ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÃO
2637
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Esta postagem
ocorre no terceiro dia de temperaturas insalubres de mais de 40ºC em Porto
Alegre e no Rio Grande do Sul. Há expectativas que com advento de 2014 ocorra
também amenidades climáticas.
É provável — em
quase 7,5 anos deste blogue —, que uma
das personalidades do século 20 mais referida aqui foi Alan Turing. Em 2012,
quando se celebrou centenário de seu nascimento, o desagravei em dezenas de
palestras.
Matemático
britânico se tornou herói da Segunda Guerra ao decifrar Código Enigma dos
nazistas. Condenado por "indecência" na década de 1950, ele foi agora
perdoado pela rainha.
Na contramão da aparente onda internacional de
retrocesso na tolerância à homossexualidade, o governo do Reino Unido anunciou
uma medida de peso simbólico: o matemático e criptoanalista Alan Mathews Turing
(1912-1954) recebeu, neste Natal, postumamente o perdão da rainha Elizabeth 2º,
61 anos após ter sido condenado por "indecência".
O cientista
nascido em Londres conta entre os heróis da Segunda Guerra Mundial por ter
decifrado o Código Enigma, utilizado pelos nazistas em suas comunicações. Em
declaração publicada nesta terça-feira (24/12), o ministro britânico da
Justiça, Chris Grayling, informou que o decreto real tem efeito imediato. Ele
acrescentou que o perdão é um tributo a "um homem excepcional, com uma
mente brilhante".
Herói de guerra Segundo o primeiro-ministro David
Cameron, a decodificação das mensagens trocadas entre os nazistas teria salvado
"incontáveis vidas". "Alan Turing foi um homem admirável, que
desempenhou um papel-chave ao salvar seu país, desvendando o Código Enigma dos
alemães. Ele também deixou um legado nacional notável, através de suas
substanciais conquistas científicas, sendo frequentes as referências a ele como
pai da moderna computação."
Atualmente é
consenso que, com oo trabalho de criptoanálise – realizado no hoje célebre
centro de Bletchley Park, a noroeste de Londres –, Turing conferiu aos Aliados
uma vantagem decisiva contra os nazistas. As informações obtidas foram
essenciais para combater a ofensiva alemã no Norte da África, ou em ajudar os
navios aliados a escapar de submarinos nazistas no Oceano Atlântico.
Estudiosos
como David Leavitt, autor de uma biografia do cientista, chegam a declarar que
a quebra do Código Enigma abreviou a Segunda Guerra; ou até mesmo que, sem
Turing, os Aliados talvez não tivessem saído vencedores. "Isso é altamente
especulativo, mas não acho que a contribuição de Turing deva ser subestimada:
ela foi imensa."
Leavitt também
enfatizou a importância do gesto simbólico de Londres, no atual momento de
recrudescimento da intolerância sexual no mundo, quando a Rússia e a Índia, por
exemplo, endurecem suas legislações homofóbicas.
Cidadão "indecente" e suicida? Mesmo antes da
guerra, Turing já postulara ideias a respeito da inteligência artificial que
iriam servir de base à moderna computação. Depois de 1945, ele passou a
lecionar na Universidade de Manchester e participou da programação dos
primeiros computadores, além de desenvolver o primeiro jogo de xadrez
eletrônico do mundo.
Apesar do
papel crucial na vitória aliada, durante décadas o governo britânico se recusou
a reconhecer a contribuição de Turing, alegando sigilo militar. Devido a seu
relacionamento com outro homem, em 1952 ele foi condenado por "grave
indecência" — o mesmo veredicto proferido contra o escritor Oscar Wilde,
em 1895.
O matemático
foi submetido a vigilância ostensiva e forçado a um tratamento hormonal com
estrogênio, com o fim de reprimir seus impulsos sexuais. Alan Turing morreu em
7 de junho de 1954, dias antes de completar 42 anos de idade. Uma corte definiu
suicídio como causa oficial. No entanto, esse veredicto tem sido questionado.
Esse polêmico assunto, como já disse por diversas vezes, está mais nos discursos do que nos corações. Na realidade todos nós nos rotulamos de contrarios aos preconceitos, mas no íntimo o somos. Agora recentemente a emissora de tv dominante se ensaia mais uma vez para "presentear-nos" com o primeiro beijo gay em horário nobre em sua principal telenovela. Quantos de nós poderá agora dizer, com sinceridade de sentimento, que tal cena não chocará o cerne do seus lares? A atitude do governo inglês parece-me no mínimo hipócrita. De que adianta agora, depois que o infeliz já está morto, reconhecer o erro? Acredito que ainda tenhamos anos de evolução para aceitarmos essas mudanças em nossos costumes.
ResponderExcluirNão vejo o porque do choque! Não quando se ensina que o amor é a força maior. Não quando é cena comum.
ExcluirTambém não discordo quando a atitude do governo britânico. Pior seria persistir no erro
Lucélia Mattar
Limerique
ResponderExcluirOscar Wilde e Alan Turing execrados
Pelos britânicos machistas, celerados
Foram homens normais
Mas com opções sexuais
Pelas quais ambos foram condenados.