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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

26.- UMA PAVANA PARA UM TOMBO INDESEJADO

ANO
 9
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2969

Graça a mobilidade de tempos não tão remotos, deixo Porto Alegre, hoje às 6h e no final da manhã estarei em Aracaju. Às 14h30min, com a conferência Das disciplinas à indisciplina participo da abertura de três eventos: I Encontro Anual do PIBID / II Seminário PRODOCÊNCIA / Formação Docente em Debate na Universidade Federal de Sergipe, no Campus de S. Cristóvão. Amanhã tenho uma outra palestra.
Estive indeciso, dentre três títulos [Uma pavana para um tombo indesejado ou A genealogia de uma queda ou Uma crônica para um tombo anunciado], qual elegeria para capitular da edição do blogue desta quarta. Optei pelo primeiro para homenagear meus alunos do curso de Música, pois foram quase os primeiros que me acolheram, após incidente-mote. Pavana é uma dança espanhola grave, séria (usualmente triste), e de movimentos pausados.
Mas eis o relato indesejado. Minhas terças têm no seu inicio uma agenda fixa: Academia (das 7 às 8h) e Fisioterapia (das 8h10min às 9h). Moro entre os dois locais destas atividades. Ontem, quando deixava o segundo compromisso, depois das atenções da Luciana e da Suzana, esta me disse: “Cuida-te!” Respondi, já no corredor: “Cuidemo-nos!”.
Já havia ascendido, na ida, sob chuva, a Mariante, atapetada de flores de jacarandá. A volta, tinha uma descida, de menos de 50 metros, em uma calçada de basalto, que parecia tintada de anil, tal a florada que a cobria. Chovia. Havia necessidade de guarda-chuva.
Realmente, tinha presente que precisava cuidar-me. Cuidava-me.
Escolhi como trilha de descida, junto à cerca do prédio que medeia o edifício da clínica e aquele que eu moro. Já vencera invicto mais de 2/3 do trajeto. Julgava-me um vencedor. Mas.... perdi o galardão.
Caí. Acredito que fi-lo com certa solenidade. Se é que exista isso em um tombo.
De tombado, fiz-me ereto. Uma vez mais, de guarda-chuva em punho, cheguei a minha morada, por calçada ainda mais espessamente atapetada com flores.
Só então, alertado pelo Jonathan, na portaria, tomei conhecimento que meu cotovelo direito sangrava.
Local da queda, fotografado 3,5 horas depois, já com sol, e muito menos flores. 
Quando, menos de uma hora depois, ainda sob chuva, saí para ir ao encontro dos estudantes de Ética, Sociedade e Meio Ambiente (narrado aqui ontem) sou informado que depois de minha queda, houve outra vítima. 
Era uma queda (quase) anunciada. E o quase foi subtraído.
Ainda assim, não compactuo com aquelas e aqueles que querem a remoção de alguns seculares jacarandás, com o argumento que o tempo condenou as árvores. 

3 comentários:

  1. Por aqui tivemos uma colega de universidade que foi vítima de uma esburacada calçada em frente ao Banco do Brasil. Ajuizamos uma aÇão contra a Prefeitura de Niterói e contra o banco.

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  2. Soneto-acróstico
    O mestre e a árvore

    Aí, Chassot, guarda chuva na mão
    Quando um jacarandá muito gentil
    Untou de roxas pétalas úmido chão
    E o mestre com toda dignidade caiu.

    Desse evento pode-se tirar a lição:
    A árvore estava bem intencionada
    Deitou as suas cores como colchão
    O mestre que cometeu trapalhada.

    Mas tudo acabou muito bem no fim
    Entre árvore e Chassot não há ira
    Sofrendo o ferimento nem tão ruim
    Tanto que o mestre sorrindo caíra.

    Restando num próximo dia assim
    Encantar Attico árvore com sua lira.

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  3. Creio que, ao menos, o Mestre tenha admirado os tão lindos jacarandás de ângulo diferente. Dos males o pior: "salvaram-se todos os feridos". Saúde e firmeza.

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