ANO
8 |
EDIÇÃO
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Começamos mais uma semana. Parece que essa
divisão hebdômada de nossos ciclos vitais é muito confortável. Essa herança,
marcada na tradição judaica, tem também marcas do sistema geocêntrico com os
sete corpos celestes mais significativos regendo cada um dos sete dias da
semana.
Os findis — na adesão a um neologismo que faz
parecer démodé, falar em fim de semana —, são agoras importantes na marcação das balizas que fazem nossa
trajetória. Olhamos a semana que passou e semana que se inicia. Naquela, por
exemplo, destaco minha estada em Nonoaí. Nesta, provavelmente, terei quatro
falas, em quatro cidades diferentes de dois estados.
Mas o findi, que teve marcas de alegrias e
luto ou de vida e de morte. Uma e outra das marcas foram celebradas, com sabores
e saberes pertinentes.
A vida foi vivida (mesmo que pareça
redundância), ratifica a ação verbal em dois momentos. No sábado, em Estrela no
batizado do Lucas Francisco, um neto que assegura a sonhada continuidade
da espécie; ontem, indo à maternidade para conhecer o Tiago, um sobrinho neto.
Se a vida teve duas comemorações, as mortes
sentidas também. Uma e outra se referem aqui, na expressão latina: ‘ad
perpetuam rei memoriam’ ou ‘para a perpétua memoria dos fatos’.
Enquanto leitores, tivemos duas perdas que se
tintam amargas aqui. A um e a outro dos finados, a expressão de gratidão pelos
legados deixados.
João Ubaldo
Osório Pimentel Ribeiro (Itaparica, 23 de janeiro de 1941 — Rio de Janeiro,
18 de julho de 2014)
Escritor, jornalista, roteirista e professor brasileiro, formado em direito e membro da Academia Brasileira de Letras. Foi ganhador do Prêmio Camões de 2008, maior premiação para autores de língua portuguesa. Ubaldo Ribeiro teve algumas obras adaptadas para a televisão e para o cinema, além de ter sido distinguido em outros países, como a Alemanha. É autor de romances como Sargento Getúlio, O Sorriso do Lagarto, A Casa dos Budas Ditosos e Viva o Povo Brasileiro. Obrigado, João Ubaldo, por nos brindares com muitas viajada à tua Itaparica. |
Rubem Alves (Boa Espe rança, Minas Gerais, 15 de setembro de 1933 —
Campinas, 19 de julho de 2014)
Psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.
Bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, Mestre em Teologia e Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Seminário Teológico de Princeton (EUA) e psicanalista. Tinha um grande número de publicações, tais como crônicas, ensaios e contos, além de ser ele mesmo o tema de diversas teses, dissertações e monografias. Muitos de seus livros foram publicados em outros idiomas, como inglês, francês, italiano, espanhol, alemão e romeno.
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Foi perguntado a Napoleão, no auge do seu domínio, quem era o homem mais poderoso do mundo, certamente no intuito de massagear o ego do imperador. Napoleão assim respondeu : "O homem mais poderoso do mundo é meu filho de cinco anos, ele manda na minha mulher que manda em mim...". Certamente vivemos em prol de nossos descendentes.
ResponderExcluirÉ triste saber que mais dois escritores morrem.Mas a leitura dos seus livros continua.
ResponderExcluirObrigado pela lembrança(meu pai contou que esteve na URI).
Um abraço, mestre.
Uma espécie (linhagem) tão especial precisa, mesmo, perpetuar-se. Principalmente num momento em que desta vida se despedem grandes referências da nossa literatura, da nossa sabedoria.
ResponderExcluirGrande abraço.
Muito estimado Luvander,
ResponderExcluirteus contários deixam-me sempre feliz. É bom que ter te como meu leitor mais jovem leitor.
Dizes bem, os escritores morrem, mas suas escritas os tornam imortais.
Com espraiada admiração
É triste saber que mais dois escritores morrem.Mas a leitura dos seus livros continua.
ResponderExcluirObrigado pela lembrança(meu pai contou que esteve na URI).
Um abraço, mestre.