ANO
8 |
Livraria virtual em www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2785
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Termina
uma segunda-feira que foi fria. Tive aulas com quatro grupos distintos nos três
turnos. Assim, não é desarrozoada a situação de ser menos fácil editar, agora,
esta edição.
Penso
que muitos de nós já sonhamos em ter uma editora. Eu não apenas muito acalentei
esse sonho. A minha já tem até nome (e nada mais que isso). A excelente crônica
de Ruy Castro, publicada no último sábado, na p. A2 da Folha de S. Paulo,
tornou evidente que o nome é importante. Ao compartir o texto referido, faço
público aqui o nome de minha editora. Já é bom começo;
O nome da editora De todas as profissões que conheço, nenhuma mais delicada que a do
editor de livros. O que faz alguém se dedicar a ela? O trabalho é ingrato.
Consiste em receber ou disputar originais, lê-los, avaliá-los e, caso aceitos,
publicá-los — o que significa contrato com uma gráfica, revisão, provas,
seleção do papel e da fonte, criação da capa, texto das orelhas e, meses
depois, o lançamento, a distribuição, o silêncio da crítica e, quase sempre, o
lento escoar do livro nas livrarias. A única parte divertida do negócio deve
ser a escolha do nome da editora.
Do
século 19 até há pouco, as editoras tinham o nome de seus proprietários: Paula
Brito, Quaresma, Garnier, Francisco Alves, Leite Ribeiro, Costallat &
Miccolis, Freitas Bastos, Schmidt, Pongetti, José Olympio, Martins, Vecchi,
Ozon, Martins Fontes, Zahar, Rocco, Cosac Naify. Quando os titulares perdiam a
posse de suas editoras, os novos donos não eram bobos de mudar um nome que
levara décadas sendo construído.
Desde
1940, começaram a surgir os nomes mais genéricos, mas fortes, positivos,
progressistas: Civilização Brasileira, Melhoramentos, Agir. Depois vieram
Lidador, Record, Perspectiva, Nova Fronteira, Artenova, Objetiva, Contexto,
Sextante, Autêntica, Intrínseca e tantas mais. E, a partir dos anos 60, as que
se referem ao próprio ofício: Editora do Autor, Companhia das Letras, Sete
Letras, Claro Enigma, Gutenberg, Graphya, Gryphus, Casa da Palavra, Iluminuras,
Best-Seller, Belas Letras.
Mas
eis que surge uma nova tendência: a dos nomes poéticos e evocativos –Aprazível,
Capivara, Cobogó, Folha Seca, Maquinária, Boitempo, Benvirá, Suma, Lazúli,
Panda, Pandora, Barcarolla, Tapioca, Veneta, Amarilys, Ouro Sobre Azul, Peixe
Grande, Três Estrelas, Biblioteca Azul, Edições de Janeiro e Céu Azul de
Copacabana.
Nome?
ResponderExcluirAutor mundialmente desconhecido
Com três livros publicados apenas
Agora me tornei escritor aborrecido
Por contrariedades não pequenas.
Escrever textos prá mim é moleza
Mas publicá-los já é outra questão
Porquanto me torno vítima indefesa
Dos editores com fome de tubarão.
Não importa qual nome da editora
Todas abocanham o maior quinhão
E só confia nelas alma sonhadora.
O autor é somente uma abstração
Nas mãos dessa maldita impostora
Que ganha dinheiro e só tem razão.
Mazelas do mal maior, o capital...
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