ANO
9 |
A G E N D A em www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2928
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Escrevo
esta edição no dia do professor. Por
primeiro, é agradável agradecer a numerosas
manifestações de apreços recebidas, nesta quarta, por correio eletrônico,
telefonemas, no blogue e especialmente no Facebook. Este último suporte bombeou,
com peças de muito bom gosto. Houve algumas que me emocionaram.
Uma homenagem aos professores com o Mestre Chassot |
Preciso
destacar aquela postada por minha colega Andréa Horta Machado, da UFMG. Pareceu-me saborosa pergunta (por
não ver o título da postagem, que já se fazia distante devido a muitos
comentários) acerca da identidade de quem aparecia com ela na foto. Senti-me ‘um
personagem’. Agradeço a cada uma e cada um dos que celebraram tão lindamente a
esta linda efeméride.
Já
pelo título que dou a postagem, parece natural que queira aproveitar o transcurso
do dia do professor para dar uma aulinha. Mesmo que o objeto possa ser este, o mote não
foi.
A
palavra que fiz manchete não é usual em nosso cotidiano. Mas, há dias ela brinca
comigo. Assim como há músicas ou canções, que de vez em vez, encarnam em nós,
vez ou outra, há palavras que ficam me azucrinando. Como sofro de tinnitus#,
parece que os zumbidos que me irritam se fazem palavras. Não sei bem como se
pronuncia anosognosia. Acredito que nunca a tenha ouvido dita por alguém. Ela
me apareceu numa destas mensagens que alguns passam aos borbotões. Borbotões é outra
palavra que me encanta; acho que ela, como catadupa, só devia existir no
plural.
#Dá-se
o nome de tinnitus ou ainda acúfeno, zumbido, ou tinido, a uma sensação
auditiva cuja fonte não advém de estímulo externo ao organismo.
Mas
o que é anosognosia? Encontrei duas acepções que parecem descrever sintomas
diferentes. Vejamos uma e outra. Antecipo, que vez ou outra, sou acometido com o que se descreve na opção um.
1.- ANOSOGNOSIA: Segundo a medicina, é o
esquecimento temporário de alguma coisa, nome, palavra, situação. Ontem, tentando explicar a um amigo um fato
passado, divaguei tanto que ao tentar retornar ao que iria dizer, esqueci-me,
temporariamente, do foco da conversa. Tive
anosognosia. Sinônimo: esquecimento.
2.- ANOSOGNOSIA: Um estado neurológico caracterizado
pela incapacidade de uma pessoa estar consciente da sua própria doença. A
anosognosia foi descrita pela primeira vez por Joseph BabinskiWP, em
1914 (Síndrome de Anton-Babinski) ao referir-se à inconsciência de uma
hemiplegia##.
“Paralisado, eu? Doutor do que está falando? Quando
um paciente vítima de um derrame, protesta, apesar da óbvia paralisia de algum
membro, o diagnóstico quase sempre é anosognosia. Estas vítimas não movem ou o fazem
com dificuldade, certos membros devido à lesão nos centros motores cerebrais,
mas não tem consciência de sua deficiência. Se alguém as alerta sobre o fato,
elas muitas vezes acham que não é o seu braço que está inerte, pendurado ao
lado do corpo (cerebro-online.blogspot.com.br/)”.
##Hemiplegia (Hemi- metade, -plegia paralisia)
é a paralisia de metade sagital (esquerda ou direita) do corpo. Atinge cerca de
57 pessoas em cada 100.000 habitantes.
WPJoseph Jules François Félix Babinski
(Paris, 1857-1932) neurologista francês de etnia polonesa, reconhecido pela
descrição em 1896 do sinal de Babinski, um reflexo plantar patológico
indicativo de dano do trato corticoespinhal.
Um
gênio da neurologia, Babinski, faleceu no mesmo ano de outros dois grandes
neurologistas poloneses, Edward Flatau e Samuel Goldflam. Nos últimos anos de
sua vida, Babinski discorreu sobre o Mal de Parkinson, mas ele viveu o
suficiente para ver a importância dos seus estudos reconhecida pela neurologia
mundial. Ele foi condecorado por diversas sociedades médicas na França e no
exterior (Wikipédia).
Sobre a força das palavras há uma historieta que muito fascina. Conta-se que Lincoln, obviamente antes de ser presidente, aproveitando-se de uma parada inesperada e momentânea de um trem em uma estação embarcou evitando assim uma longa caminhada até a estação de parada. Logo depois aproximou-se dele o condutor dizendo: "O senhor deverá descer porque esse trem não para aqui."
ResponderExcluirLincoln não se fez de rogado e respondeu-lhe imediatamente: "Meu bom homem, não se preocupe, se esse trem não para aqui, eu não estou aqui!"
Abraços
Ano o quê?
ResponderExcluirUm incômodo e pertinaz ruído
Me torturando todo dia e noite
Atracou dentro de meu ouvido
Aonde semelha-se um açoite.
Não existe como dele se livrar
Ou, ao menos, diminuir efeitos
Sentindo-o ao invés de escutar.
Ouço somente sons imperfeitos.
Gostaria de ouvir com limpidez
Nitidez e clareza em alto grau
Ou ter ouvido absoluto talvez.
Sabemos que o sintoma é real
Imagino o que o zumbido me fez.
Anosognosia é esse o meu mal.