· Porto Alegre * Ano 5 # 1729 |
O primeiro registro tem gostosa semelhança com um precioso detalhe que narrei aqui na edição anterior. Na noite de ontem o Pedro – 1 ano e 10 meses – depois da escola passou por aqui para uma visita à sua avó e ao seu avô. A exaustão da jornada escolar desanuviou-se quando se encantou com sue livro como presente de Páscoa.
Em termos de agenda acadêmica, esta quinta-feira é atípica, pois o seminário de História e Filosofia da Ciência no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão de amanhã é antecipado para hoje.
Então meu colega Garin e eu – que no sábado de aleluia editamos uma edição bi-blogal – estaremos concluindo os estudos acerca da lenta (mais de dois séculos) e cruenta (memento, Bruno, Galileo) revolução da revolução geocentrismo[heliocentrismo: Depois de vermos, no encontro passado, as contribuições de Copérnico, Bruno, Brahe, Kepler e Galileo, vamos hoje considerar algo dos trabalhos de Descartes (teoria), Bacon (empiria) para concluirmos com Newton, enterrado na Abadia de Westminster (cenário do casamento de amanhã) sob o epitáfio proposto pelo poeta Alexander Pope: A natureza e as leis da natureza estavam imersas em trevas; Deus disse "Haja Newton" e tudo se iluminou! faz uma boa síntese do positivismo que se instala na Ciência, traduzido posteriormente pela frase de Lorde Kelvin: Só podemos falar daquilo que podemos medir. Há, ainda, uma proposta para a sobremesa do encontro: Jardim do Éden revisitado [LARAIA, Roque de Barros. Rev. Antropol., São Paulo, v. 40, n. 1, disponível em www.scielo.br]
Depois de anunciar tão apetitoso menu para esta manhã, uma notícia do Jornal Zero Hora – as ilustrações: dois automóveis antípodas, foram incluídas no texto pelo editor deste blogue. A publicação, não mais tão nova, mas que me apraz trazer, que se conecta com tema muito frequente aqui: a imobilidade urbana:
Ruas cheias e carros vazios: Um levantamento feito por Zero Hora em seis pontos da Região Metropolitana revela a força da cultura do transporte individual. Ignorando o exemplo de outros países, onde o compartilhamento de veículos por amigos e colegas é parte da rotina e recebe estímulo oficial, a maior parte dos motoristas daqui viaja sozinha, colaborando para os congestionamentos nos horários de grande movimento
Nas congestionadas vias da Região Metropolitana, há espaço de sobra. Dentro dos veículos. Levantamento de ZH aponta que dois terços dos carros circulam só com o motorista, resultando em acúmulo de veículos nas ruas e demora nos deslocamentos.
ZH foi a pontos da BR-116, da Terceira Perimetral e da Avenida Ipiranga para contabilizar, por 30 minutos, o número de ocupantes dos carros. Não entraram na contagem táxis, motos, picapes, caminhões e carretas. Também foram desconsiderados veículos com película nos vidros.
Os números indicam que os gaúchos não se organizam para viajar em grupo nem para dar carona a conhecidos e familiares. Prática comum em países europeus e no Canadá, a carona solidária poderia reduzir congestionamentos e emissão de poluentes.
Ônibus perderam 20% dos usuários: Na Europa, há políticas oficiais para estimular os carros a andar cheios. Foram instituídas pistas exclusivas para os veículos de alta ocupação. Na Califórnia (EUA), essa pistas existem há 40 anos e só podem ser usadas, nos horários de pico, por veículos com dois ou mais ocupantes. Em alguns locais, o motorista solidário tem descontos ou isenção de pedágios.
Especialistas acreditam que viajar de carro sozinho é um fenômeno relacionado a fatores como a qualidade do transporte coletivo, o bom momento econômico do país e uma cultura de valorização do indivíduo.
– As pessoas querem resolver sozinhas suas questões. E estão pouco preocupadas em ajudar o próximo. Isso se reflete no trânsito. Cada um quer chegar com seu carro e não está disposto a dar carona – avalia Magda Vianna de Souza, doutora em Ciências Sociais da PUCRS.
A nova cultura se reflete nos números. Entre os anos de 2000 e 2009, a frota gaúcha cresceu 37,5%, chegando aos 4,4 milhões de veículos. A população aumentou 6,9%, atingindo a marca de 10,9 milhões de habitantes. Em âmbito nacional, no mesmo período, o número de passageiros dos transportes coletivo caiu cerca de 20%, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Com votos de uma saborosa quinta-feira, um convite para aquelas e aqueles que nesta sexta-feira não estiverem vidrados no casamento do século (¿ ou do dia?): lermo-nos aqui, amanhã. Até lá.
Caro Chassot,
ResponderExcluirHá muito deixo o carro na garagem sempre que posso. Costumo andar de ônibus ou a pé e já percebi um "sabor" especial em não ter que me preocupar com estacionamentos, flanelinhas e engarrafamentos. Como moro numa ilha turística, na época da alta estação compreendida de dezembro a início de março, faço questão de "esquecer" o carro na garagem e frequentar locais em que os turistas não costumam ir. Acho que com isso contribuo com o fluxo melhor para os turistas que estão pagando para aqui passar suas férias. Ou outros meses do ano são "nossos" de modo que não há inconveniente algum em deixar alguns para os outros, e ainda contribuo para a despoluição do ambiente. Abraços, JAIR.
Ola,somos da Escola São Mateus,estamos aguardando a sua presença.Somos alunas do prof. Guy.Estamos curiosas para ouvir o que o senhor tem para nos contar.Um abraço Greici e Thais.
ResponderExcluirOlá Sr.Chassot, estamos esperando a sua grande presença na escola ULBRA-são mateus.É uma grande honra recebe-lo para nos aprimorármos cada vez o nosso aprendizado. Abraços.
ResponderExcluirAlunas Nina Kalil e Vitória Selau
Estamos anciosos para que o senhor venha aqui na escola São Mateus para dividir seu conhecimento conosco.
ResponderExcluirMuito estimado Jair,
ResponderExcluirencantou-me tua relação com o automóvel. Já escrevi aqui o quanto o mesmo é um meio de transporte burro. Segue o mesmo modelo das carruagem a quem sucedeu a quase 1,5 século.
Eu tenho um privilégio. O Centro Universitário Metodista do IPA onde trabalho desde 2007/2 fica a uma vista d’olho de minha casa. Levo cerca de 12 minutos a pé. Usualmente tomo lotação para ir (4 min), pois fica em uma cumeada de morro e volto a pé.
Uso muito pouco automóvel. Há estudos que mostram o privilégio que têm os que não precisam deslocar a grandes distancias para o trabalho. Durante muitos anos trabalhei na Unisinos, 30 km de Porto Alegre pela BR-116 (mais de uma hora de ônibus).
Não é preciso ser nem profeta para assegurar que muito breve, tanto nas pequenas como nas grades cidades, a imobilidade urbana será uma cruel realidade. Basta fazer uma conta: numero de automóveis que entram em circulação menos os que saem.
Meu caro Jair, nos encontramos há muito pouco tempo. Penso que em fevereiro ainda não nos líamos. Há uma blogada de então: 23- Um relógio quase fantasmagórico que bateu recordes de visitas e também de comentários, que se não vistes me permito recomendar. Tem a ver com essa profecia que comentamos.
Uma vez mais, obrigado por tua inteligente presença aqui
attico chassot
Muito queridas alunas e queridos alunos do estimado colega Prof. Guy e
ResponderExcluirem especial queridas Greici, Thais, Nina Kalil e Vitória Selau,
muito obrigado pela expectativa com que aguardam minha presença na querida Escola São Mateus-ULBRA, onde tive o privilégio de estar em 9 de dezembro. Para mim também este maio traz a alegria de dividir conhecimentos uma vez mais com vocês.
Termos o privilégio de recebermos os eflúvios de sabedoria e de otimismo do Prof. Guy é um privilégio,
Com imensa expectativa um afago em cada uma e cada um
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluirmuito bom o tema: imobilidade urbana. Às vezes me impaciento com a mídia de massa: faz inúmeras propagandas de automóveis e depois um apelo para se evite o uso de carro nas ruas. Não achas que há nisso uma incoerência?
No meu caso particular, para utilizar o transporte público para ir ao trabalho necessito de cerca de uma hora e meia e o trecho é de 4,2Km.
É necessário um investimento maior na circulação urbana (coletivos, vias, viadutos, etc.)
Um abraço,
Garin
Meu caro Garin,
ResponderExcluiruma das críticas que fiz ao governo Lula (e não foram muitas) foi a redução do IPI dos automóveis. Ora dirão: evitou a quebradeira das fábricas. Parvo argumento. Dizes bem: falta investimento em transportes públicos. É inevitável a muito breve imobilidade urbano. Tenho o privilégio de estar uma vista d’olhos do Centro Universitário Metodista do IPA. Tu não maras distante em espaço, mas longe em termos de tempo.
Permito-me repetir aqui o que escrevi para o Jair, hoje: Penso que em fevereiro ainda não nos líamos. Há uma blogada de então: 23- Um relógio quase fantasmagórico que bateu recordes de visitas e também de comentários. Então comentava com o colega Jerri. O relógio que ali apresento daria para fazer um seminário no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão.
Muito obrigada pela frutuosa pareceria intelectual.
attico chassot