ANO
9 |
LIVRARIA VIRTUAL em
www.professorchassot.pro.br
|
EDIÇÃO
2951
|
Como hoje é manhã
sabatina que tenho aula no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão, e de
vez em vez, recebo perguntas acerca do mesmo, no e-flyer ao lado, aos quem tem
nos sonhos de 2015 fazer um mestrado, há informações. Este pode ser etapa de pós-graduação
de muito um amplo espectro de cursos de graduação.
Líderes políticos
parecem já fumar o cachimbo da paz e ter na conciliação alternativa para bem comum
maior. Mas, há os revanchistas que bradam por separatismo; outros por impeachment.
Recebo convites para assinar pedido de impeachment que dizem já ter mais de 1,5
milhão de assinantes. Recebo mensagens pessoais que poderia caracterizar como
bullying político. Minha lixeira virtual está abarrotada e verte larvas odiosas.
Luis Fernando Veríssimo,
com sua usual verve ferina, publicou, em Zero Hora e em outros jornais
brasileiros desta quinta, um texto que faz uma análise dos que bradam pelo
coturno. Vale degusta-lo, mesmo que seja indigesto àqueles que querem a volta
do tacão militar.
A longa indigestão Quando o Brizola se convenceu de que
não chegaria à Presidência da República, consolou-se com uma sentença: a elite
brasileira teria que engolir um sapo barbudo em seu lugar. Quem estava vivo e
consciente na época se lembra do quase pânico provocado pela perspectiva do
Lula no poder. Oitocentos mil empresários fugiriam do país. Ninguém sabia ao
certo o destino da sua prataria, nem de suas cabeças. A ideia de engolir um
sapo, ainda mais um sapo com uma ameaçadora barba cubana, era revoltante. Mas,
fazer o quê? Lula foi eleito legalmente, o sapo foi deglutido e empossado. E o
pior não aconteceu. Poucos empresários emigraram e os que ficaram,
principalmente do setor financeiro, não se arrependeram. E ninguém foi
guilhotinado.
É verdade que o PT tratou de
tornar-se mais palatável para ser eleito. Prometeu seguir o modelo econômico
vigente, com alguns ajustes na área social para honrar seu passado e seus
compromissos de campanha, mas sem fazer loucuras. E o sapo barbudo desceu pela
goela da nação com a suavidade possível. Já a sua digestão foi outra coisa. Não
se muda de dieta tão radicalmente sem consequências ao menos gástricas. Pela
primeira vez o Brasil tinha na presidência um ex-operário, vindo das lutas
sindicais, que errava a concordância verbal mas mobilizava a massa. Com todas
as suas precavidas concessões ao status historicamente quo, o PT não deixava de
representar a “classe perigosa”, como a nobreza francesa chamava os pobres
antes da Revolução, no poder, o que também não ajudava o metabolismo. A
resistência do patriciado brasileiro ao PT tem várias causas: diferenças
ideológicas, interesses contrariados, medo, a própria arrogância do partido no
governo e suas quedas na corrupção, e — especialmente inadmissíveis — os seus
sucessos: distribuição de renda, políticas sociais, desemprego baixo etc. Mas o
ódio ao PT só se explica como má digestão.
Doze anos de indigestão: é
compreensível a irritação causada pela eleição de mais quatro anos de PT no
governo e a continuação da praga do Brizola. Os que se manifestam contra uma
suposta fraude no pleito apertado e pedem o impeachment dos vencedores estão
exercendo o direito de todo perdedor, o de espernear. Só achei curioso ver,
desfilando numa manifestação na Avenida Paulista, uma faixa que pedia a volta
dos militares ao poder. Teoricamente, não é preciso mais de três pessoas para
fazer e carregar uma faixa daquelas: uma para pintá-la e duas para segurá-la.
Fiquei pensando em quantas pessoas no desfile além das três hipotéticas
concordavam que outra ditadura militar é preferível ao PT no governo. Talvez
ninguém, talvez a maioria. Nunca se sabe o efeito da má digestão num organismo.
Acróstico democracia
ResponderExcluirAqui no Patropi é cíclica a estultice
Basta a situação estar acomodada
Apenas algum mero disse-me-disse
Inicia um movimento pró quartelada.
Xô, quem no poder ainda continua
Onde a caserna é que devia estar
Devemos derrubar governo, ir à rua
Entregar o poder público ao militar.
Mocidade energúmena, não mais
Os militares não têm essa função
Como representam só seus iguais
Reside seu trabalho à Federação.
Acaba sendo um movimento idiota
Com uns poucos, slogans berrando
Indiscutível necedade antipatriota
Ademais, tanta burrice até quando?
Nada melhor que estudarmos a história para se compreender esses movimentos.Lamentável é que "tais" desconhecem nossa história. Não consigo imaginar um novo AI-5. Não há mais espaço, nem contexto. No entanto, alguns parecem, por vingança ou burrice mesmo, simpatizar com sua volta. Que coisa, hein???
ResponderExcluirPodemos, sim, ajudar a melhorar a democracia. Não seria mais civilizado? Uma demonstração de civismo e de politização?