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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

26.- EINSTEIN E A RELIGIÃO


ANO
 9
AGENDA de 2015 em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2999

Na sexta (19) e na segunda (22) comentei aqui sobre a trilogia de livros que me envolveram em leituras muito significativas neste final de ano: li Infiel que em dois momentos receberam aqui comentários 16NOV e 19DEZ; Zelota resenhado em 22DEZ; e com a trazida hoje de comentários de Einstein e a religião encerro a tríade.

JAMMER, Max. Einstein e a Religião: Física e Teologia. Título original: Einstein and Religion: physics and theology. Tradução: Vera Ribeiro; revisão técnica: Ideu de Castro Moreira. Rio de Janeiro: Contraponto. 224 p. 2000, Brochura, Peso 360 g. ISBN 978-858-5910-37-2
Esta resenha parece-me valorizada, se conhecermos primeiro algo do autor do livro: Max Jammer (1915—2010) foi um físico israelense e filósofo da física. Ele nasceu em Berlim, Alemanha. Jammer estudou física, filosofia e história da ciência, primeiro na Universidade de Viena, depois de 1935, na Universidade Hebraica de Jerusalém, onde fez doutoramento em física experimental em 1942. Após servir no exército britânico ate o fim da 2a guerra mundial, Jammer voltou a Universidade Hebraica, onde foi professor de história e filosofia da ciência, até mudar-se em 1952 para a Universidade de Harvard. Posteriormente, tornou-se professor e colega próximo de Albert Einstein na Universidade de Princeton, lecionando, também, em outras universidades estadunidenses, antes de, em 1956, tornar-se professor de Física na Universidade de Bar-Ilan, em Israel, onde mais tarde também foi reitor. Ele também foi co-fundador do Instituto de Filosofia da Ciência da Universidade de Tel Aviv, e foi presidente da Associação para o Avanço da Ciência, em Israel. Foi professor visitante no Instituto Federal Suíço de Tecnologia, em Zurique, na Universidade de Göttingen, o Institut Henri Poincaré, na França, na Columbia University, da Universidade Católica da América em Washington, DC, e de outras universidades nos Estados Unidos e no Canadá
Para escrever este livro, Max Jammer se debruçou em profundidade num lado de Einstein que é ignorado pela maioria das pessoas - a religiosidade. Releu seus textos e consultou papéis inéditos, guardados em Jerusalém e na biblioteca da Union Theological Seminary de Nova York. O resultado deste esforço é ''Einstein e a Religião'', onde pela primeira vez são tratados de forma conjunta e abrangente as concepções einstenianas de Deus e o impacto da Teoria da Relatividade sobre a Teologia.
César Benjamin escreveu acerca do livro na página da Editora, que Albert Einstein é, sem dúvida, o maior cientista do século 20 e, possivelmente, de todos os tempos. Sobre ele, no entanto, o romancista e dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt afirmou: "Costumava falar tanto de Deus, que tendo a acreditar que fosse um teólogo disfarçado."
O livro começa recuperando a atmosfera cultural que cercou a infância de Einstein, filho de uma família judia que, embora sem renunciar à sua ascendência, não observava com rigor os ritos tradicionais do judaísmo nem frequentava serviços religiosos em sinagogas. Vemos então, passo a passo, o desenvolvimento intelectual de um jovem que se tornou irreligioso aos doze anos de idade, justamente quando se preparava para fazer o bar mitzvah, e depois, sob a muito significativa inspiração da filosofia de Spinoza# (ver nota ao final0, desenvolveu a ideia de uma "religião cósmica" que muito influenciou sua conduta e sua concepção de mundo, mas na qual não havia lugar para um Deus pessoal. Por isso, Einstein foi muitas vezes acusado de ateu. Porém, suas cartas, artigos e conferências, bem como um sem-número de registros de conversas pessoais, não deixam margem a dúvida de que foi um homem dotado de forte sentimento religioso, sempre em busca do sentido profundo da existência e consciente da relação íntima que liga religião e ciência.
No último capítulo do livro (o mais complexo do livro), Max Jammer discute com erudição as implicações teológicas da Teoria da Relatividade. A revolução realizada por Einstein em conceitos fundamentais, como os de espaço e de tempo, bem como a criação da cosmologia científica, que seus trabalhos inauguraram, deram início a um debate de altíssimo nível, que se estende até hoje, sobre a compatibilidade das visões de mundo professadas por cientistas e teólogos contemporâneos. A apresentação desse fascinante debate encerra "Einstein e a religião", deixando o leitor mais próximo das questões essenciais da existência.
#Baruch de Espinoza [Chamado pelos pais de Bento, chamou-se Baruch, enquanto judeu e finalmente utilizou Benedictus (Benedito Espinoza) para assinar a sua Ethica; em hebraico: ברוך שפינוזה, transl. Baruch Spinoza] (24 de novembro de 1632, Amsterdã — 21 de fevereiro de 1677, Haia) foi um dos grandes racionalistas do século 17 dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Nasceu em Amsterdã, nos Países Baixos, no seio de uma família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno.

3 comentários:

  1. Penso que muito atrapalha o fato de que a sociedade rotula facilmente. Se não vai à Igreja é ateu. Se duvida da maneira como as religiões apresentam Deus não tem fé. E por aí vai...Há melhor prova que a de Lutero quando concluiu haver salvação fora da Igreja? Olha o que lhe aconteceu! Não acredito que Einstein desacreditasse em Deus.

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  2. Destaco inclusive a racionalidade da questão, qualquer teoria que sobreviva sempre haverá uma lacuna. Tanto o pensamento dogmático quanto o zetético acabará por final a um "quê" sem explicação. Deus criou o homem, ou o homem criou Deus? Não importa, "algo" criou tudo. E quem criou o "algo"? É a eterna lacuna...

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  3. Por uma ótica, quando olhamos um quadro e o mesmo é uma linda obra, logo percebemos que não se trata de uma obra do acaso, e sim de um grande pintor. O mesmo ocorre com uma estatua, muito bem esculpida, logo que analisamos não se trata de uma obra do acaso e sim, um grande escultor. E quando olhamos um por do sol, será obra do acaso? Uma linda paisagem, obra do acaso? Nosso organismo, em funcionamento com todos seu detalhes, obras do acaso? Podemos pensar que talvez não estejamos preparados para enter o que é, quem é Deus, nos falte conhecimento ou não estamos evoluídos o suficiente. E da mesma forma, nossos antepassados, mesmo na pré-história, sempre intimamente por mais singelo, houve a crença de um ser superior. Será mesmo o acaso???

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