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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

07.- “NISE DA SILVEIRA: GUERREIRA DA PAZ”

ANO
 9
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2950

O último sábado de outubro parecia que tinha mais de 30 horas. Não passava nunca. Da manhã, não há queixa. Ter tido o quinzenal encontro sabático no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão, com o seminário Educação e Inclusão, amenizou um pouco o nervosismo. Acredito que não tenhamos feito o usual intervalo para não tencionarmo-nos juntos. As pesquisas apontavam derrota para o Governo de Estado e indefinições para a presidência da República.
À tarde, a Gelsa e eu resolvemos ir ao cinema. Logo vimos que era temerário usar o carro. Havia uma carreata ensandecida com carrões of road portanto capas da Veja.  Fomos de taxi, por medo. Assistiríamos ‘O que os homens falam’. Estávamos na Casa de Cultura Maria Quintana, que anunciava uma obra teatro, música e dança em um espetáculo multimídia “Nise da Silveira: guerreira da Paz”.
O folder dizia ser ‘a história de uma das mulheres mais importantes do Século 20’. Confessei meu desconhecimento. A Liba, que estava conosco, assegurou que a caracterização estava bem posta.
Logo depois do filme, muito bom ascendemos ao teatro. O espetáculo foi maravilhoso. Daniel Lobo, um showman magnifico na direção e interpretação. A coreografia de Ana Botafogo espetacular.
A Wikipédia me ensinou mais acerca desta mulher excepcional que eu não conhecia e que o espetáculo me fez instigante. Pincei alguns excertos.
Nise da Silveira (Maceió, 15 de fevereiro de 1905 — Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1999) foi uma renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung. Dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.
De 1921 a 1926 cursa a Faculdade de Medicina da Bahia, onde se formou como a única mulher entre os 157 homens desta turma. Está entre as primeiras mulheres no Brasil a se formar em Medicina. Casa-se nesta época com o sanitarista Mário Magalhães da Silveira, seu colega de turma na faculdade, com quem vive até seu falecimento em 1986. Em seu trabalho, ele aponta as relações entre pobreza, desigualdade, promoção da saúde e prevenção da doença no Brasil.
Aprovada aos 27 anos num concurso para psiquiatra, em 1933 começou a trabalhar no Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental do Hospital da Praia Vermelha. Durante a Intentona Comunista foi denunciada por uma enfermeira pela posse de livros marxistas. A denúncia levou à sua prisão em 1936 no presídio da Frei Caneca por 18 meses. Neste presídio também se encontrava preso Graciliano Ramos, assim ela tornou-se uma das personagens de seu livro Memórias do Cárcere.
De 1936 a 1944 permanece com seu marido na semi-clandestinidade, afastada do serviço público por razões políticas. Durante seu afastamento faz uma profunda leitura reflexiva das obras de Spinoza, material publicado em seu livro Cartas a Spinoza em 1995.
Foi uma pioneira na pesquisa das relações emocionais entre pacientes e animais, que costumava chamar de co-terapeutas. Percebeu esta possibilidade de tratamento ao observar como um paciente a quem delegara os cuidados de uma cadela abandonada no hospital melhorou tendo a responsabilidade de tratar deste animal como um ponto de referência afetiva estável em sua vida.
Seu trabalho e ideias inspiraram a criação de museus, centros culturais e instituições terapêuticas similares às que criou em diversos estados do Brasil e no exterior.
Além do espetáculo que catalisou esta blogada há um filme brasileiro Nise da Silveira - A Senhora das Imagens, baseado na história de sua vida da psiquiatra Nise da Silveira, é dirigido por Roberto Berliner e estrelado por Glória Pires. Teve a produção executiva de Rodrigo Letier e Lorena Bondarovsky, nos estúdios da TV Zero e distribuição de Imagem Filmes.
Muito significativo conhecer algo desta mulher realmente muito importante que viveu extensamente o nosso Século 20. Vale conhecer mais sua história.

3 comentários:

  1. Pelo detalhe da médica Nise ser a única formanda mulher em uma turma de 157 homens em tempo não tão distante evidencia que nossa dívida com o gênero feminino ainda está muito grande.

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  2. Meu caro Chassot. Hoje também aprendi sobre Nise da Silveira. Obrigado pelo conhecimento disseminado. JB

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  3. Só pelo fato de apresentar, em seu trabalho, relações entre POBREZA, DESIGUALDADE, promoção da SAÚDE e PREVENÇÃO da doença no Brasil instiga a certeza de tratar-se de uma pessoa merecedora de admiração.

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