ANO
9 |
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EDIÇÃO
2986
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Depois do duro texto do Guto de ontem, é preciso um sábado mais
leve. Nesta preparação natalina, nada melhor que ouvir os conselhos de uma boa
velhinha. Vale ler a Receita de Dona
Cacilda. Espalhadas a rodo pela internet, mas talvez possa haver quem não as
conheça.
Dona Cacilda é uma senhora de 92
anos, miúda, e tão elegante, que todo dia às 08 da manhã ela já está toda
vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão.
E hoje ela se mudou para uma casa de
repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia
outra solução.
Depois de esperar pacientemente por
duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a
atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o
andador em direção ao elevador, dei uma descrição do seu minúsculo quartinho,
inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.
Ela me interrompeu com o entusiasmo
de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.
- Ah, eu adoro essas cortinas...
- Dona Cacilda, a senhora ainda nem
viu seu quarto... Espera um pouco...
- Isto não tem nada a ver, ela
respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou
não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... Vai
depender de como eu preparo minha expectativa.
E eu já decidi que vou adorar. É uma
decisão que tomo todo dia quando acordo.
Sabe, eu posso passar o dia inteiro
na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que
não funcionam bem...
Ou posso levantar da cama
agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.
- Simples assim?
- Nem tanto; isto é para quem tem
autocontrole e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos a fora, mas é bom
saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em consequência, os
sentimentos.
Calmamente ela continuou:
- Cada dia é um presente, e enquanto
meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças
alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta
bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é
depositar um monte de alegrias e felicidades na sua Conta de Lembranças. E,
aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de Lembranças. Como você vê,
eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a
vida, sábio é quem a simplifica.
Depois me pediu para anotar:
COMO MANTER-SE JOVEM
1. Deixe fora os números que não são
essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura.
Deixe que os médicos se preocupem
com isso.
2. Mantenha só os amigos divertidos.
Os depressivos puxam para baixo.
(Lembre-se disto se for um desses
depressivos!)
3. Aprenda sempre:
Aprenda mais sobre computadores,
artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne
preguiçoso.
'Uma mente preguiçosa é oficina do
Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!
4. Aprecie mais as pequenas coisas.
5. Ria muitas vezes, durante muito
tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar.
E se tiver um amigo que o faça rir,
passe muito e muito tempo com ele ou ela!
6. Quando as lágrimas aparecerem, aguente,
sofra e ultrapasse.
A única pessoa que fica conosco toda
a nossa vida somos nós próprios.
VIVA enquanto estiver vivo.
7. Rodeie-se das coisas que ama: Quer
seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja. O seu lar é o
seu refúgio.
8. Tome cuidado com a sua saúde: Se
é boa, mantenha-a. Se é instável, melhore-a. Se não consegue melhorá-la,
procure ajuda.
9. Não faça viagens de culpa. Faça
uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja
culpa
10. Diga às pessoas que ama que as
ama a cada oportunidade.
E, se não mandar isto a pelo menos
quatro pessoas - quem é que se importa?
Serão apenas menos quatro pessoas que
deixarão de sorrir ao ver uma mensagem sua. Mas se puder pelo menos partilhe
com alguém! "De nada vale a pena se não tocarmos o coração das pessoas."
E precisamos de mais?
ResponderExcluirHoje, apesar de andar com os meus altos e baixos de saúde, sinto-me duplamente agraciado. Altamente motivado pela mensagem de otimismo dessa doce velhinha e pela graduação da minha eternamente "pequena" Thais em engenharia pela UFF. Vale ressaltar que a danadinha graduou-se com louvor levando um dez em seu projeto final. Nada mais reconfortante do que ver um filho nas sendas do bem.
ResponderExcluirMuito queridos Antonio Jorge e Leidinha,
ResponderExcluiresta postagem é de celebração.
Comemoramos a Thais que com láurea se fez engenheira pela UFF.
De umas poucas centenas de leitores diários deste blogue, penso que não existam outros como vocês, onde, de vez em vez, meus textos se fazem companhia no café matinal familiar.
Assim, vibro com alegria de vocês pela formatura da Thais, que tive o privilégio de conhecer em uma de minha estada em Niterói. Que a ‘sempre pequena’ seja uma perene grande cidadã, também marcada pelo gene familiar.
Com espraiada admiração
achassot
Acróstico
ResponderExcluirÀ Dona Cacilda
A vida não é só dores, ao contrário
Saber como bem vivê-la dá o tom
Seque-se que não existe calvário
Ignore o ruim e curta o que é bom.
Melhor escolher a senda a seguir
Vivenciando as flores no caminho
Incluindo uma esperança no devir
Visto que ninguém está sozinho.
E se ao andar encontra um limão
Deixe de azedar por causa disso
Onde houver tristeza você diz não
Nunca se deixando ficar omisso.
Assim mantendo aceso otimismo
Cada dia fica muito mais atrativo
Apesar de a frente existir abismo
Cada obstáculo o tonará mais vivo.
Inclua no seu dia-a-dia um sorriso
Lide com óbices um de cada vez
Devagar e sempre se for preciso
Até que vivendo ache os porquês.