ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÃO
2627
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Nossa série serendipitosa chega à quinta
edição. Hoje, com algo aparentemente trivial, mas com resultados muito
significativos. Estes transformaram hábitos, facilitando várias de nossas ações
cotidianas.
Quantos de nós,
especialmente aqueles que não tivemos uma infância exclusivamente urbana, chegamos,
vez ou outra, em casa com a roupa cheia de carrapichos*]. No inverno, quando
usávamos roupas mais grossas (lã, flanela...) o encarrapichamento era maior. Não raro as mães punham os filhos a
retirar os frutos aderidos à roupagem.
* Carrapicho: nome
comum a vários subarbustos das leguminosas, compostas, gramíneas, malváceas e
tiláceas, cujos frutos com pequenos espinhos ou pelos aderem à roupa ou ao pelo
dos animais.
O carrapicho
era tão presente em nosso cotidiano que se apelida(va) de carrapicho a pessoa que permanece
próxima de outra sem que seja desejado.
A pergunta que surge: Quem ou quantos de
nós nos perguntamos alguma vez como o carrapicho ‘se agarra’ na roupa ou no
pelo dos animais?
Ocorre que em 1941, o engenheiro eletrônico
George de Mestral (1907-1990), ao retornar de um passeio pelo campo, na Suíça,
sua terra natal, percebeu que seu casaco estava coberto por carrapichos. Ao
arranca-los, interrogou-se: “O que será
que faz que se prendam tão firmemente?” Sua curiosidade levou a um exame
mais detalhado com microscópio. Descobriu, então, que os carrapichos estavam
cobertos por ganchos e estes se agarravam aos fios de seu casaco. Esta é a
maneira que a natureza tem para espalhar as sementes, que se agarram a pássaros
e outros animais.
De Mestral levantou a possibilidade de
desenvolver um sistema baseado no padrão do carrapicho que fosse útil, ao invés
de ser um incômodo.
O resto da história conhecemos: o prendedor Velcro®,
que a estilo dos carrapichos acha-se presente no fecho dos sapatos infantis até
nos microfones de lapela de um astronauta em um ônibus especial, compreendendo neste
interregno miríade de usos. Velcro® deriva de velvet (veludo) e crochê.
Na próxima
edição, veremos que o lítio permanece como um dos principais tratamentos para
pacientes com manias graves, graças a inesperadamente calmos porquinhos da índia.
São conhecimentos que só um Sábio como o mestre Chassot para aflorar...
ResponderExcluirGraças às "diárias" blogadas.
Aquele abraço!
Muito prezado colega Vanderlei,
Excluirsão estímulos como o teu e o que fez a Mirian, te citando, que me dão gara para fazer estas edições diárias.
Como tu persigo oferecer oportunidades de acesso à alfabetização científica um número maior de pessoas.
A estima do
attico chassot
Mestre Chassot,
ResponderExcluiresta série serendipitosa mereceria uma medalha de ouro. Acompanho há vários anos seu blogue — e também festejo o seu retorno à frequência diária como o Vanderlei Farias —e nunca vi uma sequência de edições tão boas.
O senhor nos dá um presente de festas fabuloso;
Obrigado
Mirian
Serendipidade eu?
ResponderExcluirSerindipitoso quisera eu ser
Para, sem esforço, encontrar ouro
E, inspirado bons versos escrever
Fazer de meu blogue um tesouro
Mas, no Canadá hoje simplesmente
Continuo com minhas mãos atadas
E minha criatividade se ressente
Do Notebook que ficou pelas estradas
No Aeroporto de Toronto, o laptop
Tomou outro rumo a seu talante
Talvez muito empolgado, a galope
Enquanto tive que seguir adiante
Com ideias que minha mente entope
Sem neste dia sentir-me brilhante.
Muito querido Jair!
ResponderExcluirAnte teu súbito silêncio inferi que viajavas em férias!
Acostumaste-me mal nestes anos de fruídas parceria intelectual!
Agora, uma surpresa! Ficaste desasado, mesmo quando tens que voar!
Imagina a desdita de estar sem teu escrevinhador!
Para mim, que há um mês deixei o notebook em um hotel, tenho com ser enfático.
Só preciso fazer uma divergência: amarram-te as mãos, mas não o poetar.
Assim como os vates lamuriavam desditas amorosas, tu versejas a malsinada perda do te faz ciborgue.
Fôssemos crentes, oraríamos! Cabe-nos torcer.
Mando eflúvios ao Canadá!
Peço às musas que cuidam dos perdidos, que as façam achados!
Solidário, sempre,
Achassot
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