ANO
8 |
EDIÇÃO
2829
|
Ao anoitecer de ontem recebo noticia, mesmo já
esperada há alguns dias, que entristece.
Ela não se esmaece em meio a comoção que vivem milhões de brasileiros que
são impactados com a (in)explicável derrota da seleção brasileira. Esta em um
pouco mais de uma dúzia de minutos sofre quase meia dúzia de gols em partida contra
a seleção alemã.
Morreu na tarde desta terça-feira, 8 de
julho de 2014, o ex-deputado Plinio de Arruda Sampaio, aos 83 anos. Foi
promotor público, deputado federal constituinte e presidiu a Associação
Brasileira de Reforma Agrária (Abra). Ao longo da carreira política, exerceu
três mandatos como deputado federal.
Prometera, na edição de ontem comentar nesta
quarta-feira, o mais cruel genocídio do ‘nosso
Século 20’ quando as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram destruídas, com
a morte de mais 200 mil pessoas, pra que um país pudesse mostrar ao mundo seu
poderio bélico.
Postergo a edição prometida e transformo a
edição de hoje em uma sentida homenagem a Plínio Arruda Sampaio. Ele sempre representou
o exemplo de um político íntegro. Sua militância em busca de um Brasil mais
justo, especialmente lutando contra a desigualdade na distribuição da terra no
Brasil foi muito significativa. Está sobejamente justificada a alteração de
pauta.
Plínio estava internado há mais de um mês no
hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. O primeiro boletim médico emitido
pelo hospital aponta que o político foi internado em 26 de junho na Unidade de
Terapia Intensiva para tratar de câncer nos ossos. Nos últimos dias, porém ele
se recuperava na Unidade de Terapia Semi-Intensiva. Ele faria 84 anos no dia 26
de julho. O político concorreu à Presidência da República nas eleições de 2010
pelo PSOL, partido do qual se desligou recentemente. Terminou a disputa em
quarto lugar e recebeu 886.000 votos. Após a disputa eleitoral, lançou o livro Por que participar da política?, em
novembro de 2010.
Formado em Direito pela Faculdade de Direito
da Universidade de São Paulo em 1954, militou na Juventude Universitária
Católica, da qual foi presidente, e na Ação Popular, organização de esquerda
surgida a partir dos movimentos da Ação Católica Brasileira.
Durante a Ditadura Militar, exilou-se no
Chile por seis anos. Ao voltar ao Brasil, em 1976, participou da fundação do
Partido dos Trabalhadores (PT). Nos anos 1980, se engajou na campanha das
Diretas Já. Em 1986, foi eleito deputado federal e participou da elaboração da
Constituição de 1988. Em 1990, disputou o governo de São Paulo pelo PT e foi
derrotado, ficando em quarto lugar.
Plínio deixou o PT em 2005 e migrou para o
PSOL. Em 2006, candidatou-se novamente ao governo do Estado de São Paulo e
ficou, mais uma vez, em quarto lugar.
Seus problemas de saúde se agravaram em 2001,
quando se submeteu a uma cirurgia para tratar um câncer no estômago. Casado há
60 anos, o político deixa seis filhos. (Com
ajuda de veja.abril.com.br/noticia/brasil/)
Tivemos então uma derrota e uma vitória. Perda na saída do cenário dessa vida do deputado Plínio, inegável homem íntegro, modelo de político tão bem descrito por Weber. Vitoria na derrota do Brasil, pois assim ganharam os hospitais, escolas, professores, brasileiros todos preteridos por essas obras faraônicas e superfaturadas que ficariam esquecidas caso o Brasil ganhasse essa copa. Agora entrará para historia que nunca se gastou tanto para se passar tamanho vexame.
ResponderExcluirJusta homenagem.
ResponderExcluir