ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÃO
2620
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Quando relacionamos
as sobrecargas que nos são queridamente impostas, que adensam as atividades de
fim de anos, há que lembrar as solenidades de formaturas e assemelhados. Na
quarta-feira fui à formatura no ensino fundamental de minha neta Maria Antônia,
com ‘direito’ (¿ou ‘dever’?) de assistir uma longa peça teatral.
Ontem, à noite
fui a espetáculo ginástico onde minha neta Maria Clara, com seus quase oito
anos brilhou — na ótica insuspeita de seu avô — como uma esbelta ginasta. No
mesmo horário havia a formatura do Antônio na Educação Infantil. Como ainda não
sou ubíquo, nesta não pude comparecer.
Mas, para
evitar estresse, vem bem um assunto trivial: Há dias, em uma aula do Mestrado
Profissional de Reabilitação e Inclusão, quando discutíamos diferenças e
semelhanças, o Fabiano perguntou ao grupo: Que
animal cada uma e cada um gostaria de ser? As respostas foram diversas. O
Rafael, por exemplo, optou por ser cachorro, ante o tratamento de elite que ora
os caninos recebem.
Depois de manifestações o Fabiano afirmou que ser pato
tinha mais vantagens. Ante curiosidade unânime, explicou: que o pato anda,
corre, voa e nada. Só isso o faz distinguido, pois outros animais não têm tais
expertises simultaneamente. E, mais, como tem pé chato, não precisa servir ao
exército e, por ter membranas entre os dedos não pode colocar aliança.
A Wikipédia
destaca ainda que o pato o único animal que consegue dormir com metade do
cérebro e manter a outra em alerta. É dotado de perfeito senso de direção e
comunidade. Realmente, aí estão vantagens fulcrais que fazem do pato ‘o cara’.
Aproveitando a
patografia perguntei: por que pato
pode nadar e galinha não? A resposta que este tem nadadeira não serve. A
questão é explicar porque o pato não submerge na água e a galinha afunda. A
questão é simples e poderia (se afirmo poderia, estou levantando um condicional:
¡isto é não o recomendo!) ser
demostrada assim. Se lavarmos as penas de um pato com água com umas gotas de
detergente (ou se colocássemos detergente na água onde patos nadam) a gordura
que reveste as penas — e faz que entre elas se forme uma camada de ar —, seria
removida e tal como galinhas, os patos se afogariam.
Como pato é um
bom assunto, vale recordar que a expressão ‘pagar
o pato’ pode ter se originado em uma história do século 15. Um camponês
passou em frente à casa de uma mulher casada, com um pato na mão. A mulher
ficou interessada em ter o pato, e propôs ao camponês pagá-lo com favores
sexuais. Aceita a proposta, surge, após um tempo, um impasse. O homem queria
prolongar o ato, enquanto a mulher achava que já tinham feito sexo o suficiente
para o que julgava valer o animal.
Os dois
começaram a discutir e, em meio ao debate, chegou o marido da mulher, e quis
saber porque eles discutiam. A mulher então explicou que a desavença era em
função do dinheiro que faltava para chegar ao valor desejado pelo camponês. O
marido deu o dinheiro. E, literalmente, pagou o pato.
Mestre Chassot
ResponderExcluirÉ incrivel o seu "dom" com as palavras. Tudo se transforma em um indez e surgem textos maravilhosos como este.
Adorei!
Carla
Limerique
ResponderExcluirDa insensatez o Brasil é retrato
Onde versão vale mais que o fato
Investe-se no futebol
Aplica-se no etanol
E o povão acaba pagando o pato.
Chassot,
ResponderExcluiralegrar-te-á saber que o pato engordura suas penas com secreções lipídicas da glândula "uropigial"…
Eu, se pudesse ser um animal, seria uma esponja-do-mar, sem cérebro para não ter que fazer doutorado e podendo ser passada em uma peneira e se reconstituir… Ou uma ameba, para ser ubíquo…
Abraços patológicos