ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÃO
2625
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Hoje faço uma
interrupção na série serendipitosa para falar de algo que não foi descoberto por
acaso ou aconteceu de forma inesperada, como, por exemplo, o ‘princípio de
Arquimedes’ ou ‘’o anel benzênico. assuntados aqui domingo e segunda-feira. Trago,
nesta terça-feira, algo que foi obrado durante anos. Na quarta-feira, retomo a
série com algo muito serendípico: Fleming e descoberta da penicilina.
Para hoje
começo por responder a manchete desta edição: o que é mesmo uma isagoge? A resposta faço-a com apresentação
de alguns excertos de um dos quatro prefácios de livros que escrevi em 2013.
Este é do último livro que será lançado amanhã, dia 18, às 19h, no Museu de Ciências
da PUCRS em Porto Alegre.
[...] Recebo um recado: “Estou te encaminhando meu livro
para que faças a isagoge”. O meu atento corretor de texto — maravilha que
recebemos quando da transição da máquina de escrever ao computador — alerta ao
exotismo do pedido com aquele sinalizador em vermelho, que evoca o ferretear de
nossos erros, tão ao agrado dos professores, em nossas composições escolares no
inicio de nossas escriturações. O corretor (e eu) não conhece(mos) isagoge.
[... Após
consulta a dicionários percebo que] Guy, o polímata, não tinha feito, como
imaginara, um pastel (= Caracteres que ficam misturados e confundidos).
Lá estava no dicionário. Isagoge = s. f. Rudimentos; proémio, introdução. Ele queria
para seu livro um proêmio.
[...] Que desejaria o entusiasta
do Museu da Natureza com seu livro nominado como um Manual de implantação de museus escolares? Um Manual?
[...] Descobri, na minha ruminação acerca do título da obra que agora o
leitor tem a (a)ventura de saborear, que existe na Internet pelo menos um grupo que procura estudar e compreender os hábitos de não leitura
de manuais de instruções pela "maioria" dos brasileiros. Este
provável senso comum certamente pode ser ratificado aqui e agora, pelo menos
por mim.
Além de certa arrogância, cometida principalmente a nós
homens, em tentar "adivinhar" como funciona o produto, é consenso
geral que, em sua maioria, os manuais de instruções têm uma linguagem técnica
demais.
Terá o Guy Barros Barcellos escrito um manual para não ser
lido? Então como solucionar esse problema de ‘entender’ um manual? Novas
maneiras de se escrever manuais? Sim temos neste livro uma nova maneira de
escrever manuais. Não fosse melindrar o seu autor diria que este livro não é um manual na acepção de 1.- Livro
que sumariza as noções básicas de uma matéria ou assunto ou ainda 2.- Guia prático que explica o funcionamento de
algo (ex.: manual com modo de usar seu novo smartphone).
[...] Mas, aqui e
agora, assoma algo maior: falar do livro que, talvez tu como leitor busca sentido
neste prefácio para decidir por adentrar num mundo (quase) desconhecido do museu
escolar. Digo como o Poeta: cesse tudo que a Musa antiga canta, pois valor mais
alto se levanta. Não é sem razão que chamo Camões a esta celebração. Temos
neste livro uma elegia às Musas. O Guy musicou isso no lírico introito que está
no livro logo a seguir. O templo das musas era o Museion, termo que deu origem
à palavra museu: local do cultivo e preservação das artes e ciências e artefato
cultural central nesta obra. Não questionei ao polímata autor deste livro qual
das nove filhas de Mnemosine e Zeus é a musa que tem a capacidade de inspirar a
sua criação artística ou científica. Na dúvida homenageio às nove.
[...] Assim, vivamos, aqui e agora, o ritual de dar a lume Manual de
implantação de museus escolares. Permitam-me, por ser démodé, traduzir
essa bonita ação de dar a lume: tornar notório, público; declarar,
manifestar. Assim, cabe-me nesse prefácio fazer a epifania ou celebrar o aparecimento ou, ainda, ensejar a
manifestação reveladora de um novo livro: Manual de
implantação de museus escolares. Esse ritual quase iniciático
se faz em regozijos. Talvez, porque este cerimonial tenha marcas litúrgicas da
epifania cristã de desvelar o escondido.
Evoco
uma ação que correlaciona museu com antigamente para, ao saborear o texto
pós-moderno do Guy, para contrapor com o novo que este Manual nos oferece. Há ações marcadas por palavras-chaves que se
fazem modismo. Na segunda década do século 21 a palavra da moda é inovação. Na década passada era sustentabilidade. Na última década do 20
foi qualidade.
Parece
que aqui reside o diferente neste livro. Mesmo que tenhamos feito uma regressão
ao berço de nossa tradição grega — aquela que nos impele ao saber — e invocado
a proteção das Musas a produção do Guy tem a marca da inovação. Há que fazer nesta marca dois destaques: o primeiro, uma não adesão a modismo; outro: não houve/há necessidade de
forçar a barra para qualificar as trazidas que este ‘não-manual’ sugere para
qualifica-las como de inovadoras.
Quase posso antecipar às
leitoras e aos leitores que se (a)venturarão a acompanhar o Guy no desvelo
(aqui na acepção do verbo cuja ação é tirar o véu) do fazer um Museu de
Ciências há de viajar na proposição de ações que contemplem fazeres para cada
uma das seis alíneas trazida do diploma legal.
Sonhar é preciso!
Após este espraiar-se em utopias voltemos às saborosas realidades que
estão amealhadas neste livro. Vale sorvê-las. Com elas, muito provavelmente, se
arquitetará sonhos e com estes se construirá museus. Aqui há pressupostos
teóricos que merecem ser compartilhados para uma
árdua, mas muito necessária situação: por em prática as
densas e viáveis propostas trazidas por este
Manual de
implantação de museus escolares.
E... bem-vindo a um mundo (quase) encantado, mas que transmutável em
apaixonante realidade.
Querido amigo,
ResponderExcluirgraças a Vermeer e sua moça minha obra está laureada por tua isagoge.
Muito obrigado pelo apoio Mestre. És uma inspiração e um norte.
Dia 18 vamos comemorar.
Abraço muito afetuoso,
Guy
Estimado Prof. Chassot!
ResponderExcluirO anúncio de hoje traz expectativas para conhecer o livro.
Recordo do Prof. Enquanto foi neste blog ‘repórter internacional’ com crônicas das ilhas Maurício e dos Estados Unidos;
Ao autor e prefaciador votos de sucesso
Laurus Loureiro Lima
Estimado Professor Chassot,
ResponderExcluircomo historiadora — envolvida com a área de museus da UFMG — a edição de hoje despertou meu interesse e vou buscar adquirir este Manual.
Cumprimentos ao professor Guy e ao autor do prefácio
RCM
Caro mestre Chassot, quero aqui registrar meu agradecimento pelo senhor ter prefaciado o Manual de implantação aos museus escolares, realmente é uma honra para nós. Seu apoio incansável ao meu filho Guy foi e sempre será essencial na carreira dele. Amanhã infelizmente não estarei presente no evento de lançamento do livro, desejo sucesso e meu coração e pensamento estarão com vocês, um abraço com carinho, Adriana Barros-Woodward
ResponderExcluirAtlanta, 17 de dezembro de 2013
Muito estimada Adriana!
ResponderExcluirMeu prefacio ao livro do Guy não produto de generosidade. Ele reflete a admiração intelectual que tenho por teu filho.
Tive mais sorte que tu. Uma viagem cancelada a Boa Vista me permitirà estar amanhã de noite na PUC!
Sinta-te entre nós!
Com espraiada admiração,
Ac
Enviado via iPad
Caro professor Chassot,
ResponderExcluirsuas belas palavras provocam o desejo de conhecer o Manual de Implantatação de Museus Escolares do professor Guy Barros Barcellos, lê-lo para soborear os sonhos que oferece. Ainda mais, a quem como eu, vive a realidade árida de uma escola pública onde, cada vez mais, menos sonhadores há.
São boas novas.
Obrigada.
Solange Silva