ANO
8 |
www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2695
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Abro esta blogada
para dizer da emoção que trouxe o comentário postado à edição de ontem, por um
dos meus novos alunos de Teorias do Desenvolvimento Humano, deste semestre: Ontem
quando eu estava indo para aula CDL do IPA, ele embarcou na mesma lotação. Fiquei
imaginando que perigo esse senhor idoso atravessar a rua correndo para não
perder a condução. Para minha surpresa, quando entro na sala de aula, ali
estava ele. O homem é realmente sensacional, uma pessoa com grande sabedoria e
conhecimentos! Faz jus a todos títulos e conquistas. Parabéns... Seja bem vindo
mestre Chassot. Antonio Severo.
Muito pouco referi aqui sobre obras de artes. Dou-me conta agora, que
quando escrevi Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto falei
de muitas de minhas posses, dediquei um capítulo a minha biblioteca e não
referi as obras de arte que tenho.
Primeiro elas são poucas. Isso ocorre por pelo menos duas razões: uma,
a principal, não tenho berço em família com tradição a valorizar obras de arte,
talvez em função de estrato econômico; outra, mesmo para mim estas
sempre foram, pelas mesmas razões, algo adquirido com muita parcimônia.
Esta semana aconteceu algo muito singular, faleceram dois artistas (Glênio
Bianchetti e Carlos Vilaró), que estão entre outros artistas (Nilson Pimenta,
Iberê Camargo, Ênio Lippmann, W. Elias, Maria Cirne Lima) dos quais tenho obras.
Isto ensejou comentários que reparto aqui.
Glênio Bianchetti morreu aos 86 anos, na madrugada de terça-feira (18). Artista plástico,
um dos fundadores da Universidade de Brasília (UnB), nasceu em 1928 em Bagé, no
Rio Grande do Sul. Glênio Bianchetti estudou no Instituto de Belas Artes de
Porto Alegre. Em 1951, fundou o Clube de Gravura de Bagé, que foi
posteriormente incorporado pelo Clube de Gravura de Porto Alegre. O grupo se
caracterizou por uma produção artística de caráter social, que tratava da
realidade das classes mais pobres, do trabalho e dos costumes regionais.
Em 1962, se mudou para Brasília a convite do antropólogo Darcy Ribeiro.
Na capital, ajudou a fundar a UnB, sendo responsável pela criação do Ateliê de
Arte e o Setor Gráfico. Devido à orientação política, se afastou da
universidade durante o governo militar, junto com outros 208 professores.
Em 1988 ele foi recontratado para lecionar na UnB, onde ficou até 1993.
O artista também colaborou na criação do Museu de Arte de Brasília, na década
de 1970. Ele era considerado um dos artistas contemporâneos mais importantes do
Brasil.
A foto da gravura que ilustra esta notícia orna minha casa e me foi
presenteada em 1992, quando me mudei para apartamento anterior à atual Morada
dos Afagos, pela Liba, minha sogra, detentora de significativa expertise em arte contemporânea brasileira.
Carlos Páez Vilaró — artista uruguaio
reconhecido internacionalmente — morreu nesta segunda-feira (24/2), aos 90 anos,
em Punta Ballena, próximo de Punta del Este.
Morava em
Casapueblo, um prédio labiríntico projetado por ele mesmo, em 1958, que
considerava uma “escultura habitável”. Tornou-se referência cultural e ponto
turístico da região. Artista multimídia, Vilaró trabalhou com pintura,
escultura, arquitetura, cinema e literatura. Ficou conhecido, sobretudo, por
sua paixão pela cultura afro-uruguaia. Envolveu-se profundamente com as festas
de rua, como as llamadas, desfiles de
blocos carnavalescos. Esse imaginário popular foi representado em sua obra.
Assinou murais na
sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington; no hotel
Conrad, em Punta del Este; e nos aeroportos de Panamá e Haiti, além de
hospitais no Chile e na Argentina. Na década de 1950, foi diretor do Museu de
Arte Moderna de Montevidéu e secretário do Centro de Artes Populares do
Uruguai.
Em sua trajetória
pelo mundo, conheceu grandes nomes da arte do século 20, como Picasso, Dalí e
De Chirico. Em passagem por Porto Alegre, em 2004, recebeu a medalha Simões Lopes
Neto.
Em sua trajetória
pessoal, ficou marcado o ano de 1972, quando viajou para o Chile para colaborar
com as buscas por seu filho, Carlitos Miguel, que viajava em um avião que caiu
na Cordilheira dos Andes. Carlitos foi encontrado entre 16 sobreviventes após
três meses desaparecido. O episódio foi relatado pelo pai, 10 anos depois, no
livro Entre mi Hijo y Yo, La Luna. Em
2012, o artista publicou sua própria autobiografia, Posdata, na qual anotou: Minha
vida foi se tornando uma grande viagem pelas bandeiras, pelos dialetos, pelos
idiomas e pelos países.
A ilustração é fotografia
de um dos famosos peixes de Vilaró, autografado para mim em 1999, adquirido do
autor na Casapueblo, pela Gelsa. Esta, em termos de arte não deslustra seus DNAs, materno e paterno, pois seu saudoso pai, além de ter sido médico de renome, é reconhecido como um mecenas
das artes.
Limerique
ResponderExcluirPois até onde alcança a vista
Talvez na história não exista
Da vida melhor descrição
Mesmo melhor comunhão
Da maneira que o faz o artista.
Arte. Se não for para retratar aquilo que pulsa nas vísceras, o cotidiano e o social, então, para que serve?
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