ANO
9 |
UMA EDIÇÃO HISTÓRICA
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EDIÇÃO
2952
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Hoje é um dia de densas evocações. Há
25 anos, houve uma revolução na história da humanidade. O maior e mais
imponente divisor físico entre um
limite do que se dizia ser entre o Ocidente e o Oriente, ou entre a democracia
ou o comunismo, desaparece em 9 de
novembro de 1989. Isto parecia incrível e mesmo impensável.
O antes sólido e quase intransponível Muro de Berlin se esboroa. Nesta data, multidões
de alemães orientais subiram e atravessaram o Muro, juntando-se aos alemães
ocidentais do outro lado, em uma atmosfera de celebração. O Muro caiu! Era o grande mote de festejamento.
O Muro de Berlim (em alemão Berliner
Mauer) era uma barreira física construída pela República Democrática Alemã (RDA
— Alemanha Oriental) durante a Guerra Fria. Este muro, além de dividir a cidade
de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes:
República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países
capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e a República Democrática Alemã
(RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético. Em
3 do outubro de 1990, a RDA e RFA foram reunificada (e claro, Berlin) como um
só país.
Em julho de 1989, dei-me, como
presente de meus 50 anos, uma primeira viagem que implicava cruzar o Atlântico.
A chegada e a partida da minha primeira vez na Europa foi a França. Esta, então,
se engalanava festejando o bicentenário da Revolução Francesa. A viagem foi
típica de quem realizava um sonho de ir à Europa a primeira vez: em 37 dias, 11
países. Minha competente cicerone foi a Gelsa que, por já ter morado na Europa,
soube fazer uma maravilhosa seleção e foi companhia preciosa.
Tivemos o privilégio de estar nesta
viagem na RDA e na RFA e nas duas partes de Berlin (Ocidental e Oriental).
Atravessamos, então, o muro no dia 13 de julho de 1989, a quatro meses da
queda, para ir, desde Berlin Ocidental à Berlin Oriental e a RDA, onde
visitamos museus, pontes e vários monumentos históricos. Na foto a Gelsa e eu,
no dia 10 de julho de 1989, quando visitamos o Muro no lado Ocidental. Vivemos
uma experiência singular e muito difícil de entender: as mesmas ruas, o mesmo
(ex)metrô, as mesmas praças, os mesmos lagos, o mesmo povo... divididos por um muro.
O histórico 9 de novembro de 1989 se
dá no bojo de uma onda revolucionária que varreu as duas Alemanhas. O governo
da Alemanha Oriental anunciou nesta data, após várias semanas de distúrbios
civis, que todos os cidadãos da República Democrática Alemã poderiam visitar a
Alemanha Ocidental e Berlim Ocidental.
O Muro de Berlim (em alemão Berliner
Mauer) era uma barreira física construída pela República Democrática Alemã
(Alemanha Oriental) durante a Guerra Fria, na madrugada de 13 de Agosto de
1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação,
127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para
ferozes cães de guarda. Este muro era patrulhado por militares da Alemanha
Oriental com ordens de atirar para matar (a célebre Schießbefehl ou "Ordem
101") os que tentassem escapar, o que provocou a morte a 80 pessoas
identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas
tentativas.
Antes da construção do Muro, 3,5
milhões de alemães orientais superaram restrições de emigração do Leste e
fugiram para a Alemanha Ocidental, muitos ao longo da fronteira entre Berlim
Oriental e Ocidental. Durante sua existência, entre 1961 e 1989, o Muro quase
parou todos os movimentos de emigração e separou a Alemanha Oriental de Berlim Ocidental
por mais de um quarto de século.
Após o 09 de novembro de 1989, ao longo
das semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico
e por caçadores de souvenires. Tenho entre as minhas recordações de viagem um
pedacinho do muro, que me foi presenteado pela Liba. Hoje, como atração
turística pode se ver pequenos trechos do muro. Em alguns locais se pode ver marcado
no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido. O Muro
caiu, mas a história não pode e não deve
ser apagada. Isso a Berlin de 2014 parece nos assegurar.
E ainda existem idiotas que levantam bandeiras por um muro em nosso eclético Brasil...
ResponderExcluirAcróstico – Mauer
ResponderExcluirContra um raciocínio mais elementar
Ante um planeta em total estupefação
Inimigos do mundo num gesto singular
Obtiveram separação do povo alemão.
Mauer monstruoso, parede opressiva
Um muro assim chamado da vergonha
Resistiu décadas como barreira viva
Ostentando a transcendental peçonha.
Derrubou-o povo depois que Gorbachev
Em gesto grandiloquente criou Glasnost
Bendisse liberdade apesar duma greve
Embora a Alemanha Oriental não goste.
Raiou a luz que a humanidade ilumina
Longe portanto daquela bota opressora
Indicando nascimento de nação menina
Maior, muito maior do que outrora fora.
É a demonstração da possibilidade de se viver juntos, mesmo que não se pense de forma igual. Dividir não resolve.
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