrigado e a admiração da
Mirian
Querido Mestre Chassot, que bela reflexão... Para católicos, como eu, ou não católicos, a lição é proveitosa: um Deus encarnado não é coisa trivial, e deve ser maiúscula mesmo a celebração. A companheira d leitura, Mirian, tem toda razão: temos um teólogo aqui, o preferido!
ResponderExcluirUm lindo Natal e um ano novo cheio de novos encontros e boas surpresas, é o que lhe desejo. Beijos, Angela Maria Freire