Porto Alegre * Ano 5 # 1722 |
A pergunta que faço manchete deste dia, talvez para a maioria de meus leitores seja apenas: é feriado. Dia de ficar em casa / ir mais cedo para o feriadão / fazer aquela chatice do imposto de renda... Recordar o herói da inconfidência ou participar da cerimônia de lava-pés! Nem pensar. Corrijam-me se me equivoco.
No próximo sábado é o Dia Internacional do Livro, como para então há uma agendada uma surpresa pascoalina, antecipo para hoje a comemoração. O 23 de abril e a celebração do livro tem para mim sabor especial. No dia 23 de abril de 2002 visitava o ícone majestoso do livro: a Biblioteca de Alexandria.
Em 2002, a Gelsa e eu fazíamos pós-doutoramento na Universidad Complutense de Madrid. O turismo de estadunidenses estava retraído ainda a temores do recém-ocorrido 11S. Aproveitamos ofertas tentadoras e por uma semana fizemos um cruzeiro pelo Nilo conhecendo muito de uma das mais imponentes civilizações da Antiguidade.
Acrescentamos ao pacote estar em Alexandria no dia 23 de abril, quando seria reinaugurada a Biblioteca. Por escaramuças Israel/Palestina o evento foi transferido. Primeiro lamentamos. Depois agradecemos. Éramos visitantes quase solitários na monumental Biblioteca.
Escrevi o texto ‘Fenix ressuscitada’ publicado em novembro de 2002 em Química Nova na Escola. Se um leitor quiser conhecer um pouco da historia passado e de que hoje Biblioteca, com conjunto imagético busque qnesc.sbq.org.br/online/qnesc16/v16_A08.pdf Este texto está publicado na integra em outras páginas, algumas sem créditos ao autor.
Junto nesta homenagem ao livro um texto que recebi com esta mensagem: Chassot, abaixo, uma crônica que publiquei sobre o dia do livro do ano passado. Como o dia está se aproximando você pode fazer uso desse texto, na íntegra ou modificado, em teu blog, se lhe aprouver. Abraços, JAIR.
Pois o texto do Jair Lopes, editor do Blogue que Pensa – que ainda no dia 15 nos alertou para que cada um esteja no seu quadrado – está na sua integra, sem retoques. Com ele me junto às homenagens ao livro e desejo a cada uma e cada um de meus leitores gostoso dia de Tiradentes/Quinta-Feira Santa e/ou simplesmente um bom dia 21 de abril.
Em 23 de abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Apesar de opiniões contrárias, o livro ainda é o maior divulgador de cultura que já se inventou. Mesmo após surgirem tantas novas tecnologias de divulgação cultural ou “formadoras de opinião” como se costuma dizer; mesmo que meios midiáticos proliferem nessa aldeia global, o livro ainda permanecerá muito tempo entre nós, apesar de muitos alardearem sua futura "aposentadoria". Ele ainda é a forma mais democrática e acessível de conhecimento, sobretudo se considerarmos a população mundial como um todo.
O livro é facilmente armazenado. Podemos lê-lo em nosso próprio ritmo sem perturbar os outros. Podemos retornar às partes difíceis ou degustarmos novamente partes que nos trouxeram um deleite especial. Ele é produzido em massa, a custo relativamente baixo. Além disso, a leitura por si mesma constitui uma atividade deslumbrante, imaginemos: olhamos para uma folha de papel feita a partir de uma árvore, e a voz do autor começa a falar dentro de nossa cabeça (Alô, você sabia que...). É assombroso! Não dá para descrever o maravilhoso mundo que se descortina depois que abrimos um livro especialmente agradável. Não conheço nada mais prazeroso. (vão dizer que sexo é melhor, e eu concordo, mas, sexo e leitura não são excludentes, pelo contrário, quem mais lê, mais prazer encontra no sexo. Afinal, o cérebro é o centro do prazer, não é mesmo?).
Não devemos esquecer, ainda, que a melhora no conhecimento humano e no potencial de sobrevivência da civilização, só aconteceu após a invenção da escrita e popularização dos livros. O mundo sem escrita era um mundo imerso no obscurantismo que degrada e oprime. Houve também o progresso na autoconfiança: passou a ser possível apreender pelo menos os rudimentos de uma arte ou uma ciência através de livros, e não mais depender do acidente feliz que consistia encontrar um mestre diletante disposto a passar seu conhecimento adiante.
Em última análise, a invenção da escrita deve ser exaltada não apenas como uma inovação brilhante, mas como um notável benefício para a humanidade. A civilização ao livro deve ABSOLUTAMENTE TUDO! E, supondo que venhamos sobreviver o bastante para usar todas as invenções possíveis e imagináveis conseguidas graças ao livro, ainda assim, desfrutando todo o conforto e o prazer que meios eletrônicos nos tragam, o LIVRO continuará sendo nosso companheiro inseparável.
Quero pedir desculpas a todos bibliófilos, bibliotecários, biblióforos, bibliognostas, bibliólatras, bibliólogos, bibliômanos, bibliopegistos, bibliátricos e até aos bibliopiratas do Planeta, por ter me esquecido de homenagear o livro no seu dia, ainda assim, a todos eles e a todos os livros, meus parabéns extemporâneos. JAIR, Floripa, 28/04/10.
Caro Chassot,
ResponderExcluira experiência de visitar um momentomento à civilização mundial como a Biblioteca de Alexandria deve ter sido uma experiência incomparável.
Quando entro em qualquer bibilioteca, que posso ter acesso aos livros, me sinto como se estivesse entrando no "mundo". É ali que o conhecimento se faz possível, ao alcance da mão.
É muito diferente da internet, onde o conhecimento também é prolífero e abundante, mas não tem o mesmo "calor" e "sabor". É como tu já mesmo aludiste em outra blogada, o livro tem personalidade.
Resta-me te desejar uma quinta-feira repleta de realizações (mesmo que seja de ócio, será de realizações).
Um abraço,
Garin
http://norberto-garin.blogspot.com/
Além disso "O Livro é o menor caminho entre o homem e o saber"
ResponderExcluirMeu caro Jair,
ResponderExcluirduas dimensões à resposta de teu comentário:
Uma: agradecer o texto que faz a blogada de hoje;
Outra: recorda uma frase de Jorge Luis Borges “De los diversos instrumentos del hombre, el más asombroso es el libro. Los demás son extensiones de su cuerpo.(...)El libro es una extensión de la memoria y de la imaginación”.
Um bom dia
attico chassot
Meu caro Garin
ResponderExcluirde todas as emoções culturais que vivi, provavelmente ter estado na Biblioteca de Alexandria foi a maior
pois como escrevi acima para o Jair a frase de Jorge Luis Borges se materializa “De los diversos instrumentos del hombre, el más asombroso es el libro. Los demás son extensiones de su cuerpo.(...)El libro es una extensión de la memoria y de la imaginación”.
Um bom ócio
attico chassot