10.—
DESFAZENDO EQUÍVOCOS
ANO
8 |
ANNENASSE
– França
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EDIÇÃO
2679
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Estamos de novo em Annemasse para a partir desta cidade
francesa, conurbada com Genebra, curtirmos nesta segunda-feira e amanhã, nossos
dois últimos dias de férias. No final deste relato de viagem, há um excerto,
que denomino “Desfazendo equívoco”
que se constitui talvez na mais impressionante revelação que me foi trazida
nestes dias de férias.
Como contei ontem nosso sábado e domingo foi em Berna. A
blogada de ontem mereceu do poeta Jair Lopes um soneto que sintetiza muito do
vivemos nestes dois dias.
Curva do Aar, cidade quase eterna
Curiosa relíquia que já foi romana Suíça ilustríssima cidade de Berna Acolhedora, tradicional e humana Com justiça, um patrimônio cultural Pelo mundo civilizado reconhecida Estando no topo do ranking mundial Mostra uma humildade agradecida Lá Einstein trabalhou em patentes Também nasceu Paul Klee, o pintor Berçário dessas tão ilustres gentes Que mostraram ao mundo seu valor Os que para lá vão ficam contentes E trazem na bagagem melhor sabor |
Nosso domingo em Berna pode ser sintetizado em dois
tempos: pela manhã um lindo tour pela
cidade antiga e à tarde visita ao Zoo
de Berna.
Dedicamos a manhã chuviscosas e muito fria (e lembrávamos
dos calores que vive a região sul do Brasil) para fazer um recorrido no centro
histórico da centenária Berna. Duas vezes — às 10h e 11h — estávamos na torre
do relógio que reúne curiosos para assistir as animações que ocorrem nas horas
cheias.
Berna tem como data de fundação 1191. No decorrer dos
séculos, a cidade foi ampliada várias vezes para além dos limites das
fortificações. A torre de defesa, que subitamente se achou no centro da cidade,
foi reconstruída como uma torre do relógio após o incêndio de 1405, sendo
chamada, desde então, de "Zytglogge" (relógio de ponto).
Como escrevi ontem, graças a seu centro medieval
permanecer praticamente inalterado, Berna foi incluída na lista de Patrimônios
da Humanidade da UNESCO, em 1983. Com seis quilômetros de arcadas, a cidade
abriga uma das mais longas avenidas comerciais cobertas da Europa: a Kramgasse. Inúmeros edifícios
históricos, como igrejas, torres, fontes e pontes fazem da visita à parte
antiga da cidade uma experiência inesquecível.
No número 49 da Kramgasse está a Einsteinhaus (Einstein
House) — um museu e uma antiga residência de Albert Einstein. Um apartamento no
segundo andar da casa foi ocupada por Albert Einstein, sua esposa Mileva Marić
e seu filho Hans Albert Einstein 1903-1905. Os papéis Annus Mirabilis, que contribuíram
substancialmente para a base a Teoria da Relatividade, foram escritos por
Einstein em 1905, enquanto ele trabalhava no Instituto Federal de Propriedade
Intelectual.
As condições de vida de Einstein e sua família são
mostrados no apartamento no segundo andar, com móveis da época. A biografia de
Einstein e sua vida de trabalho são apresentados no terceiro andar.
À tarde visitamos o Tierpark
Dählhölzli ou Dählhölzli Zoo, é o
zoológico público em Berna. Inaugurado em 1937 o zoológico está situado na
margem do rio Aar, perto do centro histórico da cidade.
O zoológico exibe cerca de 3.000 animais em 15 hectares com
numerosos e muito bem organizados aquários, onde há desde minúsculos peixes até
impressionantes focas. Dentre vários recantos de aves aquáticos, talvez sejam
os flamingos que mais nos encantou. Também animais de porte como bisões e búfalos podem
ser visto, sendo que nada está em jaulas e sim em grandes espaços abertos.
Pareceu-nos significativos que animais domésticos como galos galinhas, cabras, bois, vacas, asnos, cavalos... precisam estar em zoológicos, pois as crianças
não os conhecem em seu cotidiano.
Quando já se viveu bastante, se viajou a vários países, é
muito desagradável perceber que por muito
tempo laborei em equívoco em relação à Suíça, onde antes já estivera mais
de uma vez.
Conheço de minha formação escolar que a Suíça é uma
república federal composta por 26 estados, chamados de cantões. A Suíça é um
país sem costa marítima cujo território e tem uma população de aproximadamente
7,8 milhões de habitantes e é constituída por quatro principais regiões
linguísticas e culturais: alemão, francês, italiano e romanche. Por
conseguinte, os suíços não formam uma nação no sentido de uma identidade comum
étnica ou linguística. A criação da Confederação Suíça é tradicionalmente
datada em 1 de agosto de 1291.
A Suíça é um dos países mais ricos do mundo relativamente
ao PIB per capita. Zurique e Genebra foram classificadas como as cidades com
melhor qualidade de vida no mundo, estando em segundo e terceiro lugar
respectivamente e a Suíça foi considerada como o melhor país para nascer em
2013.
A Confederação Suíça tem uma longa história de
neutralidade, não estando em estado de guerra internacionalmente desde 1815. O
país é sede de muitas organizações internacionais como o Fórum Económico
Mundial, a Cruz Vermelha, a Organização Mundial do Comércio e do segundo maior
Escritório das Nações Unidas. Em termos desportivos, o COI, a FIFA e a UEFA
possuem as suas sedes localizadas no território suíço.
Até aqui: nenhuma
novidade. Nesta viagem, conversava com casal, uma e outro pesquisadores de
universidades suíças e francesas, e ingenuamente disse: “Uma das causas da riqueza da Suíça deve ser que não gastam em forças
armadas!”. Olharam surpresos e mostraram-me meu equívoco.
A Suíça não possui forças armadas regulares em grande
número, mas a sua defesa está baseada no princípio da milícia, sendo que todos
os cidadãos do sexo masculino, entre os 20 e os 42 anos estão obrigados à
prestação de serviço militar.
Existe um pequeno núcleo de cerca de mil elementos que
são militares de carreira, a quem incumbe o treino dos milicianos e os comandos
de escalão superior. Esses são os únicos militares de carreira que a Suíça
possui. Todos os demais cidadãos aptos, recebem um treino inicial de cerca de
dezoito a vinte e uma semanas, consoante se destinem a unidades de combate ou
de apoio, após o que ficam obrigados à prestação de um determinado número de
semanas por ano (três a quatro).
Cada cidadão válido, depois do treino inicial, fica
responsável pelo equipamento individual, da farda à arma, que guarda em casa. A
Suíça, em caso de guerra prevê mobilizar 220.000 homens em quarenta e oito
horas. A sua defesa, está baseada num conjunto de fortificações que protegem
este pequeno país montanhoso.
Por outro lado que consultar por exemplo: pt.wikipedia.org/wiki/Força_Aérea_Suíça
poderá observar a extensão da ‘força
aérea suíça’ composta de várias dezenas de diferentes aviões preparados para
operações em pistas muito curtas em regiões montanhosas e vales estreitos, em
prontidão em cavernas nos Alpes e no Jura.
Apiedei-me de minha ingenuidade e lembrei-me de uma inscrição
que havia em quartel do exército brasileiro que havia no começo da avenida João
Pessoa, próximo a Praça do Portão. Em Porto Alegre: Si vis pacem, para bellum provérbio latino, que pode ser traduzido
como: "se queres a paz, prepare-te
para a guerra". Sem mais nenhum comentário.
Mestre Chassot!
ResponderExcluirComo o senhor pensava que a Suíça, opor ser um país neutro não tivesse forças armadas!
Aprendo nesta edição que são uma potência bélica mais poderosa que o Brasil!
Com agradecimentos, a admiração da
Michaela
Limerique
ResponderExcluirO turista mestre Chassot é fera
Suas observações sempre à vera
Passeia, olha, descreve
Claro, conciso e breve
É como se o leitor lá estivera.