ANO
9 |
LIVRARIA VIRTUAL em
www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2961
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Comentava ontem, quando
prognosticava algo de blogadas para dias desta semana, que nos últimos dias ocorreram duas
mortes — Leandro Konder e Manoel de Barros — que fizeram/fazem parte da
história de muitos de nós. Quando morrem pessoas públicas, que estão em nossa
biblioteca há um sentimento muito
especial. Existe em nós um enlutamento de nossa dimensão epistêmica. É por tal
que os dois ilustres desaparecidos — esta não uma boa palavra, porque filósofos
e poetas não morrem —, são celebrados. Aliás, todos que sorriem convidativos
nas lombadas dos livros de nossas bibliotecas são imortais.
Manoel de Barros — e é
ele que evoco nesta terça — está na minha biblioteca em duas dimensões. Antes de
conhecê-lo, colhi no aeroporto de Cuiabá a frase: “A rede é a vasilha de dormir que mais
se assemelha ao útero materno”. Imprimi esta frase
em um cartazete e a coloquei junto a uma das redes de minha casa. Além de estar
afixado na biblioteca nesta frase, Manoel de Barros gosta de murmurar seus
versos, escapulindo de alguns de seus livros que fui amealhando.
Assim minha homenagem se
faz, aqui e agora, em um autorretrato falado no qual o Poeta pantaneiro se
desenhou.
Justa homenagem a eterna palavra cantada, ao pensamento solto, ao imortal de prosa fácil.
ResponderExcluirSó o fato de cultuar a pureza da simplicidade de suas orígens já o credita a imortalidade do saber.
ResponderExcluirSoneto-acróstico
ResponderExcluirMaior poeta do chamado pantanal
Arranjos para assobio, uma obra
Não mentiu só disse verdade banal
Ouviu na natureza aves e cobras.
Ele foi das águas um guardador
Lidou com cantigas de passarinho
Deixou legado único, um primor
Então se foi, tomou outro caminho.
Basta um Manoel Barros somente
Assim todo lirismo completo fica
Resta-nos te-lo em nós presente.
Rios de palavras que nunca critica
Onde vivemos o que Barros sente
Sintamos o poetar que ele pratica.