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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

30.— SOBRE UM DIA NA VELHA JERUSALÉM


ANO
 8
JERUSALÉM

EDIÇÃO
 2668

Esta blogada se faz com um pálido relato de nosso primeiro dia completo em Jerusalém. Estes comentários se aditam às primeiras impressões trazidas aqui ontem.
Somos alienígenas de maneira muito diversificada em diferentes países. A mim a língua é um fator discriminador. Ser estrangeiro em Portugal ou em qualquer país de língua hispânica ou mesmo latino é diferente do que estar em um país anglo-saxão. Agora se compararmos este, por exemplo, a Israel, aqui a discriminação é maior. Não apenas porque não entendo nada de hebraico, mas especialmente, porque não sei ler uma palavra. Aqui sou radicalmente analfabeto, pois não identifico um Aleph ou um Beth. Até na Grécia lia algumas palavras.
Hoje o primeiro sentir-se exótico começou o desjejum. Diferentes peixes em conserva, como também vários tipos de legumes como variados pimentões, berinjelas etc. fazem parte do cardápio.
A grande síntese turística do dia foi fazermos por duas vezes ida e volta um percurso de 4 x 1,5 km na Jaffa Street a mais importante rua de Jerusalém. No trecho que caminhos ela, mesmo muito larga, é exclusiva para ‘longos e modernos traim.
Nas duas vezes — manhã e noite — nosso destino foi o mesmo: portão de Jafa para entrar na Velha Jerusalém. Estar aí é algo inenarrável. Na jornada da manhã (9h-13h), primeiro participamos de ou tour de três horas onde percorremos parte da área amuralhada em forma retangular com 0,9 km². 
A área é rodeada por uma muralha mandada construir em 1538 pelo sultão otomano Solimão, O Magnífico. Oito portas permitem o acesso à Cidade Antiga, dividida em quatro bairros: o Bairro Muçulmano, o Bairro Judeu, o Bairro Cristão, e o Bairro Arménio. Uma curiosidade que vi respondida, porque dos quatro quarteirões rateados entre as três religiões há um específico para os armênios. A explicação da guia: como estes se dizem a primeira etnia convertida ao cristianismo, historicamente reivindicaram para eles uma fração da cidade dita santa.
Neste tour — pelos quatro bairros — pudemos ver, numa mirada muito panorâmica vários locais de fundamental importância religiosa, como o Monte do Templo e Muro das Lamentações para os judeus, a Basílica do Santo Sepulcro para os cristãos e o Domo da Rocha e a Mesquita de al-Aqsa para os muçulmanos.
Depois desta recorrida por um tempo estivemos nos diferentes mercados de cada um dos bairros. Destes mercados dois detalhes: um, a centena de lojinhas, que vendem de tudo: de souvenires a grandes tapetes, que em tudo se assemelham às medinas que vimos em Marrocos, Tunísia, Egito e Turquia. 
Outro, seja qual o bairro, a venda dos objetos religiosos são de livre trânsito; isto é pode-se comprar quipá de um vendedor islâmico, um crucifixo, de um judeu ou uma lembrança de uma mesquita, de um cristão.
Depois de um repouso, à noite (17h às 20h) voltamos uma vez mais a Velha Jerusalém. O espetáculo era outro. Primeiro muito mais gente, especialmente grupos religiosos (especialmente cristãos) em peregrinação.
Percorrendo as labirínticas ruelas, às vezes formadas por escadarias íngremes. Quase ao acaso chegamos a complexo religioso mais importante do mundo cristão: a igreja do Santo Sepulcro (que pela manhã viramos externamente). A visita interna noturna foi algo impressionante. Tivemos o privilégio de ouvir um coral ortodoxo entoando melodias sacras. Não me aventuro a descrever as cenas de fé e religiosidade comoventes que vimos.
Depois ainda passeamos em lojinhas e vimos fora da Cidade Velha, uma exposição de globos temáticos que percorrem o mundo.
Este é um narrar muito resumido de algo que fruímos neste nossa quarta-feira, aqui. Agora, já planejamos a nossa quinta-feira.

5 comentários:

  1. A impressão que se tem, de fora e de longe, é de que a histórica, santa e turística Jerusalém abarca uma efervescente diversidade (religiosa e étnica) que não se mistura. Confirmada no relato do mestre: "...Cidade Antiga, dividida em quatro bairros: o Bairro Muçulmano, o Bairro Judeu, o Bairro Cristão, e o Bairro Arménio." Exceto no quesito 'comércio'. Daí tudo se funde.

    Todos nós, seus leitores, somos gratos por usufruirmos desta magnífica viagem-aula.
    Um grande abraço.

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  2. Na blogada de hoje um comentário do Mestre me levou a refletir. Como se sentirão então nossos reais milhões de analfabetos em nosso país? Em pleno século 21, quando temos oportunidade de acompanhar em tempo real esse passeio no outro lado do mundo, é estranho admitir que ainda tenhamos analfabetos entre nós.
    Abraços com votos de excelentes experiências!

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  3. Muito prezado Mestre Chassot,
    ratifico uma vez mais a mensagem do Vanderlei. Cada edição é uma aula. Esta série de férias e algo muito especial.
    Já curtido a edição de amanhã.
    A admiração da
    Michaela

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  4. Muita estimada Michaela e
    muitos estimados Vanderlei e Antônio Jorge
    aqui deste singular Jerusalém agradeço o reconhecimento que fazem desta blogadas de férias.
    É sabe-los meus leitores,
    achassot

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