ANO
8 |
WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR
|
EDIÇÃO
2775
|
A
abertura traz uma boa notícia. Ontem recebi os primeiros exemplares da 6ª edição
do Alfabetização científica: Questões e
desafios para a Educação. Correspondem aqueles que recebo, a
titulo de direitos autorais, e transfiro — como fiz com as cinco edições anteriores
— para o Departamento de Educação do MST. Há algumas novidades. O preço se
manteve o mesmo. Disponível também na livraria virtual em www.professorchassot.pro.br
Hoje minha agenda tem um ir a / vir de
Niterói. Vou, mais uma vez, a Universidade Federal Fluminense. No final desta
tarde profiro a palestra ‘Das disciplinas
à indisciplina’ no encerramento do IV ENECiências — Encontro Nacional de
Ensino de Ciência — no Campus da Praia Vermelha da UFF. Este evento bianual, do
qual já participei em edições anteriores, nesta quarta edição é organizado pelo
Programa Stricto Sensu em Ensino de Ciências da Natureza/UFF, juntamente com
outros Programas de Pesquisa e Pós-Graduação em Ensino de Ciências do Rio de
Janeiro.
O evento começou nesta terça-feira, procurando
favorecer a interação de pesquisadores, professores e estudantes em torno da
apresentação e discussão de trabalhos e atividades de pesquisa em Ensino de
Ciências em sua interface com as questões de Saúde e de Ambiente. Minha fala,
no Auditório Milton Santos do Instituto
de Geociências, deverá privilegiar o tratamento
indisciplinar nas ações destas áreas.
Na última segunda-feira, li na Folha de S.
Paulo (p. A2, 12MAI2014), uma crônica escrita por Ruy Castro, que me parece
daqueles textos do qual se diz ‘é isto que estou vendo; bem que eu queria ter
escrito isso’. Por tal, vejo válido compartir com meus leitores.
Queixo duplo Psicólogos, pedagogos e linguistas advertem: o smartphone é
antissocial — ao mesmo tempo em que parece conectar as pessoas, na verdade as
afasta e faz com que se confinem individualmente na mediocridade de uma telinha
de três polegadas. Pode-se estar num restaurante, teatro, praia, terreiro de
macumba ou até passeando em Paris — se o sujeito estiver empalmando um
smartphone, nada e ninguém mais existirá. A badalhoca abole a vida ao redor.
Apesar
disso, raros se habilitam a tentar equilibrar essa servidão com a riqueza da
vida real, onde as coisas têm forma, volume, peso, cheiros e cores. Neste
momento, já há dezenas de milhões de crianças que não conheceram o mundo antes
do smartphone. Mais um pouco e não acreditarão que esse mundo um dia existiu.
Se
as pessoas insistem em ignorar tais estudiosos e não se importam de reduzir
suas mentes à condição de apêndice de um aparelho, talvez se assustem ao saber
que o smartphone também as atinge em algo que ainda devem valorizar: o corpo.
Cidadãos
habituados a usar o smartphone enquanto caminham pela rua tendem a torcer o pé
em buracos no calçamento, ser tragados por bueiros, tropeçar no meio-fio,
abalroar-se uns aos outros e pisar em camisetas com a cara de Bob Marley
estendidas no chão. Os mais compenetrados não estão livres de ser atropelados
pelo pipoqueiro ou de ter seu aparelho afanado pelo pivete.
Se
isto não basta para que as pessoas deem um pouco de sossego ao smartphone,
resta informar que, para alguns fisioterapeutas, a postura curvada — a cabeça
em ângulo reto em relação ao pescoço, exigida para se ler ou escrever na
telinha — pode vergar a coluna mais ereta à forma de um ponto de interrogação.
E o queixo cravado ao peito tantas horas por dia está levando as mulheres mais
bonitas e esguias a desenvolver queixo duplo.
Fica a perguntinha: Como conscientizar para o uso moderado (saudável) com a inescrupulosa agressividade do mercado para o seu consumo?
ResponderExcluirQuerido mestre! Parabéns pela nova edição do livro! Penso que "o contrário também bem que pode acontecer"... Quando as crianças já não tiverem mais nenhuma ligação com o mundo natural e real, este será "descoberto" enquanto realidade virtual e começará a ser frequentado! Só que, nesse cenário, os humanos pagarão para conhecer e ter contato com tal maravilha da tecnologia! Um bom dia e bom início azul de final de semana!
ResponderExcluir