ANO
8 |
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EDIÇÃO
2694
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Nesta segunda-feira,
ministrei as primeiras aulas, pela manhã e à noite, de Teorias do
Desenvolvimento Humano para duas turmas de Licenciatura em Música. As aulas da
semana passada, em se tratando de calouros, foram apresentadas pela
Coordenação. Assim, hoje foi meu primeiro contato com os novos alunos, em sala
de aula.
A proposta para este
encontro e próximo é “Assestando óculos
para olhar o mundo”. Esta metáfora — e então foi evocada as discussões
sobre metáforas entre o Poeta e o Carteiro no excelente filme italiano ‘Il
postino’ a partir da obra de Antônio Skarmeta — foi tornada mais palpável,
quando propus algo com o mesmo significado: “Arrumando
a caixa de ferramentas” para que alguns dos instrumentais que vamos usar em
sala de aula, durante o semestre, tenham os mesmos significados. Isto é, se
alguém precisar de uma tesoura, não lhe será alcançado um martelo ou um
alicate.
Há pelo menos seis
óculos com os quais podemos nos servir para olhar o mundo natural: os óculos do
senso comum, do pensamento mágico, dos saberes
primevos, dos mitos, da religião e da ciência. Examinamos, então, um pouco cada um destes seis mentefatos.
Aqui, em se tratando de uma palavra menos corrente, comparo artefato e mentefato;
aquele um construto material e este, um construto mental.
a) senso
comum: discute-se o substantivo e o adjetivo; se contrapõe aquele com
censo. Senso comum: Conjunto
de opiniões ou ideias que são geralmente aceitas numa época e num
local determinados.
b) pensamento
mágico: aqui as discussões são centradas no interrogante: Adianta torcer
(por um time, sem ir ao estádio)? Entram em cena os horóscopos.
c) saberes
primevos (= saberes populares ou primitivos) quando se mostram muitos
conhecimentos (de cozinheiras, lavadeiras, parteiras, pedreiros...) que
poderiam ser classificados como etnociência.
d) mitos são trazidos mitos
milenares de povo cujas cosmogonias não estão em livros sagrados (mito de
Pandora) e de mitos modernos (Capitão América, cantores...). Qual a diferença
de mitos dos relatos bíblicos ou corânicos?
e) religião A frase de David
Hume (1711-1776) catalisa as discussões sobre este óculo: “Se acreditamos que
fogo esquenta e a água refresca, é somente porque nos causa imensa angústia
pensar diferente!”
f) ciência A contemplação da Ciência
se faz a partir de uma frase (que esta na abertura do Google acadêmico) de um
dos seus ícones maiores: “Se consegui enxergar tão longe é
porque me apoiei nos ombros de outros gigantes!” Isaac Newton (1642-1727).
A seguir urge uma comparação entre religião e ciência.
Mas isto vai ocorrer no próximo encontro. Também, aqui, continuo em momento
oportuno. Por ora vibro com mais de 80 alunas e alunos que ontem comigo,
iniciaram mais uma caminhada.
Mestre Chassot!
ResponderExcluirSe assistir uma palestra - por vídeo conferência -- como aquela houve na última abertura do ano letivo, imagine-se o privilegio de ser seu aluno no cotidiano.
Esta aula de ontem deve ter sido maravilhosa!
Com santa inveja,
Mirian de Salônica
Ontem quando eu estava indo para aula CDL do IPA, ele embarcou na mesma lotação, fiquei imaginando que perigo esse senhor idoso atravessar a rua correndo para não perder a carona. Para minha surpresa quando entro na sala de aula, ali estava ele. O homem é realmente sensacional, uma pessoa com grande sabedoria e conhecimentos! Faz jus a todos títulos e conquistas. Parabéns... Seja bem vindo mestre Chossot. Severo,
ResponderExcluirQue os seus pupilos aproveitem esse paterno ombro gigante e saiam da caverna para a luz!
ResponderExcluirQue os seus pupilos aproveitem esse paterno ombro gigante e saiam da caverna para a luz!
ResponderExcluirMuito estimado mestre Chassot,
ResponderExcluirnós que o lemos aqui, a cada dia, imaginamos o espanto que acometeu ontem ao privilegiado aluno Antônio Severo. Que ele curta este nosso sempre jovem senhor de 74 que vive já seu 54º ano como professor.
Já espero a continuação desta aula relatada hoje,
Laurus
Vou reivindicar sua tão logo presença na URI.
ResponderExcluirGrande abraço.