ANO
8 |
ANNEMASSE/GENEBRA/PARIS/
GUARULHOS/PORTO ALEGRE
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EDIÇÃO
2681
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Esta quarta-feira é de retorno. Um retorno
longo que se faz fragmentado. Na madrugada vamos de Annemasse à Genebra. Da ‘Cidade
da Paz’ voamos a Paris. Então, a longa travessia de cerca de 11 horas, para
chegar já noite avançada, a Guarulhos. De novo no Brasil, partimos para Porto
Alegre, onde deveremos chegar ao limiar de quinta-feira.
A alternativa de voo diurno para
cruzar o Atlântico usei-a, se não me equivoco, apenas uma vez. Não é a mais
aprazível. Quando se viaja ‘com milhas’ não se elege, às vezes, o que se mais
deseja.
Mas agora, mais que pensar nas horas
que se passa espremido, ou melhor, comprimido dentre de aeronaves que parecem
cada vez mais apertadas (¿ou são nossos abdomens que se avolumam?) vale mais
recordar os fazeres da terça-feira genebrina, que foi dificultada por ‘um
movimento social’ para respeitar aviso que havia em paradas dos ônibus. O que
antes fazíamos em único ônibus, ontem demandou quatro.
Primeiro fomos ao Musée International de la Croix-Rouge et du Croissant Rouge. Foi,
dentre muitos museus que já vimos, um dos mais impactantes. É muito difícil
descrever tudo que vimos e ouvimos.
Talvez meus leitores entendam um pouco
a emoção que tive, ao ouvir uma senhora, às lágrimas: “Ver este museu vale uma
viagem à Genebra!” se visitarem www.redcrossmuseum.ch/ e
ali conhecerem um pouco desta preciosidade que tanto nos encantou.
Aqui, preciso reconhecer minha
desatenção por não ter conferido à Cruz Vermelha (que no mundo islâmico é o
Crescente Vermelho) o prestígio que ela merece.
Desconhecia completamente Jean-Henri
Dunant (Genebra, 8 de maio de 1828 — Heiden, Suíça, 30 de outubro de 1910)
foi um filantropo suíço, fundador da Cruz Vermelha Internacional. Ele recebeu o
primeiro Nobel de Paz em 1901, juntamente com Frédéric Passy [(1822 — 1912) político
francês, foi fundador e presidente da Sociedade Francesa para a Paz]. A
observação de Dunant com não cuidado com os feridos da Batalha de Solferino
(pequena comuna italiana), em 21 de junho de 1859 durante a Segunda Guerra de
Independência Italiana, levou-a organizar, em 1863, juntos com outros líderes a
Cruz Vermelha, em sua cidade natal.
O atual prédio foi reinaugurado em
maio do ano passado, substitui completamente aquele dos anos 1980 e foi
concebido por três arquitetos: o gaúcho Grigo Cardia, o japonês Shigero Ban e
Diébédo Francis Kéré de Burkina Fasso.
Sob o título "A Aventura
Humanitária", cada arquiteto foi encarregado de um tema — "Defendendo
a dignidade humana" (Cardia), "Restaurando os vínculos
familiares" (Kéré) e "Reduzindo os riscos naturais" (Ban).
Em vez de um museu tradicional, com
acervo histórico, longos textos e documentos, a opção foi por falar diretamente
à sensibilidade do espectador, com recursos como luz, imagens, objetos etc.
O ponto de vista é sempre o da
população atingida, sem bandeiras como democracia, Estado laico ou combate à
corrupção, para evitar restrições a ações da organização.
Doze testemunhas de dramas recentes,
de uma criança-soldado no Sudão a um ex-prisioneiro da base dos EUA em
Guantánamo, passando por médicos e outros voluntários.
A Cruz Vermelha faz um mea-culpa num
dos raros textos longos da exposição, no qual pede perdão por não ter atuado
com firmeza no Holocausto, que matou milhões na Segunda Guerra (1939-45).
Depois deste impacto, caminhamos pela
linda Avenue de la Paix até a frente do prédio das Nações Unidas, que chama a
atenção por ver tremular as bandeiras de todos os países membros.
Impressiona na frente da ONU a Cadeira quebrada -- uma escultura
monumental em madeira pelo artista suíço Daniel Berset, construído pelo
carpinteiro Louis Genève. Para construí-la foram empregadas de 5,5 toneladas de
madeira e sua altura é de 12 metros.
Ela retrata uma cadeira gigante com
uma perna quebrada e simboliza a oposição às minas terrestres e bombas de
fragmentação, e age como um alerta aos políticos e outros visitantes Genebra. A
foto da cadeira, que colhi, mostra também o céu do dia de ontem, que marcou
nossa despedida da Europa.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirNa praça aquela cadeira imensa
A qual espicaça nossa indiferença
Pelo que a guerra
Espalha pela Terra
Independente de qualquer crença.
Mestre Chassot, seu retorno lhe trará uma saudade imediata. Do frio...
ResponderExcluirabraços
Com certeza aquele brilho de um dia ensolarado foi em gratidão pela sua marcante passagem. Por aqui também há sol e um pouco de calor...
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