ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÃO
2619
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Nesta segunda-feira,
dia 9, sem destaque oferecido pela imprensa de massa, houve em Porto Alegre, o
lançamento pelo Ministério de Educação do Pacto
Nacional do Ensino Médio. Há duas dimensões a lembrar: a primeira, a nível
nacional se formulam ações para que respostas como aquelas que 20 anos respondi
em uma tese de doutorado [Para que(m) é útil o ensino?] sejam outras que sua quase
total inutilidade; a segunda, o quanto as ações da Secretaria de Educação RS
passam ser referências para o Brasil.
Para que
comentar esta ação muito significativa, trago análise elaborada pelo Jose
Clovis de Azevedo [Professor de História (UFRGS), Doutor em Educação (USP) e
Secretário Estadual de Educação do Rio Grande do Sul]. O texto está na p. 13 da
edição de ontem da Zero Hora.
O Pacto
Nacional do Ensino Médio. Com o lançamento do Pacto pelo Ensino
Médio, o país dá um passo importante rumo à garantia de um ensino mais
identificado com as necessidades da juventude brasileira.
Há um grande consenso sobre o estado
de crise do Ensino Médio brasileiro, expresso principalmente nos altos índices
de evasão e repetência. Surge desta constatação uma questão fundamental: o que
leva praticamente um terço dos estudantes a ter seu sonho de vida abortado pela
reprovação e abandono? Esta pergunta baliza o trabalho na Secretaria de Estado
da Educação (Seduc) desde o início de 2011, quando começou a ser gestada a
reestruturação curricular do Ensino Médio. Na ocasião, o diagnóstico mostrava
um currículo dissociado da realidade, fragmentado, pouco atraente e distante da
vida dos estudantes. Iniciamos na Seduc, então, um processo vigoroso de debate
que culminou na conferência estadual do Ensino Médio, com participação de mais
de 30 mil pessoas em todo o Estado. Consolidava-se ali a reforma, que começou
pelos primeiros anos em 2012, chegou às turmas de 2º ano em 2013 e alcançará as
salas de aula dos 3ºs anos em 2014.
Em apenas três anos, começamos a
colher resultados positivos. Recém lançados os resultados do Enem 2012, os
estudantes das escolas gaúchas da rede estadual que integram as estatísticas do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012 obtiveram segundo lugar na média
geral entre as áreas do conhecimento no comparativo com estudantes das demais
redes estaduais brasileiras. De 2011 para 2012, a rede estadual melhorou sua
posição em relação às redes estaduais do país. Em 2011, o RS ocupava a terceira
posição, passando para segundo lugar nas provas de 2012. Se considerados os
resultados das redes estadual, federal, municipal e privada, o RS manteve a
oitava colocação, mesma posição de 2011.
Três anos depois, recebemos os
gestores do Ensino Médio do Ministério da Educação (MEC) para o lançamento do
Pacto Nacional. Isso não é obra do acaso. O MEC veio ao Rio Grande do Sul
porque aqui, há três anos, ocorre um processo de mudança com um debate virtuoso
e práticas inovadoras, embora com resistências e dúvidas o processo de mudança
é irreversível, com melhorias concretas para nossos estudantes e professores.
Nossas ações são observadas pelo país e agora vão contribuir com a grande
reforma que será implantada no Brasil inteiro.
Caro Chassot,
ResponderExcluirPor falta de opinião em assunto tão relevante, e por "necessidade" de fazer meu costumeiro comentário, compus o soneto "VERNACULICES" que, se não é exatamente sobre educação, pelo menos é um lúdico jogo de palavras que propõe mostrar quão rico é a Última Flor do Lácio. Abraços, JAIR.
VERNACULICES
Quis o gramático iniciar a sessão
Entretanto não existia consenso
Alguns optaram por outra seção
Enquanto outros aguardam o censo
Mas o filólogo insistiu na reunião
Embora num ambiente tão tenso
Se de outra parte houvesse cessão
Um feliz resultado seria extenso
Mas o vernáculo enseja divisão
Assim é que normalmente penso
Porque cada um tem sua opinião
Não há concorde e nenhum senso
Vale o que acho e a outros digo não
Só se à gramática se ponha um penso.
Muito estimado Mestre Chassot,
ResponderExcluirdois destaque a esta blogada:
a urgente necessidade de finalmente termos um outro ensino médio. Quando li seu livro “Para que(m) é útil o ensino?”, logo depois de sua tese me dava conta da quantidade de conteúdos inúteis que ensinamos. Sempre lembro seus exemplos como o do ensino de isótonos.
O segundo destaque é o trabalho exemplar e desafiador que faz o Rio Grande do Sul. Acertou o MEC quando mostra ao Brasil o trabalho que se faz aí e que secretário destaca no texto do blogue de hoje.
Aqui em São Paulo temos que aprender muito com vocês.
Cumprimentos e admiração
Mírian
Meu caro poeta Jair,
ResponderExcluirVejo que de limeriques passas a sonetos.
Este de hoje é uma peça magistral para uma aula acerca homofonia;
Parabéns,
attico chassot
Professor Chassot,
ResponderExcluirmuito especial a trazida da fala do Prof. José Clóvis.
Em nossa escola a politecnia é marcada pelo sucesso. Professores e alunos estão entusiasmado.
O ensino médio já e outro,
Raoult
Professor, como este Pacto pode realmente beneficiar nossos jovens a ter um ensino menos propedêutico e fragmentado, será que já estou conseguindo as respostas para a minha interrogativa????
ResponderExcluirQuerida Naiara,
Excluirrealmente teu trabalho de conclusão de curso esta na direção do Pacto Nacional Para o Ensino Médio.
Obrigado por tua presença aqui
Com esperanças espraiadas
attico chassot
Estimado Mestre Chasst, já estamos colhendo frutos dessa ousada proposta, bons e lindos frutos. Ontem participei, com muito orgulho, da banca do TCC de uma ex-aluna da Matemática da UFRGS. Em uma linda escrita ela faz um diálogo entre a proposta de Reestruturação do Ensino Médio e Politécnico com a Modelagem Matemática. Com certeza precisamos começar, mais do que nunca, a conversar com outras áreas do conhecimento escolhendo os assuntos que realmente são relevantes e importantes de serem discutidos com nossos alunos. Há um lindo e desafiador caminho pela frente, vamos lá. Abraços, Maribel.
ResponderExcluirMuito querida Maribel,
Excluirexcelente notícia. Estes frutos reforçam a posição da Secretaria de Educação RS.
Na noite de ontem, ao participar de enceramento de seminário no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão do Centro Universitário Metodista do IPA trazia a politecnia como espaço para entendermos a indisciplina.
Vibro com teu entusiasmo
attico chassot