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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

10.- SÍNDROME DE FIM DE ANO.



ANO
 8
em fase de transição
EDIÇÃO
 2618
Uma terça-feira significativa. Formalmente (quase) encerro, hoje à noite, o ano letivo de 2013; meu 53º ano de magistério. Tenho ‘Atividade complementar’ com alguns alunos que não atingiram média sete em Teorias do Desenvolvimento Humano da turma de Educação Física e Pedagogia. Ontem ocorreu o mesmo com a turma de Música.
Minha amiga e ex-colega dos tempos de Unisinos, Mirian Dazzi, publicou algo de como nós professores chegamos ao fim de ano. Não vou dizer que os transtornos sejam tantos, mas o fechamento de notas, agora em sofisticados aplicativos, é algo que realmente estressa.
©Alex Salim Para mim entre lançar notas no sistema é muito mais desafiador, leia-se mais saboroso, uma palestra como a que proferi na última sexta-feira na Casa da Ciência da UFRJ no Rio de Janeiro — da qual Alex Salim fez registros, dos quais um, reproduzo aqui. 
Já disse aqui, que para os docentes envolvidos em programas de Pós-graduação o que deve mais eriçar as penas da ‘coruja-ícone’ do professor são as exigências de produção de artigos publicados em revistas especializadas, ou melhor, qualificadas como geradoras de alto impacto na dita produção da Ciência. Essa demanda produtora de quase pânico não é sazonal. Ela é exigente de maneira continuada. Somos sempre lembrados que cada mais somos Homo Lattes.
A síndrome de fim de ano tem a ver muito com a correção de provas e trabalhos e principalmente com a apropriação de graus e de faltas em sistemas complexos, traiçoeiros e instáveis. Estes, nesta época do ano, são acessados simultaneamente por muitos professores (tentando publicar notas) e alunos (desejando saber seu desempenho). Aquela desculpa de sempre: o sistema caiu é recorrente. O que há um tempo era feito por burocratas na secretaria da instituição hoje, são os professores que fazem.
Para não parecer que exagero, trago três breves excertos, recebidos ontem de mestrandas que são minhas orientandas, em respostas independentes, ante minha cobrança de produção:
Olá professor... por aqui tudo bem. Mas o fim de ano nos exige muito. Essa semana finalizo minhas atividades na escola, então retomo minhas atividades do mestrado (ABC).
[...] Estou com a síndrome do fim de ano. Agora é parecer e mais parecer de alunos. Provas, correções, Mostra do Ensino Médio Politécnico, formatura de duas turmas a qual sou regente, viagem de final de ano com os alunos, livros das aulas do mestrado para resumir e apresentar, artigos para encaminhar, família para dar um "oi" e eu, às vezes, preciso dormir e descansar. Será possível fazer isto em 24 horas? Eu não estou conseguindo (DEF).
[...] Estou com dificuldades de escrever, estou com dificuldades de organizar o meu tempo e de vencer todas as tarefas e burocracias desse final de ano, sendo franca: de todo esse ano (GHJ).
Não desconheço que professores da Educação Básica têm outros mal-estares. Sei que devem ser mais árduos. Aturar o desrespeito de alguns adolescentes é, talvez, muito mais difícil que lançar notas no sistema.  

5 comentários:

  1. Boa noite professor, muito pertinentes suas palavras, como sempre. Quisera eu que meus problemas fossem passar notas, elaborar pareceres ou qualquer coisa que o valha. A moléstia me atacou forte, mais quinze dias de afastamento para tratamento. É, às vezes ou quase sempre, buscarmos realizar um trabalho sério, comprometido, com dedicação e ética nos custa muito caro. Abraços

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  2. Muito querida Maribel,
    Realmente há transtornos de saúde muito maiores que aquelas chatices que listei.
    Peço que releves ter superdimensionado minhas agruras.
    Lamento que algo muito mais grave tenha te ocorrido.
    Na torcida pelo mais pleno e mais rápido restabelecimento.
    Com continuada admiração

    attico chassot

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  3. Homenagem aos professores aos quais tudo devo:

    PROFESSOR
    Ser professor é professar consciente
    Que conduz neste mundo pesado fardo
    E perceber que esse montão de gente
    Deve seduzir como se fosse um bardo

    Ser professor é professar paciência
    E saber que no mundo tem um lugar
    Lecionar humanidades e ciência
    E de bem com a vida sempre estar

    Professor é um exemplo a ser seguido
    Pois está sempre à frente do rebanho
    Então ao caminho a seguir dá sentido

    Planta letras, da palavra faz amanho
    E ao fim da vida diz, valeu ter vivido
    Porquanto em tudo que fez teve ganho.

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  4. Querido Attico,

    não nos esqueçamos do desinteresse de uma boa parcela de estudantes que "já passaram" e que, por isso, acham que não precisam mais dedicar-se aos estudos e provas como antes.

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  5. Querido Chassot, em resumo, eu acho que o salário dos professores deveriam ser os melhores do mundo. Amo vocês!!!

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