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quinta-feira, 17 de julho de 2014

17.- UMA QUINTA-FEIRA EM FREDERICO WESTPHALEN E NONOAÍ

ANO
 8
Desde FREDERICO WESTPHALEN
EDIÇÃO
 2837


Cheguei ontem a Frederico Westphalen quando o carrilhão da catedral anunciava cinco horas. Salvo o almoço com colegas do Programa de Pós Graduação em Educação a terça foi quase plena com atividades com orientandas e ex-orientandas. 
Houve, também, preparação desta quinta-feira, que terá dois tempos muito distintos. Pela manhã a defesa da dissertação: A avaliação da aprendizagem como uma possibilidade de emancipação no regime da progressão continuada, apresentada pela mestranda Silvia Daiana Parussolo Boniati. À noite, uma palestra onde farei tentativas de respostas ao interrogante O que é, Ciência, afinal? em Nonoaí. Um e outro momento tecem esta edição.
MOMENTO UM Uma defesa como a desta manhã é algo muito prenhe de emoções. Há um ritual que faz culminâncias. Mesmo que a Sílvia seja a 29ª orientanda que participo do fazer-se Mestre (há ainda quatro doutores) cada momento é muito singular. Há interações muito diferenciadas com cada uma e cada um, se estabelecendo, de maneira muito usual, densos diálogos de aprendentes onde o orientador muito usufrui das construções, conquistas e ações dos orientandos.
Foi um privilégio orientar a Sílvia, a primeira docente da rede municipal de Taquaruçu do Sul a concluir mestrado. Ela nos agradecimentos de sua dissertação faz um registro que me emociona. Permito-me ser imodesto e transcreve-lo aqui.
Ao meu querido e grande Mestre Chassot que compartilhou comigo momentos de muitas alegrias e incertezas, que soube entender as minhas dúvidas e o meu tempo. Parafraseando Newton, afirmo que se consegui ver tão longe é porque me apoiei nos ombros de um grande gigante, o Mestre Chassot.
A dissertação: A avaliação da aprendizagem como uma possibilidade de emancipação no regime da progressão continuada é resultado de pesquisa sobre concepções que pais e alunos têm sobre a avaliação da aprendizagem realizada em sala de aula, no regime da progressão continuada. O trabalho se insere na Linha de Pesquisa 1 – Formação de Professores e Práticas Educativas do Mestrado do Programa de Pós Graduação em Educação Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Campus de Frederico Westphalen.
 O objetivo da pesquisa foi buscar informações acerca do que pais de alunos matriculados nos anos iniciais do Ensino Fundamental e seus filhos, os alunos, acreditam acerca do não reprovar na Escola. Este trabalho, de enfoque qualitativo, teve como cenário as duas Escolas públicas do município de Taquaruçu do Sul – RS. Partiu-se do pressuposto da necessidade de dar voz a dois segmentos da comunidade escolar — pais e alunos — que, de maneira usual, não são ouvidos.
A progressão continuada parece, ainda, pouco entendida e não aceita pelos pais que a veem como uma forma de facilitar fazeres dos alunos criando neles o entendimento de que não precisam estudar, pois esta assegurada a aprovação automática de todos. Constatou-se a necessidade de que os pais e os alunos sejam esclarecidos acerca da avaliação e que sejam conscientizados de que o processo de avaliação por meio de progressão continuada colabora para reforçar o compromisso de professores, alunos e pais com a aprendizagem.
Esta dissertação tem a colaboração dos colegas Prof. Dr. Oto João Petry (UFFS) e Prof. Dr. Arnaldo Nogaro (URI) que participaram, de maneira significativa ne qualificação e hoje participam dasessão de defesa.
MOMENTO DOIS No final desta tarde, pela primeira vez, irei a Nonoaí, acerca de 80 km de Frederico Westphalen. À noite tenho uma fala no plenário da Câmara Municipal de Vereadores, promovida Escola Estadual de Ensino Médio Maria Dulcina – EMADU, para comunidades de alunos, pais e professores dos municípios de Nonoaí, Rio dos Índios e Gramado dos Loureiros.
A gênese desta fala está no dia 4 de junho, quando após minha conferência no Seminário Internacional da SEDUC-RS, o professor Nelso Santos, brindou-me com um exemplar do livro Balsas e Balseiros do Uruguai: Reflexos e impacto para historiografia de Nonoai” de sua autoria. Este livro foi objeto da edição de 14 de junho deste blogue.
Quando da oferta do livro o Prof. Nelso disse ser de Nonoaí. Comentei de meu trabalho na URI-FW. Vimos, então, a possibilidade de ir fazer uma fala em sua cidade, em data que coincidisse com estada minha em Frederico Westphalen.  Assim, o Prof. Nelso e o Prof. Hélio José, diretor da EMADU, organizaram a atividade desta noite.
A propósito, vale referir a professora que deu o nome à Escola.  A paranaense Maria Dulcina Vilhena (1864 – 1937) foi a primeira professora com formação em magistério que atuou, no então distrito de Nonohay, nos anos de 1910 a 1930. Procedente de Bento Gonçalves, Maria Dulcina ministrou aula para alunos de todas as idades que aqui buscavam as primeiras letras. Não havia escola, mas ela transformou em escola a própria residência. O primeiro grupo escolar público seria criado em 1930. Pela evolução desde grupo escolar, mais tarde ginásio estadual e, posteriormente a comunidade definiu homenageá-la em 1978 quando nascia a Escola Estadual Grau Maria Dulcina.
Realmente uma quinta-feira que sabe a emoções.

5 comentários:

  1. Mestre Chassot, suas blogadas são um verdadeiro mergulho em todos os cantos do nosso Brasil, sinto-me um viajante a conhecer lugares de meu país através de suas narrações. Quanto a aprovação automática tenho algumas dúvidas da sua eficiência, pois já vi casos de crianças terminando o fundamental sem saber ler. Em tempo, muito bonita a mensagem de agradecimento de sua pupila.
    Abraços

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  2. Mais uma vez muito obrigada professor, ser a 29º orientanda me orgulha muito.
    Abraço,
    Silvia

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  3. Mestre! Saudações baianas.
    Seria possível ter acesso a dissertação da colega? Aqui em Itabuna trabalhamos com ciclos de desenvolvimento humano e, além dos pais, muitos colegas também não compreendem o foco na aprendizagem. consequentemente os educandos também não.
    ABRAÇOS

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    1. Muito estimado Jorge Hamilton,
      fico feliz com tua presença aqui no blogue. Sempre é bom saber de ti e de teus fazeres.
      Vamos te disponibilizar a dissertação da Sílvia. Achamos que vale aguardares que ele faça as pequenas mofificações sugeridas pema banca.
      A estima e a admiração do

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  4. Sou testemunho da estima da Silvia para com o Mestre traduzida ao parafrasear Newton. Uma defesa com segurança e muita propriedade. O mestre contribuindo para o surgimento de uma nova mestra. Parabéns a ambos.

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