ANO
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Nesta
quinta-feira tenho uma viagem que quase poderia me levar a Europa. Viajo Porto
Alegre/Rio de Janeiro / Salvador / Aracaju gastando mais de 10 horas. Hoje, à
noite falo em Itabaiana. Amanhã pela manhã tenho uma fala na UFSE, em São Cristóvão
e a tarde participo de evento de Química em Itabaiana e à noite tenho uma banca
de qualificação.
Ainda
baseado na matéria assinada por Tatiana Freitas publicada na Folha de S. Paulo desta segunda-feira, 21JUL2014,
trazemos a situação do Brasil quanto ao desperdício de alimentos.
O
problema do desperdício no Brasil não se concentra no consumo, responsável por
10% das perdas. O maior índice está no manuseio e no transporte (50%), segundo
estudo da Embrapa. Antonio Gomes, pesquisador da Embrapa Agroindústria de
Alimentos, afirma que o transporte, o manuseio, as embalagens e a forma de
comercialização de alimentos "in natura" no Brasil, a granel, são
inadequados.
O
Brasil está muito atrasado em práticas para reduzir as perdas", afirma
Walter Belik, professor titular de economia agrícola da Unicamp e um dos
autores do estudo mais recente da ONU.
Entre
as mudanças sugeridas pelos especialistas para reduzir o desperdício nesse
estágio da cadeia estão cargas refrigeradas para o transporte de frutas e
verduras (ou pelo menos o transporte à noite, quando há menos luz e calor) e o
fim das caixas de madeira para os perecíveis.
"Não
é possível higienizá-las de forma adequada. Um fruto com fungo transportado ali
pode contaminar muitos outros que serão levados no mesmo local
posteriormente", diz Belik. No caso de cereais e grãos, são necessários
investimentos maiores e mudanças estruturais. A principal causa das perdas está
no transporte da safra por caminhões.
Segundo
Antonio da Luz, economista-chefe do sistema Farsul (Federação da Agricultura do
Rio Grande do Sul), a única forma de reduzir o desperdício de grãos e cereais é
aumentar de maneira significativa a participação do modal hidroviário na matriz
de transportes. "Um caminhão não foi feito para percorrer 2.000
quilômetros com soja." Ele compara o transporte da soja no Brasil e nos
EUA, que produz volume semelhante. Enquanto 60% da oleaginosa é transportada
por hidrovia nos EUA, no Brasil esse percentual é de apenas 11%.
Além
dos grãos que caem das carretas durante os longos trajetos, o economista
calcula as perdas financeiras. Enquanto um produtor de Iowa (EUA) gasta US$ 100
por tonelada para percorrer 2.149 quilômetros até o porto de Nova Orleans e
colocar a sua soja em Xangai, o agricultor de Sorriso (MT) tem uma despesa de
US$ 157 por tonelada, considerando um trajeto menor até o porto de Santos, de
1.900 quilômetros.
Em
mercadorias, a diferença de infraestrutura e de custos entre o Brasil e os
Estados Unidos causa ao produtor mato-grossense uma perda de sete sacas de 60
quilos de soja por hectare – o equivalente a 14% da produtividade média no
Estado, de 50 sacas/hectare.
"Nós
tratamos todo esse gasto a mais do produtor brasileiro como desperdício. E os
esforços para reduzi-lo ainda estão muito longe do que é necessário",
afirma Luz.
Além dos problemas citados contamos com um sistema de silos insuficientes para nossa produção, o que faz a precária estocagem trazer prejuízos certos. Falta-nos também, a meu ver, uma política de conscientização de novos localívoros.
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