ANO
8 |
EDIÇÃO
2828
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Na semana que passou em três dias — quinta, sexta e sábado — vimos
o nosso Século 20 em duas viradas de século. Foram o seu início, o Alfa, e seu
fim: o Ômega.
É preciso recordar que entre este Alfa e
Ômega do tão ‘majestoso (ou badalado) Século
20’ houve duas cruentas grandes guerras mundiais. Estas, aparentemente
perto de nós, são lembradas, apenas, nas comemorações de datas redondas (por
exemplo: em 2014, evocações dos 100 anos do início da Primeira Guerra Mundial e dos 60 anos do dia 6 de junho de 1944,
chamado o Dia-D, o dia decisivo, quando
os aliados ocidentais desembarcaram nas costas da França, dando início ao fim
da Segunda Guerra Mundial. Mas junto com encantamento pelos memoráveis feitos
do também chamado ‘século da Tecnologia’
vale ver uma muito breve síntese das duas maiores máculas de nosso século.
Primeira Guerra Mundial (1914-1918) — também conhecida como Grande Guerra ou Guerra das
Guerras, título que perdeu depois para a Segunda Guerra Mundial — foi uma
guerra global centrada na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou
até 11 de novembro de 1918. O conflito envolveu as grandes potências de todo o
mundo, que se organizaram em duas alianças opostas: os Aliados (com base na
Tríplice do Reino Unido, França e Império Russo) e os Impérios Centrais
(originalmente Tríplice Aliança entre Império Alemão, Áustria-Hungria e Itália).
Mais de 70 milhões de militares, incluindo 60 milhões de europeus, foram
mobilizados em uma das maiores guerras da história. Mais de 9 milhões de
combatentes foram mortos, em grande parte por causa de avanços tecnológicos que
determinaram um crescimento enorme na letalidade de armas, mas sem melhorias
correspondentes em proteção ou mobilidade.
Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi um conflito militar global que durou de 1º
de setembro de 1939 a 8 de maio de 1945. Envolveu a maioria das nações do mundo
— incluindo todas as grandes potências — organizadas em duas alianças militares
opostas: os Aliados e o Eixo. Foi a guerra mais abrangente da história, com
mais de 100 milhões de militares mobilizados. Em estado de "guerra
total", os principais envolvidos dedicaram toda sua capacidade econômica,
industrial e científica a serviço dos esforços de guerra, deixando de lado a
distinção entre recursos civis e militares. Marcado por um número significante
de ataques contra civis, incluindo o Holocausto e a única vez em que armas
nucleares foram utilizadas em combate, foi o conflito mais letal da história da
humanidade, resultando entre 50 a mais de 70 milhões de mortes.
Se em uma e em outra morreram cerca de 70 milhões
de humanos, em ambas a Ciência mudou a dolorosa fisionomia das grandes guerras
do último século. ‘Paradoxalmente’ este século foi período da história da
humanidade, no qual esta mesma Ciência mais contribuiu para expansão e a melhor
qualidade de vida.
Na Primeira
Guerra Mundial, morreram mais humanos nos campos de batalha do que
vitimados em doenças infecciosas, como acontecia em conflitos anteriores, como
se pode ver na edição de ontem. Por outro lado na Segunda Guerra Mundial foi a toda poderosa bomba atômica que exigiu
esforços de renomados cientistas consumindo recursos imensos que acelerou com o
término de um dos mais bárbaros genocídios da história do Planeta. Hiroshima e
Nagasaki constituíram-se em ícones novos indicadores do poderio bélico de
potências, como se pretende mostrar amanhã.
A pior guerra que travamos desde os primórdios do surgimento do homem é aquela travada contra nosso egoísmo latente. Somos capazes de nos compadecer com a matança de baleias e tartarugas, mas quando passamos ao lado de um pedinte maltrapilho e sujo ao chão desviamos o passo e o olhar. A todo momento criamos justificativas para nossa intransigência. Lembro de uma definição dada em uma antiga peça chamada "Deus lhe pague" de Joracy Camargo; "o mendigo é o cara que a sociedade paga pra sair da luta". Só que esse pagamento é cada vez menor.
ResponderExcluirEis duas provas da imbecilidade do homem.
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