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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

13.- UMA EDIÇÃO ALFENADA


ANO
 9
POÇOS DE CALDAS - MG
EDIÇÃO
 2956

Mesmo que já tenha estado em Poços de Caldas em várias ocasiões, estas remontam a era pré-blogue. Assim esta edição marca a adição de mais uma cidade de onde este blogue é postado.
Cheguei aqui às 2h. O senhor Airton me aguardava em Viracopos e com extraordinária competência, em 2,5 horas ele percorreu 170 quilômetros rodovias de São Paulo e de Minas Gerais. Foi muito bom trocarmos histórias.
Na manhã de ontem proferi concorrida palestra ‘Das disciplinas à indisciplina’ na secção de ensino do XXVIII Encontro da Regional Mineira da Sociedade Brasileira de Química. O evento reuniu cerca de 600 participantes realizado em um magnifico complexo de três hotéis temáticos. À tarde houve sessão de autógrafos onde tive a Marielly e o Matheus como preciosos livreiros.  
Pela manhã desloco-me, em uma viagem de duas horas, para Alfenas. Hoje à tarde, ministro um minicurso de História e Filosofia da Ciência catalisando propostas indisciplinares, na UNIFAL, Universidade Federal de Alfenas. Logo após o mesmo começo a retornar com um deslocamento rodoviário à Campinas e depois Porto Alegre, onde devo chegar no começo da madrugada de sexta.
A Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL-MG, originalmente Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas - EFOA, foi fundada no dia 03 de abril de 1914 e em 2005 foi transformada em Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL-MG, sendo uma das 17 universidades federais criadas pelo Presidente Lula. Recorrendo ao seu inicio, a Escola de Farmácia e Odontologia, este ano é celebrado o centenário da instituição.
Perguntei-me qual seria o significado do nome desta cidade. Alfena é uma baga produto do alfeneiro.
Alfeneiro, alfenheiro ou alfena (Ligustrum vulgare, Linæus), do árabe al-henna, é um arbusto de 1 a 3 metros, com ramos flexíveis, folhas opostas e inteiras, flores brancas e cheirosas, e fruto baciliforme constituído por uma baga pequena, negro-azulada e amarga. Muito abundante na cidade de Alfena, no Distrito do Porto, Portugal.
Esta planta se emprega nos jardins como sebes ou cercas vivas. As suas bagas substituíam as de sabugueiro na fabricação do vinho, para lhe dar cor. É cultivado como planta ornamental.
Coincidentemente estou lendo um excelente livro (Infiel — assunto da edição do próximo domingo) ambientado no mundo islâmico. Ali henna aparece com muito destaque como um corante usado por jovens para fazer tatuagens nas mãos e no corpo. Esta tatuagem é temporária e desaparece ao fim de uma semana.
Entre nós este produto também usado para colorir os cabelos de castanho, castanho-avermelhado, vermelho, baio ou laranja (dependendo da cor natural do cabelo). Vale aqui um alerta: a indústria de cosmético (especialmente aquela produção mais alternativa) fabrica produtos com aditivos que, para dar um tom mais escuro ao corante, podem causar problemas de saúde.
Descubro mais: ‘alfenas’ é a segunda pessoa do presente do indicativo do verbo ‘alfenar = Tingir com baga de alfena. E este verbo transitivo tem um sentido figurado: Tornar efeminado, enfeitar.
O nome da cidade mineira é atribuído a primeiros colonizadores, com sobrenome Alfenas, provavelmente originados da freguesia portuguesa com este nome e aqui chegaram como como sendo de Alfena. Assim esta bonita cidade mineira de cerca de 80 mil habitantes, que nesta quinta visito pela primeira vez, produziu uma blogada bem alfenada. 

3 comentários:

  1. Soneto-acróstico

    Baixou mestre Chassot nas alterosas
    Logo ali na bonita cidade de Alfenas
    Onde mais uma vez deita suas prosas
    Garante que tudo que diz vale a pena.

    Um dia com esse mestre é produtivo
    Ele cutuca mente com seus saberes
    Assim ele se sente muito mais vivo
    Levando sua sapiência bem alhures.

    Felicidade é ouvir o mestre em forma
    Enquanto ele confecciona a tessitura
    Nunca engessado numa mera norma

    Assim contribui com sua vasta cultura
    Doando seus dias em uma plataforma
    Obtendo bom resultado que perdura.

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  2. Muito estimado Jair,
    mais uma vez me fazes distinguido.
    Obrigado.
    Parabéns pelo poético acróstico.
    Vou referi-lo na abertura de minha fala esta tarde na UNIFAL.
    A estima e o reconhecimento do
    achassot

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  3. Amigo Chassot, vai aqui um registro. Em um desses meus atribulados dias, pensei, "hoje eu não tenho tempo para fazer isso, fica para depois", logo em seguida me veio a mente seu exemplo e ato contínuo minha auto-reprovação. Como esmorecer diante de tão atarefado exemplo. Corrigi-me, e tratei de executar a tarefa preterida.
    Abraços amigo, e mais uma vez grato pelo exemplo.

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