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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

10.— DESFAZENDO EQUÍVOCOS

10.— DESFAZENDO EQUÍVOCOS
ANO
 8
ANNENASSE – França

EDIÇÃO
 2679
Estamos de novo em Annemasse para a partir desta cidade francesa, conurbada com Genebra, curtirmos nesta segunda-feira e amanhã, nossos dois últimos dias de férias. No final deste relato de viagem, há um excerto, que denomino “Desfazendo equívoco” que se constitui talvez na mais impressionante revelação que me foi trazida nestes dias de férias.
Como contei ontem nosso sábado e domingo foi em Berna. A blogada de ontem mereceu do poeta Jair Lopes um soneto que sintetiza muito do vivemos nestes dois dias.


Curva do Aar, cidade quase eterna
Curiosa relíquia que já foi romana
Suíça ilustríssima cidade de Berna
Acolhedora, tradicional e humana

Com justiça, um patrimônio cultural
Pelo mundo civilizado reconhecida
Estando no topo do ranking mundial
Mostra uma humildade agradecida

Lá Einstein trabalhou em patentes 
Também nasceu Paul Klee, o pintor
Berçário dessas tão ilustres gentes

Que mostraram ao mundo seu valor
Os que para lá vão ficam contentes
E trazem na bagagem melhor sabor

Nosso domingo em Berna pode ser sintetizado em dois tempos: pela manhã um lindo tour pela cidade antiga e à tarde visita ao Zoo de Berna.
Dedicamos a manhã chuviscosas e muito fria (e lembrávamos dos calores que vive a região sul do Brasil) para fazer um recorrido no centro histórico da centenária Berna. Duas vezes — às 10h e 11h — estávamos na torre do relógio que reúne curiosos para assistir as animações que ocorrem nas horas cheias.
Berna tem como data de fundação 1191. No decorrer dos séculos, a cidade foi ampliada várias vezes para além dos limites das fortificações. A torre de defesa, que subitamente se achou no centro da cidade, foi reconstruída como uma torre do relógio após o incêndio de 1405, sendo chamada, desde então, de "Zytglogge" (relógio de ponto).
Como escrevi ontem, graças a seu centro medieval permanecer praticamente inalterado, Berna foi incluída na lista de Patrimônios da Humanidade da UNESCO, em 1983. Com seis quilômetros de arcadas, a cidade abriga uma das mais longas avenidas comerciais cobertas da Europa: a Kramgasse. Inúmeros edifícios históricos, como igrejas, torres, fontes e pontes fazem da visita à parte antiga da cidade uma experiência inesquecível.
No número 49 da Kramgasse está a Einsteinhaus (Einstein House) — um museu e uma antiga residência de Albert Einstein. Um apartamento no segundo andar da casa foi ocupada por Albert Einstein, sua esposa Mileva Marić e seu filho Hans Albert Einstein 1903-1905. Os papéis Annus Mirabilis, que contribuíram substancialmente para a base a Teoria da Relatividade, foram escritos por Einstein em 1905, enquanto ele trabalhava no Instituto Federal de Propriedade Intelectual.
As condições de vida de Einstein e sua família são mostrados no apartamento no segundo andar, com móveis da época. A biografia de Einstein e sua vida de trabalho são apresentados no terceiro andar.
À tarde visitamos o Tierpark Dählhölzli ou Dählhölzli Zoo, é o zoológico público em Berna. Inaugurado em 1937 o zoológico está situado na margem do rio Aar, perto do centro histórico da cidade.
O zoológico exibe cerca de 3.000 animais em 15 hectares com numerosos e muito bem organizados aquários, onde há desde minúsculos peixes até impressionantes focas. Dentre vários recantos de aves aquáticos, talvez sejam os flamingos que mais nos encantou. Também animais de porte como bisões e búfalos podem ser visto, sendo que nada está em jaulas e sim em grandes espaços abertos.
Pareceu-nos significativos que animais domésticos como galos galinhas, cabras, bois, vacas, asnos, cavalos... precisam estar em zoológicos, pois as crianças não os conhecem em seu cotidiano.
Quando já se viveu bastante, se viajou a vários países, é muito desagradável perceber que por muito tempo laborei em equívoco em relação à Suíça, onde antes já estivera mais de uma vez.
Conheço de minha formação escolar que a Suíça é uma república federal composta por 26 estados, chamados de cantões. A Suíça é um país sem costa marítima cujo território e tem uma população de aproximadamente 7,8 milhões de habitantes e é constituída por quatro principais regiões linguísticas e culturais: alemão, francês, italiano e romanche. Por conseguinte, os suíços não formam uma nação no sentido de uma identidade comum étnica ou linguística. A criação da Confederação Suíça é tradicionalmente datada em 1 de agosto de 1291.
A Suíça é um dos países mais ricos do mundo relativamente ao PIB per capita. Zurique e Genebra foram classificadas como as cidades com melhor qualidade de vida no mundo, estando em segundo e terceiro lugar respectivamente e a Suíça foi considerada como o melhor país para nascer em 2013.
A Confederação Suíça tem uma longa história de neutralidade, não estando em estado de guerra internacionalmente desde 1815. O país é sede de muitas organizações internacionais como o Fórum Económico Mundial, a Cruz Vermelha, a Organização Mundial do Comércio e do segundo maior Escritório das Nações Unidas. Em termos desportivos, o COI, a FIFA e a UEFA possuem as suas sedes localizadas no território suíço.
Até aqui: nenhuma novidade. Nesta viagem, conversava com casal, uma e outro pesquisadores de universidades suíças e francesas, e ingenuamente disse: “Uma das causas da riqueza da Suíça deve ser que não gastam em forças armadas!”. Olharam surpresos e mostraram-me meu equívoco.
A Suíça não possui forças armadas regulares em grande número, mas a sua defesa está baseada no princípio da milícia, sendo que todos os cidadãos do sexo masculino, entre os 20 e os 42 anos estão obrigados à prestação de serviço militar.
Existe um pequeno núcleo de cerca de mil elementos que são militares de carreira, a quem incumbe o treino dos milicianos e os comandos de escalão superior. Esses são os únicos militares de carreira que a Suíça possui. Todos os demais cidadãos aptos, recebem um treino inicial de cerca de dezoito a vinte e uma semanas, consoante se destinem a unidades de combate ou de apoio, após o que ficam obrigados à prestação de um determinado número de semanas por ano (três a quatro).
Cada cidadão válido, depois do treino inicial, fica responsável pelo equipamento individual, da farda à arma, que guarda em casa. A Suíça, em caso de guerra prevê mobilizar 220.000 homens em quarenta e oito horas. A sua defesa, está baseada num conjunto de fortificações que protegem este pequeno país montanhoso.
Por outro lado que consultar por exemplo: pt.wikipedia.org/wiki/Força_Aérea_Suíça poderá observar a extensão da ‘força aérea suíça’ composta de várias dezenas de diferentes aviões preparados para operações em pistas muito curtas em regiões montanhosas e vales estreitos, em prontidão em cavernas nos Alpes e no Jura.
Apiedei-me de minha ingenuidade e lembrei-me de uma inscrição que havia em quartel do exército brasileiro que havia no começo da avenida João Pessoa, próximo a Praça do Portão. Em Porto Alegre: Si vis pacem, para bellum provérbio latino, que pode ser traduzido como: "se queres a paz, prepare-te para a guerra". Sem mais nenhum comentário.

2 comentários:

  1. Mestre Chassot!
    Como o senhor pensava que a Suíça, opor ser um país neutro não tivesse forças armadas!
    Aprendo nesta edição que são uma potência bélica mais poderosa que o Brasil!
    Com agradecimentos, a admiração da
    Michaela

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  2. Limerique

    O turista mestre Chassot é fera
    Suas observações sempre à vera
    Passeia, olha, descreve
    Claro, conciso e breve
    É como se o leitor lá estivera.

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