Porto Alegre * Ano 5 # 1726 |
Passou a semana santa / passaram os feriados pascoalinos. Aqui não temos a ‘sábia’ tradição de alguns países europeus, onde a segunda-feira depois da páscoa ou a pascoela é feriado. O mesmo parece ocorrer na segunda-feira imediata a Pentecostes e na do Natal. Assim hoje inicio de uma semana de atividades plenas. Retomo com aulas pela manhã e pela tarde.
O 25 de abril tem marcas muito especiais com duas celebrações: hoje a Clarissa – minha caçula – faz 31 anos. No dia que ela fez sete anos, iniciava minha história com a Gelsa. Assim, há 24 anos, na data que os portugueses evocam a Revolução dos Cravos (1974, término de uma ditadura de 41 anos) vivemos sempre uma querida bi-celebração.
O assunto de hoje, com marcas de ressaca, ainda está ligado com a semana santa. A Eunice, querida leitora deste blogue, a propósito da blogada “Uma sexta-feira (ainda) santa” contou do drama que viveu na sua infância, por numa sexta-feira santa comer, sem se aperceber um sanduiche que continha presunto. Qual o castigo divino que estaria reservado a ela por ato tão pecaminoso?
Imaginemos o drama que viviam aqueles aos quais era exigida a abstinência de carne em muitas datas e que se submetiam aos rigores das leis eclesiais. Há relatos da passagem de inquisidores no Brasil para ouvir em confissão aqueles que em situação de fome na floresta haviam se alimentado de caça, logo estavam em pecado.
No capítulo “A Ciência na Inquisição’ [p. 167-210 do Educação conSciência. Santa Cruz do Sul: EdUNISC. (2ª Ed.2007 e Reimpressão, 2010) 2003 ISBN 978-85-7578-165-4] onde trago leituras para entender situações que foram conflituosas, mas que não podem ser esquecidas pois corremos o risco de repetir momentos que foram cruentos, conto algo que vale ser trazido aqui, mesmo que hoje tenha sabor de uma quase anedota:
A
As
Foi
Com votos de uma boa retomada pós-feriados, não preciso recordar que o feriado de 1º de maio – o nosso dia – neste 2011 cai em domingo. Assim, por ora, uma muito boa segunda-feira. Lemo-nos amanhã, queiram os anjos que zelam (¿lembram do trecho de uma das reza que se fazia muito presente em nossas infâncias: ‘Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador...?) pelos nossos saborosos elos internéticos.
[1] As
[2]
Caro Chassot,
ResponderExcluirLi em algum livro sobre uma consulta a uma alta autoridade eclesiástica de Portugal feita por padres de Angola no século XVIII, sobre a proibição ou não de os nativos convertidos poderem comer carne de hipopótamos. Veja bem, HIPOPÓTAMOS! A resposta do Bispo português foi que não havia qualquer restrição: Hipopótamos, ou cavalos d'água como eram chamados pelos lusos, podiam sim ser degustados na semana santa, eles ERAM PEIXES! Afinal viviam na água, não é mesmo? Parece piada de português, mas está registrado como fato. Abraços, JAIR.
Meu caro Jair – o polímata –,
ResponderExcluirnão é sem razão que Bizâncio também se tenha celebrizado por discussões como, quantas almas podiam se equilibrar na cabeça de um alfinete ou qual o sexo dos anjos. Vês que discussões acerca do ovo galado perduraram cinco século e imagino os ‘virginais’ padres conciliares discutindo o tema se o fugaz prazer do galo e da galinha influíram na quebra da abstinência;
Agora temos mais uma aditar: a se hipopótamo quebra jejum. As normas dos manuais inquisitoriais seriam risíveis, se não pudessem conduzir a penitências imensas por quebra-las.
Uma boa questão: ¿ quais são as ditas questões bizantinas, hoje?
Obrigado por tua continuada colaboração aqui
attico chassot
Muito Caro Chassot! Interessante a historieta trazida pelo Jair, onde imaginei as escamas do quadrupede sendo retiradas pelos nativos. Quanto ao vicio pecaminoso da carne nesses dias, lembro-me de minha mãe indignada conosco, há uns trinta anos atrás, por termos eu e meus amigos saboreado uma alcatre na brasa em plena sexta da paixao. Nao tinhamos peixe no dia e fomos obrigados a tal. JB
ResponderExcluirCaro Chassot,
ResponderExcluiras situações criadas pelas religiões para "dominar" seus fiéis são múltiplas e denotam a necessidade de controle sobre os seus seguidores.
São muito semelhantes às determinações de governos ditatoriais que graçam pelo mundo afora.
O impressionante é que essas normas e leis acabam por criar um autocontrole de tal sorte que as pessoas não precisam mais ser policiadas - elas mesmas se policiam.
Uma ótima semana!
Garin
Meu caro Jairo,
ResponderExcluirtua mãe zelosa no cumprimento do emanado pela Igreja e pela tradição milenar do cristianismo não podia ter feiro diferente. Se ao invés de alcatre, houvessem colocado na brasa uma carne de segunda ou uma costela magra... Espero que tenhas te regenerado depois;
Esta tarde na aula da Universidade do Adulto Maior onde a semana foi assunto, contei o relato trazido pelo Jair.
Com votos de uma curtida semana pós-semana santa
attico chassot
Meu caro Garin,
ResponderExcluiros mecanismos de controle (das igreja, das ditaduras, da Ciência ...) são instrumentos para perpetuação no poder. Muitas vezes os mesmos não tem sentido nem para o proponente. O caso dos ovos é bom exemplo.
Obrigado por estas parecerias intelectuais
attico chassot
Aff, que discussãozinha essa do ovo, kkkk. acho que a maior punição deles foi debater o vazio durante tanto tempo, e consequente disperdício de vida! Mas sim, é importante verificar as interrogações do vazio trazidas para legitimar dominações. Interessante.
ResponderExcluirQuanto aos das relações sexuais, pois é, poxa, será a pesquisa e as conclusões não estão viciadas? 4,5 % q não usaram preservativo intentaram suicidídio, será um número relevante frente a conclusão encontrada? já 13% q usaram preservativo tentaram suicidio, será q os fatores realmente tem um correspondência? Para mim, tudo indica que não. A relação sexual em si predispõe a algum fator protetor? Veja, acho q os fatores não se correlacionam a ponto de chegar a conclusão chegada. Será que o uso da camisinha não é pelo fato de maior número de parceiros? E dessa maneira, pode-se dizer q a pessoa tem relacionamentos ocasionais, o que poderia levar a um sentimento de solidão? È claro que a camisinha não é usada somente por causa disso, porém não seria esse um fator relevante a ser levantado, antes de concluir q o sêmen pode possuir fatores magicamente gratificantes nas emoções das mulheres?
Enfim, ciência, ciência, ciência... Ahhh como temos dúvidas! kkkkk
Bjus!
Eunice Gomes
Quanto ao aborto, tenho questões relevante que fogem do teor de qnd começa a vida ou não (p mim no embrião).
ResponderExcluirMeu pior temor, nunca foi a discussão de por onde começa a vida, mas sim dos argumentos subsequentes. Tais como a liberação para evitar as clínicas "açougues", a explosão demográfica, e o direito exclusivo da mulher ao nascituro.
Para mim, no nosso meio, deve-se ter uma profunda discussão primeiro desses fatores, e a análise se realmente são verdadeiros e benéficos, para depois discutir o inicio da vida (algo que dificilmente chegariamos a uma conclusão única).
Bjus
Eunice
Uiiiiii hipopótamos! Adorei, deveria ter respondido para minha vovozinha querida, que na época me ralhou, que eu comi sanduiche de presunto pq não tinhamos hipopótamos fatiados na geladeira! Hahahahahahhahahah Bjbjbj
ResponderExcluirEunice
Muito querida Eunice,
ResponderExcluirobrigado pela postagem dos três comentários. Todos muito preciosos. Concordo que contigo que algumas discussões bizantinas ‘são perdas de tempo/vida. O mesmo vale para algumas pesquisas, muito a gosto dos estadunidenses. Adiro às tuas preocupações quanto ao abordo, mesmo que divirja acerca de ‘quando seja infundida a alma imortal’ na nova criatura.
Realmente a carne de hipopótamos trazida pelo Jair (que recebe cópia deste comentário) te fez falta.
Obrigado por teus oportunos comentários e apareça de vez em vez
attico chassot