ANO
8 |
EDIÇÃO
2836
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Esta edição entra em circulação quando viajo
para Frederico Westphalen. Vale celebrar. Por que se não há nada de ineditismo
na situação? Nos últimos quatro anos, a cada mês faço essa viagem de cerca de duas
vezes seis horas de ônibus. A celebração tem explicações.
Agora vivemos tempos pós-Copa. Estes são
outros tempos.
No período copeiro vivi abstinência de
palestras e de viagens. Minha última viagem foi em três de junho à Santa Cruz
do Sul, na UNISC. Fiz então a 36ª palestra do ano. Com esta Copa a média cai. Aditou-se
a isto ter frustrado minha ida a Moçambique, como contei dia 30 de junho.
Mas, mesmo que chegue a metade de julho sem
palestra, a partir de amanhã começo a me recuperar: tenho ainda cinco palestras
neste mês. Hoje tenho encontro com orientandas. A razão maior desta viagem é a
dissertação de uma aluna amanhã, quando darei detalhes. Na esteira desta viagem,
estarei amanhã, à noite, em Nonoaí para uma fala. Isto, também, será assuntado
amanha.
Completo esta edição com uma notícia
publicada no New York Times. Ela fala
por si. É dispensável aditar qualquer comentário.
Editora
'despublica' 60 artigos científicos
Uma revista científica "despublicou" 60 artigos
ligados a um pesquisador de Taiwan, acusando-o de "perverter o processo de
revisão pelos pares" ao criar contas fraudulentas on-line para julgar os
artigos favoravelmente e ajudá-los a serem publicados. A editora Sage, que publica o "Journal of Vibration and Control", revista na qual saíram os
artigos nos últimos quatro anos, disse que o pesquisador Chen-Yuan Chen criou
uma rede de cientistas com nomes falsos e verdadeiros — cujas identidades ele
assumia. A editora diz que, em pelo menos um caso, Chen, que também usa como
primeiro nome Peter, revisou um artigo próprio utilizando um de seus
pseudônimos.
Ao todo, Chen, professor de ciências da computação que
deixou em fevereiro a Universidade Nacional de Educação de Pingtung (foto) em meio às
investigações, parece ter criado 130 contas de e-mail que foram usadas para a
revisão de artigos. Um porta-voz da editora disse que eles contataram todas as
contas, mas não houve resposta.
A editora disse que todos os artigos retratados tinham no
mínimo um autor ou revisor implicado na rede criada por Chen, e que
possivelmente outros cientistas se envolveram na fraude.
As primeiras suspeitas de má conduta surgiram no ano
passado e a universidade foi contatada. Chen Chien-Huang, secretário-chefe da
universidade, disse que a instituição ainda está investigando o caso. "Se
há outros professores envolvidos na fraude é um assunto sob investigação."
Permitam-me a ignorância de não entender como alguém "falsifica" uma pesquisa científica. Afinal a ciência é empírica, bastando ao meu ver a simples constatação se a afirmação é falsa ou verdadeira. Não seria assim o apoio de alguns que dariam credulidade a alguma afirmação. Posso e devo estar falando besteira, me perdoem os que sabem desse porquê.
ResponderExcluirMuito caro Antônio,
Excluirobrigado por trazeres este questionamento.
Não se trata de besteira, mas sim de incredulidade ante o uso escandaloso da Ciência. O cientista em tela talvez premido pela necessidade de publicar, armou uma rede de clones dele, que avaliavam e ratificavam aquilo que ele apontava como conclusão. Se entendi a notícia ‘os referees que julgavam a produção dlele eram seus próprios clones’.
Isto ele preparava o mingau e mesmo dizia (por seus clones) que o mingau era mito bom.
Espero ter esclarecido um pouco,