ANO
8 |
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EDIÇÃO
2693
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Da leitura de
jornais no fim de semana, destaco manchete de capa da Folha de S. Paulo de
ontem: China mantém 400
campos para reabilitar viciados em internet. Marcelo Ninio,
repórter da Folha desde Pequim, apresenta matéria. Desta selecionei excertos:
Aos 14 anos, Zhang
vive sob disciplina militar. Acorda às 6h e logo está enfileirada com outros 74
jovens para marchar durante 30 minutos. Os termômetros marcam zero grau. Até o
toque de recolher, rigorosamente às 21h, o dia é consumido em uma sequência
intensa de atividades, como sessões de reeducação e exercícios físicos.
Zhang é a caçula de
um grupo de jovens que passa meses isolado do mundo, numa clínica militar na
periferia de Pequim. Vivem atrás de grades, mas não fizeram nada ilegal. O que
os une é o diagnóstico em comum: são "viciados em internet".
O mais velho tem 30
anos. Todos foram levados à força pelos pais, que já não sabiam o que fazer para
lidar com filhos que se desligaram da realidade para viver diante da tela do
computador. Outros, como Zhang, foram enganados pelos pais, que disseram a ela
que iriam viajar. Quando a menina percebeu, esperneou e resistiu à internação,
mas foi imobilizada por funcionários do centro e teve que ficar.
Cinco meses depois,
ela já aceita melhor a situação. Lembra que passava até seis horas por dia
jogando na internet e afirma que o tratamento ajuda a "controlar suas
emoções". "Mas continuo não gostando deste lugar. É muito deprimente
e as aulas são pura lavagem cerebral. Isso aqui é como uma prisão", diz.
Em 2008, a China foi
o primeiro país a considerar o vício em internet um distúrbio mental, conhecido
como IAD (distúrbio de adição à internet, na sigla em inglês). A classificação
ainda é tema de debate. Em seu mais recente manual, a Associação Americana de
Psiquiatria evitou incluir o problema na sua lista de distúrbios.
A China não precisou
de mais teoria para passar à prática. Em 2009 já havia no país cerca de 300
campos de reabilitação dedicados ao vício em internet. Hoje eles estão em torno
de 400.
O psiquiatra Tao
Ran, gaba-se de ser um pioneiro no estudo da dependência em internet. Ele não
hesita em comparar a internet a drogas pesadas, como heroína, quando fala dos
danos causados pelo vício ao cérebro. Tao cita uma pesquisa em que foram
escaneados os cérebros de 160 viciados em internet. Segundo o psiquiatra, o
resultado mostrou que a maior mudança ocorre nos lobos frontal e parietal.
Essas áreas são o "centro do corpo humano", diz Tao, por serem
responsáveis por decisões, planejamento e lógica.
Na clínica do Dr.
Tao, a linha-dura é visível. Os tutores vestem fardas e repreendem os internos
com rispidez. Tao garante que não há força bruta em seu tratamento, baseado em
atividades físicas, pílulas antidepressivas e "aulas" — aquelas que a
menina Zhang chamou de "lavagem cerebral".
O objetivo, diz o
psiquiatra, é "trocar a memória" dos internos, para neutralizar a
sensação de recompensa do vício. O índice de sucesso é de 70%, afirma Tao. O
psiquiatra se irrita com as críticas publicadas na imprensa estadunidense que
acusaram o método chinês de reabilitação de ser contra os direitos humanos. "Esses
meninos chegam como zumbis, não estudam, não interagem com os outros. Não
tratá-los é que seria contra os direitos humanos".
A conta é salgada.
Cada interno custa aos pais 9.300 iuanes (R$ 3.592) por mês, o triplo do que
ganha a maioria das famílias chinesas. Tao diz não achar caro pelo serviço
prestado e encerra o assunto sem rodeios: "Não somos uma instituição de
caridade".
Atento Mestre!
ResponderExcluirLembro de sua fala alertando que a negação do uso da Internet pode levar a uma vida, intelectual ve.getativa e seu excesso pode conduzir a uma adição destrutiva!
Com admiração e agradecimentos da
Mirian
Em nossa mesa lembramos que nosso paÍs não consegue combater o vício do crack, que dirá de internet...
ResponderExcluirEm nossa mesa lembramos que nosso paÍs não consegue combater o vício do crack, que dirá de internet...
ResponderExcluirQue impactante o texto do blog! !! O blog com isso prestou Um serviço de utilidade pública!!!!
ResponderExcluirUNIVERSO PARALELO
ResponderExcluirInternet, amigo, é mundo fictício
Um Matrix que controla a mente
Aquele que navega desdo início
Acaba se tornando dependente
Ela mesmerizou o adolescente
Esse prisioneiro de seu edifício
Que não sabe mais o que sente
Catatônico à beira do precipício
Então absorto no mundo virtual
Ele não sabe quanto este é cruel
Nos exames escolares leva pau
E continua a esse universo fiel.
Um muno de vastidão universal
Que tem profundidade de papel.