ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÃO
2631
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Uma segunda-feira
feira atípica, onde parece que nossos compromissos de rotina são canhestros.
Tudo já sabe a festas. Recebi de uma leitora uma sugestão para esta blogada. Gênio, sim. Nerd, não está
na Folha de S. Paulo deste do domingo com a seguinte chamada: Teen americano [leia-se: estadunidense] que criou teste para detectar câncer
rejeita rótulo do nerd clichê antissocial e quer ser exemplo para jovens gays
como ele. Talvez, poderíamos pensar meu um Leonardo da Vinci pós-moderno.
RESUMO Jack
Andraka, 16, nasceu em Crownville, Maryland, nos EUA. No ano passado, ele
recebeu o grande prêmio da Feira Internacional de Ciência e Engenharia, nos
EUA, por sua pesquisa sobre um novo método para diagnosticar câncer de
pâncreas. Em novembro, deu uma palestra sobre inovação no BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento) e, na semana passada, escreveu um artigo
para o "New York Times" sobre o ensino de ciência. Jack, que é gay,
quer se tornar referência para jovens cientistas que pertençam a minorias.
(...)
Depoimento a Raul Juste Lores
Já estive
quatro vezes na Casa Branca com o presidente Obama e fui convidado a dar
palestras em conferências médicas na França, na Itália, na Austrália e no Reino
Unido, quase sempre falando sobre inovação e a importância de se estimular o interesse
científico nas escolas.
Aos 15 anos,
desenvolvi um teste que consegue diagnosticar precocemente o câncer de
pâncreas. Meu tio morreu por causa disso e fiquei pensando no que eu podia
fazer. Diferentemente das mulheres com tumor de mama, as vítimas desse câncer
só têm o diagnóstico muito tarde, com uma alta taxa de mortalidade. Só 5%
sobrevivem.
Desenvolvi um
sensor usando papel-filtro e nanotubos para
detectar proteínas ligadas ao câncer rapidamente, cem vezes mais que outros testes (esquema ao lado).
detectar proteínas ligadas ao câncer rapidamente, cem vezes mais que outros testes (esquema ao lado).
Ganhei o
primeiro prêmio da Feira Internacional de Ciência e Engenharia (ISEF) no ano
passado, no maior evento para cientistas pré-universitários, e não parei.
ESTÍMULO Depois de
procurar mais de 200 cientistas e centros de estudos e ser rejeitado por todos,
fui abrigado pelo Anirban Maitra, pesquisador de câncer de pâncreas da
Universidade Johns Hopkins, um dos maiores centros de pesquisa no mundo.
Minha escola é
normal, ninguém estava preparado para me estimular ou ajudar nas pesquisas. O
ensino científico ainda é fraco e raro. Ler artigos em publicações
especializadas é caríssimo.
Meu
laboratório mesmo é a garagem de casa, onde meu pai tinha uma marcenaria e,
desde crianças, meu irmão e eu podemos fazer mil testes e usar ferramentas que
nosso pai sempre nos deu ou emprestou. Lembro de uma maquete com um rio de
brinquedo onde a gente aprendeu física e como os objetos flutuam. Meu irmão
mais velho ganhou prêmios científicos antes de mim.
Pouca gente da
minha idade se interessa por ciência. Sou gay, contei aos meus pais e amigos
quando tinha 13 anos, e quero servir de exemplo para jovens gays. Há pouca
mulher, pouco gay, poucas minorias em geral fazendo ciência. É um clube de
garotos heterossexuais (ri).
Nunca sofri
preconceito, mas as minorias trarão outras questões, outros problemas,
enriquecerão a ciência.
'NERDICE' A mídia tem um papel enorme. Aquele
seriado "The Big Bang Theory" mostra nerds e cientistas como gente
antissocial, os estranhos que não sabem se relacionar. A série
"Bones" é melhor, mostra que ciência é legal. Não sou um nerd clichê. Pratico esportes, tenho amigos, não me
sento escondido no canto.
Ainda não sei
nem que faculdade vou cursar. Só sei que quero continuar com pesquisas. Fui
procurado por quatro grandes laboratórios que querem comercializar a minha
invenção. Estou vendo qual é o melhor. Depois vem uma longa fase de testes e a
aprovação pela FDA [agência reguladora de remédios dos EUA]. Leva de 5 a 10
anos até poder ser comercializado.
As escolas
estão atrasadas em estimular a ciência. Encontrei vários estudantes brasileiros
nas feiras de que participei. O "Team Brazil" era bem animado. Eles
têm bastante apoio por lá?
Limerique
ResponderExcluirEra uma vez um rapaz bem genial
Que por um acaso era gay afinal
Com rara inteligência
Promove a ciência
E descobriu um diagnóstico vital.
Gostei da dúvida questionadora: "Eles têm bastante apoio por lá?"
ResponderExcluirPrecisamos pensar numa resposta?
Percebe-se que o Brasil ainda continua distante e desconhecido...
Boa semana a todos!!!